Quem é Sebastian Kurz, que deve vencer eleições na Áustria e se tornar um dos líderes mais jovens do mundo

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16 Outubro 2017

Com apenas 31 anos, o austríaco Sebastian Kurz está a caminho de se tornar um dos líderes mais jovens do mundo, conforme indicam pesquisas de boca de urna.

O partido que lidera, o conservador Partido do Povo, deve vencer a eleição geral realizada no domingo.

A reportagem é publicada por BBC Brasil, 16-10-2017.

A expectativa, conforme a apuração dos votos até agora, é de que a legenda obtenha mais de 31% dos votos.

Ainda não está claro quem deve ficar em segundo ─ se o partido Social Democrata ou o Partido da Liberdade, de extrema-direita.
Mas, sem maioria no Parlamento, o partido de Kurz terá que buscar alianças para governar.

O anti-imigração Partido da Liberdade seria, neste sentido, um aliado natural, de acordo com analistas.

Em pronunciamento a apoiadores, ao saber das projeções de vitória, Kurz disse: "É hora de uma mudança neste país. Estou muito feliz e entusiasmado em trabalhar pela Áustria."

Quem é Sebastian Kurz

Antes da eleição, Kurz já havia se tornado o ministro das Relações Exteriores mais jovem da história, aos 27 anos, em 2013.
Em maio de 2017, tornou-se líder do Partido do Povo. Ele começou a carreira política na ala jovem do partido, a qual liderou até se mudar para a capital Viena, onde trabalhou na prefeitura.

Apelidado de "Wunderwuzzi" ("garotão prodígio", em tradução livre), ele tem sido comparado aos jovens governantes da França, Emmanuel Macron, e do Canadá, Justin Trudeau.

Assim como Macron, Kurz criou um movimento de renovação ao seu redor, rebatizando o Partido do Povo ─ que está no poder há mais de 30 anos ─ como o "Novo Partido do Povo".

O que está em jogo

O tema imigração foi a questão dominante na campanha eleitoral e Kurz deslocou seu partido à direita durante a crise de refugiados na Europa, em 2015.

Ele conquistou a simpatia de conservadores e eleitores de direita defendendo fechar as rotas de migração para a Europa, limitar o pagamento de benefícios a refugiados e banir imigrantes de receberem benefícios até que tenham vivido na Áustria por pelo menos cinco anos.

O "deslocamento" à direita foi visto como uma resposta ao sucesso do Partido da Liberdade, que por pouco não assumiu a presidência em dezembro, quando Norbert Hofer foi derrotado por Alexander Van der Bellen, líder do Partido Verde.

O aumento do conservadorismo se mostrou popular entre eleitores austríacos, diante do grande influxo de imigrantes e refugiados do Oriente Médio e do norte da África.

O Partido da Liberdade acusou Kurz de roubar suas propostas. O candidato da legenda, Heinz-Christian Strache, o chamou de "impostor".

O Partido da Liberdade, de Hofer, foi fundado em 1955 por um ex-general nazista que fez parte da SS, organização paramilitar ligada ao partido nazista e a Adolf Hitler. O partido usa como emblema a flor de escovinha, que também serviu de símbolo do nazismo na década de 1930.

O que vai acontecer agora?

Kurz está a caminho de conquistar a maior fatia dos votos, mas não a maioria. Caso as previsões se confirmem, ele precisará formar uma coalizão, possivelmente com o Partido da Liberdade.

A última coalizão entre os sociais democratas e os conservadores se desfez há alguns meses - e há resistência em renovar a aliança.

Mas uma coalizão com o populista e direitista Partido da Liberdade seria controversa e poderia sofrer oposição dos demais países da União Europeia.

Kurz recusou-se a discutir seus planos, dizendo apenas que negociaria com outros partidos.

Pesquisas de boca de urna apontam que o Partido da Liberdade deve alcançar o resultado histórico de 26,9% dos votos, o que indica que a extrema-direita europeia não está morta, apesar das derrotas significativas na França e na Holanda.

E a oposição?

O atual chefe de governo austríaco (chanceler), o líder social-democrata Christian Kern, pode perder sua posição, após uma campanha marcada por uma série de escândalos, incluindo alegações de que seu assessor liderou uma campanha de difamação contra Kurz.

Mas Kern disse, no domingo, que não tinha a menor intenção de deixar a liderança do partido, embora a legenda tenha perdido a eleição.

"Disse que ficaria na política por dez anos e faltam 9 anos para cumprir essa previsão", disse ele à rede de TV OBF.

Após um ano turbulento, repleto de divergências internas, o Partido Verde está entre os pequenos partidos cujo futuro é incerto, já que pode não alcançar os 4% de votos exigidos pela cláusula de barreira, o que o impediria de integrar o Parlamento.

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