Maduro agradece ao Papa seu impulso para “o diálogo pela paz na Venezuela”

Mais Lidos

  • “Os israelenses nunca terão verdadeira segurança, enquanto os palestinos não a tiverem”. Entrevista com Antony Loewenstein

    LER MAIS
  • Golpe de 1964 completa 60 anos insepulto. Entrevista com Dênis de Moraes

    LER MAIS
  • “Guerra nuclear preventiva” é a doutrina oficial dos Estados Unidos: uma visão histórica de seu belicismo. Artigo de Michel Chossudovsky

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

26 Outubro 2016

O impulso do Papa Francisco à paz na Venezuela já está dando seus frutos. Após seu encontro, o presidente Nicolás Maduro mostrou sua predisposição a facilitar os canais de diálogo e mediação com a oposição. “Eu convoco toda a Venezuela para que apoiemos essa mesa de diálogo pela paz, pela soberania e pelo desenvolvimento da Venezuela”, disse o presidente bolivariano ao deixar o Vaticano.

A reportagem é de Jesús Bastante e publicada por Religión Digital, 25-10-2016. A tradução é de André Langer.

“Foi uma reunião em tempo recorde”, destacou Maduro, que recebeu a notificação para o encontro com Bergoglio poucas horas antes, durante um giro que o levou à Arábia Saudita e ao Catar, segundo soube Religión Digital. Durante a conversa, de pouco mais de meia hora de duração, também esteve presente o novo geral da Companhia de Jesus, Arturo Sosa, SJ, segundo informa a cadeia de rádio SER (espanhola), que assinala que o jesuíta venezuelano foi fundamental para que o presidente do país fizesse uma escala em Roma e encontrar-se, em visita privada, com o Santo Padre.

O novo líder da Companhia de Jesus é cientista político e conhece como ninguém a realidade venezuelana. Não em vão foi provincial durante anos. Já no dia da sua apresentação à imprensa, Sosa fez uma profunda análise da realidade venezuelana, destacando que “não se entende o que está acontecendo na Venezuela se não se recorda que é um país que vive da renda do petróleo”.

Para o geral jesuíta, o projeto político iniciado por Hugo Chávez “não se sustenta em si mesmo, nem econômica nem política nem ideologicamente em uma proposta inovadora”. Sosa não poupou críticas à oposição a Maduro, assinalando que ela “também não tem um projeto que permita pensar em um futuro não rentista, que é a única maneira de poder sair, no longo prazo, da situação em que o país se encontra”.

Para Maduro, a reunião com Francisco foi “profunda, muito espiritual e humana. De muita orientação, de muita informação, compartilhando critérios”. Em declaração à televisão estatal, destacou que “foi uma ótima reunião. Uma reunião privada organizada em tempo recorde. Estou muito agradecido ao Papa Francisco”.

Maduro, por sua vez, agradeceu a participação do secretário-geral da União de Nações Sul-Americana (Unasul), Ernesto Samper, e os ex-presidentes da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, do Panamá, Martín Torrijos, e da República Dominicana, Leonel Fernández, nas reuniões preliminares para conseguir este diálogo entre o Governo Bolivariano e setores da oposição.

A Mesa da Unidade Democrática (MUD), por sua vez, celebrou-se a participação do mediador enviado pelo Papa (o núncio na Argentina, Emir Paul Tscherrig), para arbitrar o diálogo entre governo e oposição.

“Para os democratas venezuelanos constitui uma vitória a presença do Vaticano no conflito venezuelano”, destaca o comunicado, que não obstante critica o fato de que as conversas se realizem, como anunciou Tscherrig, neste domingo na Isla Margarita. “Qualquer processo de encontro deve realizar-se em Caracas, de cara com a opinião pública”.

Apesar do seu apoio ao processo de diálogo, a oposição reiterou a convocatória à Tomada da Venezuela, com manifestações em todo o país neste dia 26 de outubro.

A coalizão afirmou que, na sua perspectiva, o diálogo tem quatro objetivos fundamentais: “Respeito ao direito ao voto, liberdade para os presos políticos e retorno dos exilados, atenção às vítimas da crise humanitária e respeito pela autonomia dos Poderes”.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Maduro agradece ao Papa seu impulso para “o diálogo pela paz na Venezuela” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU