“O Estado tem de ser neutro”, diz professor da Unisinos

Mais Lidos

  • "Teologia de ganso": a arte de formar presbíteros impermeáveis à realidade. Artigo de Eliseu Wisniewski

    LER MAIS
  • A herança escravocrata dos setores poderosos da sociedade brasileira agrava a desigualdade e mantém o privilégio dos ricos

    O assalto do Banco Master foi contratado pelas elites financeira e política. Entrevista especial com André Campedelli

    LER MAIS
  • Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

07 Março 2012

Coordenador do Programa Gestando o Diálogo Inter-Religioso e o Ecumenismo da Unisinos, o professor Inácio José Spohr, mesmo sendo católico jesuíta, defende a decisão do TJ. Para ele, é importante que seja respeitada a diversidade de religiões.

A entrevista é publicada pelo jornal Zero Hora, 07-03-2012.

Eis a entrevista.

Como o senhor avalia a decisão do TJ?

Em princípio, estou de acordo com a decisão do Tribunal. O crucifixo que está ali, ao meu ver, está por tradição, não é porque define sentenças ou influi na forma do Judiciário trabalhar. A ideia de Justiça em geral tem forte embasamento na nossa cultura bíblica. Apenas acho que o método de fazer é um pouco drástico de uma hora para outra, atendendo um grupo de pessoas que pediram isso.

O senhor considera que seja uma forma de afastar a população da religiosidade?

Creio que não, não é esta a ideia que me passa. De fato o crucifixo contempla as religiões cristãs e o Brasil evidentemente está se tornando um país multirreligioso.

Então essa decisão seria uma abertura para respeitar as outras religiões?

O tema é mesmo a laicidade do Estado, ele tem a obrigação, o compromisso de ser neutro, por isso acho que não é algo antirreligioso.

O pedido foi feito por entidades ligadas à defesa de gays e lésbicas que não são aceitos pela Igreja Católica, por exemplo. Eles consideram essa decisão uma resposta à Igreja.

Oficialmente, considero a medida legal dentro daquilo que o Estado pode e deve fazer. Ao meu ver não é uma resposta contra as religiões.