O México não tem necessidade de se jogar nos braços da Monsanto, diz líder camponês

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01 Fevereiro 2011

A atual produção de milho poderia ser duplicada se houvesse mudanças na política agropecuária e a implementação de um desenvolvimento tecnológico no sul e sudeste do país, sem que para isso se necessite utilizar sementes transgênicas, garantiu Olegario Carrillo, dirigente da União Nacional de Organizações Regionais Camponesas Autônomas (Unorca).

A reportagem é de Matilde Pérez U. e está publicada no jornal mexicano La Jornada, 01-02-2011. A tradução é do Cepat.

O também produtor de milho em Sonora disse que está plenamente documentado que o grão transgênico não aumenta os rendimentos; com um financiamento adequado seria possível reduzir as importações do grão, que representa hoje pouco mais de 24% do consumo aparente.

O México não tem necessidade de se jogar nos braços da Monsanto para recuperar a auto-suficiência em milho. De fato, ceder às pressões da transnacional, que busca unicamente apoderar-se da riqueza bionegética dos mexicanos, significaria aprofundar a forte dependência alimentar, que já chega a 50% do consumo nacional.

O problema de fundo é que o governo federal não tem uma política favorável ao campo: não há planejamento de longo prazo nem metas de produção de alimentos; preferiu-se propiciar as importações e beneficiar as transnacionais que se apoderaram do processo produtivo e se meteram até nas escolas, onde expendem produtos chatarra [lixo] que colocam a saúde das crianças em perigo.

Procedente de uma entidade onde se conseguiu um rendimento médio de 10 toneladas de milho por hectare, Carrillo garantiu que sem sementes transgênicas é possível aumentar oito ou mais toneladas por hectare.

A riqueza genética do país permite elevar a produção sem ter que pagar royalties à Monsanto, porque temos mais de 60 variedades nativas e milhares de variedades adaptadas a todo tipo de terreno e clima.

Olegario Carrillo insistiu em que o setor, sobretudo dos pequenos e médios produtores, necessita de maior investimento e uma política de longo prazo, já que a dependência das importações de trigo, arroz e das oleaginosas é de, respectivamente, 70%, 55% e 90%, e de alimentos básicos mais de 50%.