Rede de solidariedade ecumênica se manifesta diante da atitude do Vaticano em reconhecer novo governo

Mais Lidos

  • “Não podemos fazer nada”: IA permite colar em provas universitárias com uma facilidade sem precedente

    LER MAIS
  • São José de Nazaré, sua disponibilidade nos inspira! Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • Promoção da plena credibilidade do anúncio do evangelho depende da santidade pessoal e do engajamento moral, afirma religiosa togolesa

    Conversão, santidade e vivência dos conselhos evangélicos são antídotos para enfrentar o flagelo dos abusos na Igreja. Entrevista especial com Mary Lembo

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

Natal. A poesia mística do Menino Deus no Brasil profundo

Edição: 558

Leia mais

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

26 Junho 2012

Diante do reconhecimento do Vaticano sobre o novo governo paraguaio, uma rede de solidariedade ecumênica se formou e está repudiando o golpe de estado institucional que destituiu, na última sexta-feira (22), o então presidente Fernando Lugo de seu cargo.

A reportagem é de Rogéria Araújo e publicada pela Adital, 26-06-2012.

Na quinta-feira, enquanto deputados e senadores da oposição orquestravam o julgamento político de Lugo, os Bispos católicos já se manifestavam pela destituição do presidente, eleito legitimamente pelo povo em 2008.

Diante deste quadro, representantes de diversas igrejas da América Latina lançaram um comunicado de adesão firmando apoio incondicional a Fernando Lugo e deplorando o processo demagogo e irresponsável do qual foi vítima.

"América Latina vive uma mudança de época: o Reino de Deus traz dores de parto, pois a esperança não deixa de nascer a partir dos humildes e se constroem governos populares e democráticos – com avanços e contradições – que fazem eco das demandas de nossos povos, povos historicamente empobrecidos pelas oligarquias locais e pelos setores conservadores da política latino-americana que respondem aos interesses do imperialismo norte-americano”, afirma o documento.

A posição tomada pela Igreja Católica no Paraguai em momento extremamente delicado que pesa sobre a democracia do país gerou várias críticas por parte de setores mais comprometidos e progressistas da Igreja. No dia seguinte ao resultado do julgamento político que declarou Lugo culpado, sobretudo pela morte de 17 pessoas entre indígenas e policiais durante um conflito no sudeste do país, Federico Franco recebeu a comunhão em cerimônia na Catedral Metropolitana de Assunção.

"Devemos ter bem presente, hoje, com mais ânimo que nunca, que só a mobilização e a organização popular sustentam esses governos que querem impulsionar um projeto libertador em favor das maiorias populares. Para que o diabo não ganhe vantagem alguma sobre nós, não se pode ignorar as maquinações dos inimigos dos povos que hoje celebram esta destituição”, afirma o texto.

Em texto à parte, o teólogo e biblista chileno, Pablo Richard, também se manifestou sobre a atitude da Igreja Católica no Paraguai. Ele afirmou que os/ católicos/as da América Latina estão se sentindo literalmente golpeados com a rápida legitimação dada pelo Núncio Apostólico ao golpe de estado. Lembrou que da mesma forma, o golpe de estado em Honduras [junho de 2009] obteve a benção com a mesma rapidez.

"Nós, católicos, nos sentimentos deslegitimados e ofendidos pela atitude dos núncios apostólicos da Igreja Católica. Surge a pergunta se estes senhores são representantes do Estado Vaticano ou do Papa, como chefe de toda a Igreja, representante da tradição apostólica. Não se pode enganar e brincar com a fé e a identidade católica do Povo de Deus, especialmente na América Latina e Caribe. ", afirmou o teólogo.

O comunicado é assinado por diversas representações de igrejas de países como Brasil, Argentina, El Salvador, Uruguai e Chile.

As adesões podem ser enviadas para o email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.