"Desista das barragens!". O apelo de BIanca Jagger para DIlma Rousseff

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26 Março 2012

A ativista socioambiental Bianca Jagger fez um apelo, em Manaus, para que a presidente Dilma Rousseff reconsidere a construção das usinas de Belo Monte, Santo Antônio e Jirau.

A reportagem é de Aruana Brianezi e publicada pelo jornal A Crítica, 24-03-2012.

Bianca, que participou do 3º Fórum Mundial de Sustentabilidade, fez uma viagem de 10 dias pelos estados do Pará e Rondônia e acompanhou de perto o que ela chamou de "impactos irreversíveis" que os projetos vão causar.

"Vi com meus próprios olhos e posso dizer: as hidrelétricas não são economia verde! Os danos são irreversíveis. Caso leve os projetos adiante, o Brasil entrará para a história como um país que compromete o futuro da humanidade, destruindo seu patrimônio ambiental", ressaltou Jagger.

A Norte Energia, que está construindo Belo Monte, mente para as pessoas, segundo Bianca Jagger, pois "vende" uma imagem de empresa sustentável. Durante coletiva, foram apresentados dados que questionam esse modelo de geração de energia.

Segundo os cientistas Philip Fearnside e Brent Millikan, presentes no evento, o conceito é equivocado e não produz energia limpa. As hidrelétricas emitem gases do efeito estufa - principalmente o mais danoso deles, o metano.

"O Xingu é um tesouro do Brasil. É um dos últimos vestígios de um mundo perfeito. Belo Monte ameaça esse patrimônio, que é de todos os brasileiros", afirmou Bianca Jagger, completando que não tem a intenção de criticar as ações brasileiras, e sim participar do debate sobre que tipo de mundo, de desenvolvimento queremos. Para ela, não é mais possível se falar em desenvolvimento sem  levar em conta os direitos humanos e o meio ambiente.

Bianca disse também que a experiência de conviver com os índios da Amazônia é inesquecível, e criticou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que muda critérios de demarcação de terras indígenas.

A ativista nicaraguense, que foi casada com o roqueiro Mick Jagger, atua há décadas em defesa dos direitos humanos. Ela criou uma fundação, que leva seu nome, e integra o quadro consultivo da Anistia Internacional.