Emissões de carbono podem aumentar até 90% na Amazônia em 50 anos

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15 Setembro 2017

A degradação florestal na Amazônia, por fogo e eventos de secas extremas, tem se tornado frequente nos últimos anos. Para avaliar quais são os próximos cenários, cientistas aprimoraram um modelo que analisa o comportamento do fogo e a dinâmica de carbono, prevendo os padrões futuros da potencial degradação no bioma amazônico.

A informação é publicada por IPAM, 14-09-2017.

Esse modelo permite aos pesquisadores, por exemplo, prever que se uma seca como a de 2010 ocorrer em meados do século, entre 2040 e 2069, cerca de 550.000 km2, uma área maior que a França, estará vulnerável a incêndios florestais intensos.

O estudo, publicado na revista Environmental Research Letters dentro da edição especial Focus on Changing Fire Regimes, considera o aumento da temperatura e a diminuição da precipitação como os principais fatores para a frequente intensidade de fogo no futuro.

Segundo um dos autores, Bruno Lopes, estudante de doutorado da Universidade Federal de Viçosa (UFV), a pesquisa é inédita por desenvolver um modelo que representa a seca e seus efeitos na mortalidade de árvores, bem como as suas interações com os regimes de fogo.

“Esses aumentos previstos na intensidade do fogo podem ser até 90% mais letais para as árvores da floresta amazônica e consequentemente ocasionar um acréscimo nas emissões de carbono florestal na mesma proporção”, afirma Lopes.

O equilíbrio climático da Amazônia é perturbado por uma série de fatores, como mudanças de uso da terra, aquecimento global, incêndios florestais, elevadas concentrações de CO2 na atmosfera e aumentos na frequência e intensidade das secas. Desde meados de 1970 ocorre um aquecimento médio de cerca de 0,26°C por década nas regiões de floresta tropical. Os modelos climáticos globais sugerem um aquecimento maior em todas as regiões de florestas tropicais entre 3 e 8°C até ao final do século. Isto aponta que em 2100 as temperaturas tropicais atingirão valores nunca antes alcançados, fora da variabilidade natural dos últimos 2 milhões de anos.

Modelos de fogo e os impactos nos estoques de carbono da vegetação se destacam pela importância na investigação de um limiar crítico de temperatura e intensidade de seca, e consequentes alterações nos regimes de fogo que poderiam levar a um declínio substancial da floresta em um futuro próximo. Compreender e monitorar as respostas da vegetação em relação às mudanças climáticas é essencial para ampliar as opções de políticas de conservação.

“Assim, podemos ter um novo modelo de desenvolvimento agropecuário com uso sustentável do fogo em áreas vulneráveis e a criação de um plano nacional de combate a incêndios para a Amazônia, tendo implicações diretas na biodiversidade e ciclo de carbono”, defende Lopes.

Os dados do modelo tiveram como base experimentos realizados na Fazenda Tanguro, em Querência (MT), onde o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM desenvolve pesquisas que analisam como conciliar a produção de alimentos, conservação ambiental e mudanças climáticas.

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