16 Novembro 2023
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 15-11-2023.
Desde o início de seu pontificado, alguns grupos (próximos à direita trumpista e suas extensões eclesiásticas – leia-se Strickland, Viganò e companhia) têm insinuado a ideia da proximidade de Jorge Mario Bergoglio à maçonaria. Uma acusação que surge, curiosamente, ou talvez não tanto, de setores vinculados a sociedades secretas.
Nesse contexto, destaca-se a resposta que a Congregação para a Doutrina da Fé acabou de dar à petição de Julito Cortés, bispo de Dumaguete, nas Filipinas, preocupado com o "contínuo aumento de fiéis na maçonaria", que pediu "sugestões para enfrentar adequadamente essa realidade do ponto de vista pastoral, levando em consideração também as implicações doutrinárias".
Na nova linha de trabalho estabelecida pelo cardeal Fernández, na qual as respostas a dúvidas ou questões fundamentais são tornadas públicas para incentivar a transparência e a comunhão entre todos os fiéis, a Santa Sé responde de maneira muito clara: aos católicos ainda é proibido se unir à maçonaria.
Na resposta, reitera-se que "a pertença ativa de um fiel à maçonaria é proibida", destacando a "irreconciliabilidade entre a doutrina católica e a maçonaria", como já afirmava em 1983 a mesma Congregação para a Doutrina da Fé e as mesmas diretrizes publicadas pela Conferência Episcopal em 2003.
Portanto, aponta a nota, "aqueles que formal e conscientemente são membros de lojas maçônicas e abraçaram os princípios maçônicos estão incluídos nas disposições presentes na mencionada Declaração. Essas medidas também se aplicam a qualquer eclesiástico registrado na maçonaria".
Isso, do ponto de vista doutrinário. Focando no pastoral, a Doutrina da Fé sugere aos bispos filipinos "realizar uma catequese popular em todas as paróquias, sobre as razões da incompatibilidade entre a fé católica e a maçonaria", e convida o episcopado do país a se pronunciar publicamente sobre o tema.
A posição da Doutrina da Fé não é nova. Já dizia algo semelhante em 1983 (com um documento assinado pelo então cardeal Ratzinger e referendado por João Paulo II), lembrando como o atual Código de Direito Canônico, ao contrário do anterior (1917), não condena explicitamente a maçonaria, nem excomunga seus afiliados, embora reitere que "os católicos inscritos em lojas maçônicas estão em estado de pecado grave".
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O Vaticano sentencia: não se pode ser católico e maçom - Instituto Humanitas Unisinos - IHU