Papa fala sobre refugiados, mulheres padres, protestantes, e muito mais

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03 Novembro 2016

Nesta terça-feira, o Papa Francisco disse que o medo não é um bom conselheiro para os países que lutam para definir políticas para imigrantes e refugiados, sugeriu que a proibição de mulheres sacerdotes pelo catolicismo é "para sempre" e também confirmou que o Vaticano participará de negociações para tentar resolver as tensões da Venezuela com o presidente Nicolás Maduro.

A reportagem é de Austen Ivereigh, jornalista inglês e autor do importante livro The Great Reformer: Francis and the Making of a Radical Popecompletar, publicada por Crux, 01-11-2016. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Os governos devem manter o "coração aberto" para decidir quantos imigrantes e refugiados cada país deve aceitar, mas também devem ter prudência para estimar quantos podem receber, disse o Papa Francisco aos jornalistas, em seu voo de volta da Suécia, na terça-feira.

Francisco também respondeu a perguntas sobre a ordenação de mulheres, o papel do Vaticano na crise venezuelana, sua relação com os evangélicos, bem como a secularização.

Respondendo a uma jornalista sueca que lhe perguntou sobre os países que fecharam suas fronteiras para os imigrantes, ele disse que, "teoricamente", um país nunca deve se recusar a aceitar refugiados, mas o dever não é apenas recebê-los, mas também integrá-los na sociedade.

Ele disse que como argentino e latino-americano, era grato à Suécia por ter aceitado tantos exilados de ditadura, e elogiou o país por sua "longa tradição de hospitalidade".

"Não é humano fechar as portas, não é humano fechar o coração", disse ele, acrescentando que os países que o fizeram "pagaram o preço político a longo prazo".

Mas ele acrescentou que "também se paga um preço político pela imprudência nos cálculos, ao receber mais pessoas do que se pode integrar", e advertiu que a "guetização" - pouco contato desses grupos com outros - era "perigosa".

"Eu acredito que o medo é o pior conselheiro que os países que fecham suas fronteiras podem ter, e o melhor é a prudência", disse ele.

A respeito das mulheres padres, Francisco reiterou a proibição do Papa João Paulo II, dizendo que "a sua palavra final era clara e permanece ainda hoje".

Perguntado por outra jornalista sueca se isso significava "para sempre", ele disse: "Se lermos com atenção a declaração de São João Paulo II, vai nessa direção, sim".

Questionado sobre futuras iniciativas com os protestantes evangélicos, ele disse que, na véspera de Pentecostes no próximo ano, ele planejava falar em um grande evento ecumênico para celebrar o aniversário da Renovação Carismática.

Recordando as suas iniciativas em Buenos Aires, quando pregou em grandes reuniões de católicos e evangélicos, ele disse que os eventos haviam feito "muito bem" a ele.

Como Papa, Francisco disse que havia se encontrado diversas vezes com líderes evangélicos americanos e europeus, bem como feito "visitas de reparação" com a Igreja Valdense em Turim e a Igreja Evangélica em Caserta, a fim de "curar a ferida" deixada por maus tratos a protestantes por parte dos católicos no passado.

Sobre a crise venezuelana, ele disse que ambos os lados tinham pedido que a Santa Sé interviesse, e que o núncio na Argentina, Dom Emil Tscherrig, representaria o Vaticano na negociação.

"Ele acredita que negociar através do diálogo é o único caminho possível", disse o Papa, acrescentando: "Não há outro caminho. Se tivéssemos feito isso no Oriente Médio, quantas vidas teríamos salvo?"

Francisco disse a um jornalista francês que os períodos de maior perda na religião eram aqueles em que a Igreja se preocupava com aspectos terrenos.

"Quando a fé esfria é porque a Igreja enfraqueceu", disse ele.

Mas, segundo ele, a secularização também refletiu um processo cultural em que os seres humanos passaram a deixar de ser criaturas de Deus para tentar substituí-lo.

"Na secularização, eu acho que, mais cedo ou mais tarde, emerge o pecado contra Deus, o criador: o homem como autossuficiente", disse ele.

Ele disse que a secularização não deve ser confundida com o que ele chamou de "laicidade saudável", em que a ciência e o conhecimento têm a sua própria autonomia.

É importante, disse o Papa, "retomar" esta autonomia saudável no desenvolvimento da cultura e das ciências, enquanto ao mesmo tempo se retorna a "uma evangelização forte".

Perguntado se ele pretendia vir à Alemanha para algum dos eventos da Reforma no próximo ano, ele disse que as viagens de 2017 ainda não estavam completamente programadas, mas que certamente visitará a Índia e o Bangladesh.

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