Temer deve sondar Beltrame para novo Ministério da Segurança Pública

Foto: Antônio Cruz | Agência Brasil

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

16 Fevereiro 2018

O presidente Michel Temer pretende sondar até a semana que vem o ex-secretário estadual do Rio de Janeiro José Beltrame para o comando do novo Ministério da Segurança Pública.

A reportagem é de Gustavo Uribe e Talita Fernandes, publicada por Folha de S. Paulo, 15-02-2018.

Segundo a Folha apurou, o emedebista escalou auxiliares presidenciais para entrar em contato com Beltrame e saber da disposição dele de assumir a pasta, que deve ser criada até março.

A indicação conta com o apoio dos ministros palacianos e das bancadas carioca e gaúcha do MDB na Câmara dos Deputados.

Além de ser considerado um nome técnico e de prestígio na segurança pública, Beltrame é delegado aposentado da Polícia Federal, o que poderia reduzir a resistência da corporação com a proposta de sua transferência para a nova pasta.

O presidente também avalia o nome do ministro Raul Jungmann, mas tem esbarrado na dificuldade em encontrar um substituto para o comando da Defesa. O receio dele é de que uma troca possa causar um desconforto com as Forças Armadas.

A eventual escolha de Beltrame não agrada o líder da bancada da bala, Alberto Fraga (DEM-DF). Segundo ele, o ex-secretário "não deu conta do recado" com a questão da segurança pública no Rio de Janeiro.

"O nome dele está equivocado, não tem capacidade técnica para gerenciar um Ministério da Segurança Pública. O nome escolhido deveria ser da Polícia Militar ou da Polícia Civil", disse à Folha.

A informação de que o emedebista pretende criar a pasta foi antecipada pela Folha em janeiro e faz parte de estratégia do presidente de criar uma marca para seu governo na área de segurança pública.

Segundo uma pesquisa interna, promovida pela direção nacional do MDB, o tema é um dos que mais preocupam os brasileiros para o processo eleitoral deste ano.

A ideia do presidente, que cogita disputar a reeleição neste ano caso melhore seus índices de aprovação, é de se antecipar ao pré-candidato do PSDB Geraldo Alckmin que já disse que criará a pasta caso seja eleito presidente.

A mesma pesquisa mostra que a reforma da Previdência é um dos assuntos que mais influenciam a desaprovação de Temer. A ideia é usar a pauta positiva da segurança para elevar os índices de aprovação do governo.

Em conversas reservadas, o emedebista já disse que decidiu anunciar a estrutura, que será responsável por um assunto hoje sob o controle do Ministério da Justiça, mas ainda pondera os impactos da iniciativa.

Custos

Além da repercussão negativa pela criação de uma nova pasta, ele prevê que a estrutura terá maior impacto financeiro à máquina pública e trará para o governo federal a responsabilidade sobre um tema de esfera estadual.

A discussão sobre a nova pasta foi confirmada pelo ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo). Segundo ele, o presidente ainda avalia a necessidade de um novo ministério, mas diz que ainda é cedo para falar em nomes.

Pelo esboço feito pelo Palácio do Planalto, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal seriam deslocadas para a estrutura, assim como a Força Nacional.

Questionado sobre se uma mudança de estrutura da PF em meio à Lava Jato não poderia trazer mais problemas para o governo, Marun negou: “Quando eu vejo cenas que eu assisti pela televisão eu penso que esta questão de onde a PF vai estar é de segundo plano.”

No esforço de criar uma marca sobre o tema, o presidente se envolveu pessoalmente nesta semana na crise dos refugiados venezuelanos e tem priorizado um pacote legislativo de medidas de segurança pública.

Elas preveem, por exemplo, o aumento de penas de crimes de alta periculosidade e da progressão penal para crimes graves, além do monitoramento de conversas de chefes de facção em presídios federais.

A pauta tem o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), mas, em ano eleitoral, deve ter dificuldades para ser aprovada.

Leia mais