29 Mai 2023
Nos próximos 12 anos, cerca de 17 milhões de meninos e 11 milhões de meninas de cinco a 19 anos de idade viverão com obesidade em países da Europa. O Relatório Regional Europeu de Obesidade de 2022 estima que uma em cada três crianças em idade escolar no Ensino Fundamental já apresenta obesidade ou está acima do peso.
A reportagem é de Edelberto Behs.
A previsão é que o quadro “alarmante” se agrave ainda mais, informa Zhanara Karimova em matéria para o portal ONUNews. Considerando as tendências atuais, o número de meninos obesos terá uma alta de 61% até 2035, e de 75% as meninas.
Para evitar essa “epidemia silenciosa” uma Cúpula dos Cônjuges Líderes da Europa, com a participação da Organização Mundial da Saúde, reunida em Zagreb, na Croácia, neste mês, firmou metas para enfrentar a obesidade infantil e um novo centro de prevenção será coordenado pela agência da ONU.
A agência priorizará o indicativo de uma nutrição saudável para crianças, tanto em casa, nas escolas e na comunidade em geral. Também promoverá a atividade física, incentivará a introdução de exercícios no currículo escolar e difundirá mensagens sobre o estilo de vida ativo. Outra medida será a regulamentação da indústria de alimentos e bebidas, com a informação clara nas embalagens a respeito do grau de açúcares dos produtos.
A obesidade aumenta o risco de doenças crônicas, como diabetes de tipo 2, doenças respiratórias e cardiovasculares. O diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, destacou os diferentes fatores, complexos, como genética, meio ambiente e status socioeconômico, que contribuem para a obesidade infantil.
O problema também está presente nos Estados Unidos. Uma em cada seis crianças são consideradas obesas e uma em cada três com sobrepeso, assinalou o coronel aposentado e advogado Bill Connor para a Reuters. A obesidade infantil triplicou nas últimas três décadas, e durante a pandemia da covid-19 as taxas de obesidade dispararam.
O problema traz consequências sérias para o país. Segundo o Departamento de Defesa, 77% dos americanos em idade de recrutamento não estão aptos ao serviço militar.
A “gordofobia” está vinculada, também, às mudanças no estilo de vida. Em 2016, apurou levantamento, apenas 21,6% das crianças americanas e adolescentes praticavam alguma atividade física de 60 minutos ou mais em pelo menos cinco dias da semana. As brincadeiras ao ar livre deram lugar ao computador e o número de crianças envolvidas em esportes diminuiu significativamente.
Além desse fator, a dieta da maioria das crianças também sofreu alterações. Até mesmo a queda do número de crianças que fazem as refeições com a família influencia o fenômeno. Estudos mostraram que as crianças que comem sob a supervisão dos pais/família nas refeições são propensas a ingerir uma dieta mais saudável.
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Europa alarmada com a “epidemia silenciosa” e EUA com a “gordofobia” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU