Juros da dívida pública somam R$ 97 bi no semestre

Mais Lidos

  • De uma Igreja-mestra patriarcal para uma Igreja-aprendiz feminista. Artigo de Gabriel Vilardi

    LER MAIS
  • A falácia da "Nova Guerra Fria" e o realismo de quem viu a Ásia por dentro: a geopolítica no chão de fábrica. Entrevista com Eden Pereira

    LER MAIS
  • "No rosto de cada mulher violentada, vemos o rosto Cristo Crucificado". Carta Dirigida aos Homens

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

21 Julho 2011

A inflação crescente e a política de aperto monetário para combatê-la custaram à União R$ 97,97 bilhões entre janeiro e junho. Esse foi o montante de juros que corrigiram a dívida pública federal no período e representam
os principais responsáveis por sua elevação total de R$ 111,39 bilhões no primeiro semestre de 2011. Outros R$ 13,4 bilhões foram resultado de emissões líquidas de títulos feitas pelo Tesouro Nacional.

A reportagem é de Martha Beck e publicada pelo jornal O Globo, 22-07-2011.

Somente em junho, o endividamento cresceu R$ 59,14 bilhões (3,39%), devido a uma emissão líquida de R$
43,42 bilhões — dos quais R$ 30 bilhões foram usados para capitalizar o BNDES — e à incidência de juros. A dívida encerrou junho acumulada em R$ 1,805 trilhão.

Melhora na composição do endividamento

Apesar disso, houve uma melhora na composição do endividamento. Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida, Fernando Garrido, junho teve os melhores resultados tanto para a parcela do estoque corrigida pela Taxa Selic (a menor da História, 30,91% do total) quanto para a prefixada (a maior da História, com 38,13% do total). A estratégia do governo é sempre elevar a parcela da dívida corrigida por papéis prefixados, uma vez que esses títulos têm remuneração previamente acertada, o que dá maior previsibilidade
ao Tesouro sobre os resgates.

— A estratégia do governo continua sendo ampliar a participação dos papéis prefixados na dívida e reduzir a parcela indexada a taxas flutuantes (como a Selic) — disse Garrido.

Dívida interna cresce e a externa cai

O coordenador, no entanto, já antecipou que o recorde de junho não deve se manter em julho. Isso porque, nos primeiros dias do mês, o Tesouro  já teve que fazer um grande resgate de títulos prefixados, o que vai acabar reduzindo a participação desses papéis no estoque da dívida.

Mesmo assim, Garrido destacou que os investidores vêm demonstrando interesse em comprar títulos, especialmente prefixados, no mercado doméstico. Isso significa que as taxas exigidas pelos aplicadores para adquirir papéis do governo não estão sofrendo elevação:

— As taxas têm se mantido estáveis nos leilões apesar das turbulências no mercado internacional, especialmente na zona do euro.

Segundo o relatório divulgado ontem pelo Tesouro, quando se considera apenas a dívida interna, o estoque teve um crescimento de 3,86% em junho e chegou a R$ 1,729,46 trilhão. Já a dívida externa caiu 6,29% e fechou o mês passado em R$ 75,97 bilhões. Parte dessa queda se explica pelo resgate de dívida que o governo
brasileiro fez junto a organismos multilaterais, como o Banco Mundial.

Ainda segundo o documento, os investidores estrangeiros continuam interessados nos papéis do governo. O total concentrado nas mãos desses aplicadores passou de R$ 190,71 bilhões em maio para R$ 192,14 bilhões em junho.