Da Suécia, Francisco propõe seis novas Bem-aventuranças para a era moderna

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02 Novembro 2016

No dia em que a Igreja celebra todos os santos da história, o Papa Francisco disse à pequena população católica da Suécia que a santidade não se manifesta em grandes obras nem em sucessos extraordinários, mas na santidade “que sabe viver, fiel e diariamente, as exigências do Batismo”.

A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 01-11-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Falando em uma homilia em missa a céu aberto com cerca de 15 mil pessoas e um dia chuvoso de outono, o pontífice também propôs uma série de seis novos itens para acrescentar às oito bênçãos, conhecidas como Bem-aventuranças, que Jesus disse que recairiam sobre os que, entre outras coisas, fossem pobres em espírito ou que promovessem a paz.

Francisco disse aos suecos que marcar anualmente o Dia de Todos os Santos, que acontece em 1º de novembro, é uma ocasião para celebrar a santidade, um “amor fiel até ao esquecimento de si mesmo e à entrega total aos outros”.

Francisco falou que as Bem-aventuranças de Jesus, que também mencionam as bênçãos aos que são mansos e que têm fome de justiça, são “o caminho [dos santos] rumo ao seu destino, rumo à pátria”.

“Somos chamados a ser bem-aventurados, seguidores de Jesus, enfrentando os sofrimentos e angústias do nosso tempo com o espírito e o amor de Jesus”, continuou, acrescentando: “Neste sentido, poderíamos assinalar novas situações para as vivermos com espírito renovado e sempre atual”.

Em seguida, Francisco propôs seis novas bem-aventuranças para a era moderna:

• felizes os que suportam com fé os males que outros lhes infligem e perdoam de coração;
• felizes os que olham nos olhos os descartados e marginalizados fazendo-se próximo deles;
• felizes os que reconhecem Deus em cada pessoa e lutam para que também outros o descubram;
• felizes os que protegem e cuidam da casa comum;
• felizes os que renunciam ao seu próprio bem-estar em benefício dos outros;
• felizes os que rezam e trabalham pela plena comunhão dos cristãos”.

Todos os que põem em prática estes seis itens, disse o papa, “são portadores da misericórdia e ternura de Deus, e d’Ele receberão sem dúvida a merecida recompensa”.

As Bem-aventuranças, proferidas por Jesus durante o seu Sermão da Montanha conforme relatado no Evangelho de Mateus, estão entre os ensinamentos mais conhecidos de Jesus, com ele nomeando oito grupos de pessoas tradicionalmente consideradas desafortunadas, mas que ele as pronuncia abençoadas.

Francisco viajou para a Suécia na segunda-feira para uma visita de dois dias em um gesto ousado para marcar o início das comemorações da Reforma Protestante, que se considera ter começado em outubro de 1517 com a publicação das 95 Teses de Lutero.

O papa participou de dois eventos ecumênicos na segunda-feira à tarde e instou os membros das duas comunidades religiosas a “reparar um momento crucial de nossa história” forjando novos caminhos comuns juntos.

A Igreja Católica representa uma pequena minoria na Suécia, com cerca de 113 mil fiéis em um país com cerca de 9,6 milhões. Aproximadamente 65% da população do país pertence à Igreja da Suécia, denominação luterana.

Entre os que participaram das comemorações na segunda-feira estão o líder da Federação Luterana Mundial, comunhão mundial de igrejas luteranas que reúne 72 milhões de fiéis, e a primaz da Igreja da Suécia, a arcebispa luterana de Uppsala, Jackelen Antje.

Houve certa especulação de que o papa e líderes luteranos fossem usar a ocasião para fazer um importante gesto de abertura em direção a alcançar a plena unidade entre católicos e luteranos, talvez até mesmo com uma declaração de que os membros das duas tradições podem comungar uns com os outros.

As esperanças para um tal gesto foram temperadas em uma declaração conjunta assinada segunda-feira por Francisco e pelo presidente da Federação Luterana Mundial, o Bispo Munib Younan. Embora tenham se comprometido em trabalhar no sentido da intercomunhão, os líderes não indicaram que isso já é algo possível.

Em coletiva de imprensa segunda-feira pela manhã, um representante do Vaticano apresentou uma distinção entre a abertura universal à comunhão católica com os luteranos e a possibilidade de comunhão a indivíduos luteranos em circunstâncias especiais, tais como aquelas pessoas casadas com católicos.

O Cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, disse que existe uma diferença entre a “hospitalidade eucarística” a indivíduos e uma “comunhão eucarística” mais ampla aos dois grupos religiosos.

A hospitalidade para com os luteranos em casamentos envolvendo cônjuges luteranos e católicos, disse Koch, é uma “questão pastoral” a ser lidada individualmente no nível das igrejas locais.

Francisco retornou a Roma na terça-feira, 01-11, à tarde.

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