“Resgate aos bancos espanhóis não vai funcionar”, diz Stiglitz

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Por: Cesar Sanson | 12 Junho 2012

O prêmio Nobel da economia em 2001, Joseph Stiglitz, considera que o resgate financeiro da Espanha não funcionará e pode criar uma "economia vudu" com o Estado, através da Europa, resgatando bancos e estes resgatando o Estado. Stiglitz defende ainda que a Europa devia acelerar a discussão sobre um sistema bancário comum.

A reportagem é do sítio esquerda.net, 11-06-2012.

O empréstimo da Europa à Espanha para “salvar” alguns dos bancos pode não funcionar porque o Governo e a banca estarão de fato sustentando-se mutuamente, defende o economista Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel da Economia em 2001, numa entrevista parcialmente publicada na edição online do jornal espanhol Expansion, ainda antes de ser conhecida a decisão europeia de emprestar até 100 bilhões de euros à banca espanhola, anunciada no sábado.

“O sistema... é o Governo socorrendo os bancos, e os bancos socorrendo o Governo”, afirmou, concluindo: “é economia vudu”. O professor de Economia da Universidade de Columbia, nos EUA, considera que, como os bancos são os principais compradores de dívida soberana, o Governo poderia ver-se obrigado a pedir ajuda aos bancos aos quais agora chegarão fundos europeus. “Se o Governo espanhol resgata os bancos e a banca resgata o Governo, o sistema converte-se numa economia vudu. Não vai funcionar e não está funcionando”, disse.

Nessa entrevista, Stiglitz defendeu que a Europa devia acelerar a discussão sobre um sistema bancário comum, porque “não há maneira de, quando uma economia entra em queda, ser capaz de sustentar políticas que restaurem o crescimento sem uma forma de sistema europeu”.

Stiglitz foi conselheiro econômico do antigo Presidente democrata dos EUA Bill Clinton e é muito crítico dos pacotes de austeridade. Assim, considera que o que a UE fez até agora foi mínimo e numa direção errada, porque as medidas de austeridade para diminuir o risco da dívida têm como resultado diminuir o crescimento e fazer aumentar o peso da dívida, disse ainda.

“A Alemanha vai ter de enfrentar a questão: quer pagar o preço que se seguiria a uma dissolução do euro, ou quer pagar o preço de manter vivo o euro?”, resumiu Stiglitz. “Penso que o preço que eles vão pagar se o euro se desintegrar será maior do que o preço que vão pagar para manter o euro. Espero que percebam isso, mas podem não perceber”, arrematou.