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25 Julho 2012

Caem as vocações, e os freis decidem abandonar a Basílica de Gubbio, na Itália.

A reportagem é de Maria Teresa Pontara Pederiva, publicada no sítio Vatican Insider, 21-07-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O jovem Francisco, tendo deposto as suas roupas perante o bispo de Assis e tendo sido atacado pelos bandidos que o haviam jogado na neve, antes de se transferir para o meio dos leprosos, havia encontrado lá a hospitalidade de um velho amigo, obtendo como presente uma pobre túnica. Mas a cidade de Gubbio foi uma etapa de outras visitas do santo, conhecidas por diversos episódios, como a conversão do lobo feroz ou da reabilitação da mulher de mãos secas. Tantos encontros que mostram uma relação singular, tanto que Gubbio se tornou um pouco a segunda pátria do padroeiro da Itália.

E a própria cidade é sinônimo de lugares franciscanos, meta de peregrinações de todo o mundo. Assim, a notícia destes ultrapassa as fronteiras da Úmbria para tocar a todos nós. Os freis deixaram a custódia da Basílica de Santo Ubaldo na colina ao lado do Paraíso de Dante ("Entre Tupino e a água que descende da colina eleita..."), e o motivo é um só: a queda das vocações, que não permite alternativas.

Uma decisão que os Freis Menores definem como "grave, sofrida e fatigante", comunicada oficialmente pelo ministro provincial da Úmbria, Bruno Ottavi, ao término do Definitório, com uma carta ao bispo da diocese de Gubbio, Mario Ceccobelli, datada de 7 de julho, republicada pela revista católica da Igreja da Úmbria, La Voce, na semana passada.

O ministro não esconde a sua amargura (que, aliás, é natural de Gubbio por parte materna), "até porque há muito tempo os Freis Menores da Úmbria se disponibilizaram para servir o Santuário de Santo Ubaldo, e na província há muito afeto por esse lugar, apesar de não ser um santuário franciscano".

No entanto, a queda contínua do número de freis não deixa saída, e eles se encontram na impossibilidade de cobrir os muitos serviços e o apostolado exigidos em toda a região. A bola, então, está nas mãos de Dom Ceccobelli, 69 anos, bispo desde 2005, que nesse domingo, na última edição da revista, dá uma primeira resposta que, com a cumplicidade da pausa do verão europeu, só pode ser interlocutória e parcial.

O bispo iniciou contatos e sondagens para resolver o problema aberto com a decisão dos freis de renunciar à guarda do santuário a partir do próximo dia 6 de janeiro de 2013. Ele expressa a sua amargura, consternação e desilusão com a perda de uma realidade em que a história humana e espiritual de São Francisco se desenvolveu, mas se declara disponível para enfrentar a situação de emergência.

Por seu lado, os Freis Menores não são novatos em decisões forçadas desse tipo, e o fechamento de conventos, infelizmente, é frequente em toda a Itália. Há alguns anos, a sua presença, por exemplo, se retirou de Trieste, enquanto em Trento, nos próximos meses, será vendido o antigo convento da cidade, cuja construção remonta ainda aos tempos de Francisco, por obra dos freis em viagem rumo à Alemanha.