América Latina é tema de livro lançado pelo Papa Francisco

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Por: Lara Ely | 26 Outubro 2017

"As entrevistas, para mim, têm sempre um valor pastoral, se não tivesse esta confiança, não concederia entrevistas". Esta fala do Papa Francisco sobre suas entrevistas realizadas após cada viagem, no interior do avião, é o ponto de partida para a produção do conteúdo do primeiro livro de Jorge Mario Bergoglio sobre seu continente de origem.

No próximo dia 30, o Pontífice lançará sobre a bandeira da Editora Planeta seu primeiro livro sobre a América Latina, redigido a partir de uma série de entrevistas concedidas ao jornalista argentino Hernán Reyes, correspondente do jornal Téslan no Vaticano desde maio de 2015. As vendas iniciam na Argentina e posteriormente em outros países latinoamericanos.

A obra será a primeira publicada junto a um jornalista não-europeu e surge dos encontros com Francisco em julho e agosto passados na Casa Santa Marta, residência do Pontífice. América Latina, conversas com Hernán Reyes Alcaide (Editora Planeta, 2017)  celebra os dez anos da Conferência do Episcopado da América Latina e Caribe, realizada em Aparecida, e repassa temas como o papel da mulher na Igreja, a pastoral carcerária, as experiências de diálogo inter-religioso e ecumênico, o destino do que define como a “Pátria Grande” latino-americana e seus políticos.

Na obra em que estreia abordando o continente latino-americano, Francisco responde às perguntas do jovem compatriota de 33 anos. As questões de desenvolvem em torno de temas como os desafios da religião, o retrato político do católico latino-americano, as crises econômicas e políticas na América Latina o papel do Vaticano nessas crises.

A frase de abertura da matéria está no prefácio que o papa escreveu para o outro livro, Adesso Fate le vostre domande (Agora façam as vossas perguntas), do Padre Antônio Spadaro. O Santo Padre sublinha que nas entrevistas, assim como nas coletivas com os jornalistas no avião, lhe agrada olhar as pessoas nos olhos e responder às perguntas com sinceridade. Em entrevista à Radio Vaticano, ele recorda que quando era Arcebispo em Buenos Aires, "tinha um pouco de medo dos jornalistas" e por esta razão não concedia entrevistas. Como Pontífice, porém, convenceu-se de que as entrevistas são "uma maneira de comunicação" de seu ministério".

“Sei que isto pode me tornar vulnerável, mas é um risco que quero correr. Para mim, as entrevistas são um diálogo, não uma lição”, eis porque “não me preparo”.

Como já se tornou costume após suas viagens, o Papa concede entrevistas coletivas no avião, durante o voo. Após sua última passagem pela América latina, quando visitou a Colômbia em ocasião dos acordos de paz estabelecido entre o governo de Juan Manuel Santos e as Farc, Francisco foi questionado pelo correspondente argentino sobre a possibilidade de replicar o modelo colombiano em outros conflitos no mundo, e envolvendo outros sujeitos. Na resposta, ele diz que “esse é um modo de seguir em frente, um modo sapiencial e político”.

Veja no mapa os locais que Francisco visitará em sua próxima vinda ao Continente, no início do próximo ano

- Existe a sabedoria de pedir ajuda. Eu acredito que, como hoje eu quis mencionar na homilia – que era uma mensagem, mais do que uma homilia –, esses recursos técnico-políticos ajudam. Eles requerem às vezes a intervenção das Nações Unidas para sair da crise. Mas um processo de paz só seguirá em frente quando o povo o pegar nas mãos. Se o povo não o pega nas mãos, será possível seguir em frente um pouco, se chegará a um compromisso... Foi isto que eu quis fazer com que se ouvisse nesta visita: ou o protagonista da pacificação é o povo, ou só se chegará até certo ponto. Mas, quando um povo toma nas mãos a questão, ele é capaz de fazê-la bem. Esse é o caminho.

Encontro com família de Santiago Maldonado

O Papa Francisco receberá, em dezembro, a família de Santiago Maldonado, o jovem argentino ativista dos direitos humanos, encontrado morto dois meses após um conflito com a Gendarmaria nacional. Segundo o jornal La Nación, o Pontífice receberá seus conterrâneos ao voltar de sua viagem a Bangladesh e Mianmar, a ser realizada entre 27 de novembro e 3 de dezembro de 2017.

O caso do artesão de 28 anos ganhou as manchetes dos jornais argentinos. O seu cadáver foi encontrado no Rio Chubut, 78 dias após seu desaparecimento. A autópsia realizada por peritos forenses revelou que sua morte não foi provocada por lesões diretas, circunstância que suspende o debate sobre eventuais responsabilidades das forças de segurança.

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