O Papa Francisco volta à questão dos padres casados, reiterando que não se trata de um dogma, nem de um requisito teológico. “O padre é solteiro – e quer ser – simplesmente porque Jesus era solteiro. O requisito do celibato não é primariamente teológico, mas místico: quem quer entender, entenda”. Bergoglio ressalta isso numa mensagem assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, enviada para o encontro dos seminaristas da França.

A reportagem é publicada por Sacerdotisposati, 01-12-2023. A tradução é de Luisa Rabolini. 

“Hoje ouvimos muitas coisas sobre os padres. A figura sacerdotal em certos ambientes é muitas vezes distorcida, relativizada, às vezes considerada subordinada. Não se assustem demais: ninguém tem o poder de mudar a natureza do sacerdócio e ninguém jamais a mudará. Mesmo que o façam – sublinha – a modalidade do seu exercício deve necessariamente considerar a evolução da sociedade atual e da condição de grave crise vocacional que conhecemos”.

“Um desses desenvolvimentos sociais, relativamente novo na França, é que a instituição eclesial, e com ela a figura do sacerdote, não é mais reconhecida. Aos olhos da maioria, perdeu todo prestígio, toda autoridade natural e, infelizmente, encontra-se até manchada. Portanto, não devemos mais contar com ela para encontrar audiência junto às pessoas que encontramos. É por isso que a única forma possível – lemos na mensagem – para prosseguir na nova evangelização solicitada pelo Papa Francisco, para que todos tenham um encontro pessoal com Cristo, é a adoção de um estilo pastoral de proximidade, compaixão, humildade, gratuidade, paciência, doçura, doação radical de si mesmo aos outros, simplicidade e pobreza".

Para o Movimento Internacional dos sacerdotes casados, fundado em 2003 por Dom Giuseppe Serrone, é de grande importância que o Papa Francisco, dirigindo-se aos seminaristas franceses, reitere que a questão dos padres casados não é dogmática, mas apenas legalista, ligando a possível readmissão ao ministério dos padres casados ao levar necessariamente em conta as mudanças que estão em curso na sociedade civil.

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