Comemoração Conjunta da Reforma: redescobrir quem somos em Cristo

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01 Novembro 2016

O Papa Francisco e o secretário-geral da Federação Luterana Mundial (FLM), Rev. Martin Junge, pregaram conjuntamente sobre o Evangelho da videira verdadeira (João 15, 1-5) durante a Oração Comum da Comemoração Conjunta Católico-Luterana da Reforma, em Lund, Suécia, nessa segunda-feira.

A reportagem é do sítio da Federação Luterana Mundial (FLM), 31-10-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eles falaram sobre a unidade em Cristo que luteranos e católicos têm juntos e sobre as oportunidades de testemunho comum em um mundo que precisa da mensagem do Evangelho de Jesus Cristo em palavras e ações.

"Agora, no contexto da comemoração comum da Reforma de 1517, temos uma nova oportunidade para acolher um caminho comum, que foi se formando durante os últimos 50 anos no diálogo ecumênico entre a Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica", declarou o Papa Francisco no seu sermão, acrescentando: "Temos a oportunidade de reparar um momento crucial da nossa história, superando controvérsias e mal-entendidos que, muitas vezes, impediram que nos compreendêssemos uns aos outros".

"Quando vemos Jesus no meio de nós, também começamos a ver uns aos outros de modo novo. Reconhecemos que há muito mais que nos une do que aquilo que nos separa. Somos ramos da mesma videira. Somos um no batismo. É por isto que estamos aqui nesta comemoração conjunta: para redescobrir quem somos em Cristo", disse o secretário-geral, Junge, em seu sermão, convidando católicos e luteranos "a se afastarem de um passado ofuscado por conflitos e divisões, e a percorrer os caminhos da comunhão".

O histórico evento dessa segunda-feira – primeira Comemoração Conjunta Católico-Luterana da Reforma em nível global – foi testemunhado por 450 convidados ecumênicos na Catedral de Lund, na Suécia, assim como pelos 10.000 visitantes na Arena de Malmö e por telespectadores de todo o mundo.

O Papa Francisco coorganizou o evento com o presidente da FLM, bispo Munib A. Younan, e com o secretário-geral, Junge. A Oração Comum na Catedral de Lund se focou na ação de graças, no arrependimento e em um compromisso de testemunho comum.

Durante o culto na igreja, foi assinada uma Declaração Conjunta, que abrange a comunhão como o futuro comum de luteranos e católicos. Uma cruz colorida criada para o evento pelo artista salvadorenho Christian Chavarría Ayala exibia a obra criativa, reconciliadora e santificadora do Deus Uno e Trino.

Anseio pela unidade visível

Abrindo o serviço, a arcebispa Antje Jackelén, da Igreja da Suécia, saudou os convidados internacionais: "Nós celebramos as grandes promessas da fé cristã". O bispo Anders Arborelius, representando a outra Igreja local, acrescentou: "Esperamos, rezamos e ansiamos pela perfeita unidade visível que pode convencer o mundo de que o Senhor Ressuscitado está vivo e agindo no meio de nós".

Durante a ação de graças, o cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, declarou: "Católicos e luteranos abraçam uns aos outros como irmãs e irmãos no Senhor. Juntos, regozijam-se nos dons verdadeiramente cristãos que ambos receberam e redescobriram de várias maneiras, mediante a renovação e os impulsos da Reforma".

Sinal de reconciliação e de paz

O bispo Younan agradeceu a Deus "pela proclamação do Evangelho que ocorreu durante a Reforma e que, desde então, tem fortalecido inúmeras pessoas a viver uma vida de fé em Jesus Cristo".

Um momento forte foi a partilha do sinal da paz durante a oração. O Papa Francisco pediu a paz com as palavras: "Que a paz de Cristo reine nos seus corações, pois, como membros de um único Corpo, vocês são chamados à paz". Iso foi seguido pelo convite do presidente da FLM, Younan, para que aqueles que participavam do serviço, na Catedral de Lund e aqueles presentes na Arena de Malmö, oferecessem uns aos outros um "sinal de reconciliação e de paz".

A afirmação de cinco imperativos formulados no relatório "Do conflito à comunhão" foi simbolizada pelo acendimento de uma vela assim que cada um era lido. Os cinco imperativos comprometem luteranos e católicos a fortalecerem aquilo que é mantido em comum, à transformação mediante o encontro com o outro e o testemunho mútuo da fé, à busca da unidade visível por meio de passos concretos, a redescobrir o poder do Evangelho de Jesus Cristo para o nosso tempo e ao testemunho comum na proclamação e no serviço ao mundo.

Como sinal de que católicos e luteranos se comprometiam a dar mais um passo rumo à unidade à qual Deus chama a Igreja, o Papa Francisco e o presidente da FLM, Younan, assinaram uma Declaração Conjunta. Ela convida paróquias e comunidades luteranas e católicas a serem "ousadas e criativas, alegres e esperançosas no seu compromisso de continuar a grande jornada à nossa frente".

O serviço de oração na Catedral de Lund continuou na Arena de Malmö, afirmando o testemunho comum e o serviço de católicos e luteranos às pessoas necessitadas. O Serviço Mundial da FLM e a Caritas Internationalis assinaram uma Declaração de Intenções destacando o seu envolvimento global como uma expressão da sua fé comum em Deus.

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