Na mira de agência de risco, Espanha antecipa eleições

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29 Julho 2011

Cedendo às pressões da oposição, do mercado e da opinião pública, o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, anunciou ontem a antecipação das eleições gerais de março de 2012 para 20 de novembro deste ano.

A reportagem é de Luisa Belchior e está publicada no jornal Folha de S. Paulo, 30-07-2011.

Pesquisas de intenção de voto apontam vitória da oposição conservadora.

O anúncio, que surpreendeu toda a Espanha, veio no mesmo dia em que a agência de classificação Moody`s rebaixou a nota de risco de seis regiões espanholas e colocou a do país como um todo em suspensão.

O mercado recebeu bem a convocação das eleições antecipadas, mas não tragou a notícia da revisão da nota de risco espanhola - que ficará suspensa por três meses, quando a agência anuncia se rebaixa ou não a qualificação.

O resultado foram leves quedas nas Bolsas da Espanha e vizinhos europeus. E aumento dos juros dos títulos espanhóis de dez anos, uma referência do mercado. A Bolsa de Madri fechou em queda de 0,27%.

Desde a derrota do Partido Socialista, de Zapatero, nas eleições regionais de maio, se especulava a antecipação. No entanto, o atual premiê dava garantias contínuas - a última delas no início desta semana - de que ficaria no posto até o final de sua legislatura, em março de 2012.

Ontem, ele argumentou que decidiu adiantar as eleições para dar "segurança econômica e política ao país".

"Foi uma boa notícia porque diminui a incerteza econômica. Este governo já acabou", disse à Folha o economista Fernando Fernández, do Instituto de Empresa de Madri.

Outro alento para o país foi a queda na taxa de desemprego no primeiro semestre, divulgada ontem, mas que continua na casa dos 20%, o dobro da média europeia (9%).

Antes de entregar o cargo, Zapatero quer aprovar um decreto-lei que disse ser imprescindível para evitar a quebra do país. Especula-se que será um novo pacote fiscal.

"Se houver mais ajuste vamos fortalecer os protestos", avisou Renato Gutiérrez, um dos porta-vozes do movimento "Indignados", de jovens que protestam contra o desemprego há dois meses.

O mote para a suspensão da nota espanhola pela Moody`s é o endividamento das comunidades autônomas (Estados), um dos gargalos econômicos da Espanha.

A nova data escolhida por Zapatero para as eleições causou polêmica por ser o dia da morte do ex-ditador espanhol Francisco Franco.

"Para mim, é uma data como outra qualquer", disse Zapatero, que anunciou deixar a vida política.

O conservador Mariano Rajoy, favorito nas eleições, afirmou também achar o dia "pouco importante".