Consumo de carne é o maior inimigo da alimentação sustentável no Brasil

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19 Junho 2019

Estudo mostra que 50% do impacto ambiental causado por hábitos alimentares no País vem da carne vermelha

A reportagem é de Leonardo Lopes, publicada por Jornal da USP, 18-06-2019.

Alimentação e sustentabilidade, dois termos com universos de complexidade distintos que, quando unidos, expandem ainda mais a discussão e sua importância para a sociedade. Muitas informações sobre esses conceitos circulam entre a população, mas nem sempre embasadas suficientemente em evidências, ou com fontes confiáveis. Desse problema surgiu a iniciativa do SustentAREA – núcleo de extensão universitária da USP – em criar um manifesto (disponível neste link) que sintetize as informações circulantes que são verdadeiramente úteis.

“O manifesto surge como síntese de diversas evidências científicas na área, mostrando o que é alimentação sustentável, sua importância para o mundo e, além disso, mostra como essa forma de alimentação pode ser feita pela população através de ações diárias simples”, contou ao Jornal da USP no Ar a professora Aline Carvalho, fundadora da Rede Alimentar SustentAREA.

Ela explica que a união de termos em “alimentação sustentável” forma um conceito complexo a se resolver, mas que pode ser definido basicamente como uma alimentação que tem baixo impacto no meio ambiente e que tem uma relação positiva com a saúde. A nutricionista pontua que não é simples compilar todas as informações disponíveis e chegar a conclusões definitivas nessa área, entretanto, o SustentAREA conseguiu construir um caminho a se seguir dentro da alimentação sustentável ao analisar algumas peculiaridades da dieta brasileira.

O alto consumo de carne vermelha e processados e o baixo consumo de frutas, verduras, legumes e cereais integrais são dois grandes exemplos das diretrizes tiradas do manifesto. O primeiro, responsável por 50% do impacto ambiental no País, está amplamente associado ao aumento do risco de câncer, de doenças do coração e diabete, que – segundo Aline – são as doenças que mais matam no Brasil. Já o segundo exemplo mostra como o brasileiro tende a preterir o consumo de alimentos cuja produção demande menos recursos naturais.

A partir das informações que dizem respeito à dieta do brasileiro, o manifesto construiu um capítulo especialmente para mostrar algumas atitudes que podem ser tomadas pela população em seu dia a dia para diminuir os impactos de sua alimentação. O primeiro e principal é a redução do consumo de carne. No entanto, Aline Carvalho explica que não é necessário virar vegetariano, a redução pode ser feita através da quantidade também.

Ela mostra que a substituição das proteínas provenientes da carne pode ser obtida através do consumo de grãos como ervilha, lentilha, o feijão comum, grão-de-bico e soja, que possuem alto teor proteico. Além disso, se eles são consumidos juntos com cereal como o arroz, por exemplo, formam uma proteína completa muito semelhante à da carne.

A nutricionista conclui comentando que atitudes que transcendem a dieta em si, como procurar saber a forma de produção de alimentos, a forma como foi transportado e dar atenção especial ao armazenamento dos produtos para evitar desperdício, podem também ajudar imensamente na redução dos impactos ambientais da alimentação.

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