11 Julho 2023
Retorna ao Sínodo Geral, o órgão que controla a Igreja Anglicana da Inglaterra e que se reunirá, presencialmente, pela segunda vez desde o fim da pandemia na Universidade de York de 7 a 11 julho, o polêmico tema das bençãos para casais homossexuais. No sábado bispos, pastores e leigos ouvirão a bispa de Londres, Sarah Mullally, que os atualizará sobre os três grupos de trabalho dedicados às "Orações de amor e fé", com as quais os pastores poderão abençoar casais homossexuais estáveis, em união civil pela lei britânica e as orientações relativas.
A reportagem é de Silvia Guzzetti, publicada por Avvenire, 07-07-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
As novas liturgias, autorizadas pelo último Sínodo de fevereiro passado, no entanto, não serão aprovadas até o próximo mês de novembro. Os sacerdotes anglicanos que as recusarem estarão livres para não adotá-las. "Sobre o tema continuamos profundamente divididos", admitiu a própria Sarah Mullally, durante a coletiva imprensa em preparação para o Sínodo. "E de fato não estamos buscando a unidade, mas apenas um espaço em que as nossas diferentes posições possam coexistir". Mesmo que, pela primeira vez, com as novas orações os casais homossexuais garantiram um reconhecimento público na Igreja da Inglaterra, o compromisso alcançado não satisfaz as associações homossexuais e LGBTQ+ anglicanas que pedem autorização para os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Também no sábado o Sínodo será informado pelos representantes das comissões que controlam as finanças e as pensões da igreja estatal inglesa da decisão, tomada em junho passado, de desinvestir nas empresas de combustíveis fósseis que não estejam empenhadas seriamente em cumprir o acordo climático de Paris, que prevê manter bem abaixo de 2ºC o aumento da temperatura média global na superfície da terra. Em 2018, o Sínodo havia definido um programa que teria ajudado gigantes como Shell, Exxon e Total a alcançar esse objetivo, mas a tabela de procedimentos não tem sido observada pelas multinacionais petrolíferas e por essa razão, a Igreja de Estado Inglesa decidiu abandoná-las. Sempre na frente do meio ambiente, na tarde de domingo, a diocese anglicana de Oxford incentivará, com uma moção, o restante da Igreja da Inglaterra a adotar uma promessa para os crismandos com a qual eles se empenham em salvaguardar a integridade da criação e em sustentar e renovar a vida na Terra.
A proteção dos menores também volta à pauta do Sínodo, depois que o Conselho Arcebispal, um dos órgãos dirigentes da Igreja da Inglaterra, decidiu demitir os três membros que compunham o Conselho de Salvaguarda Independente, comissão encarregada de vigiar de forma independente como a Igreja lida com os casos de abuso. A Igreja da Inglaterra vê-se, assim, tendo que repensar uma nova estrutura que garanta um controle externo e crítico de seus procedimentos para proteger menores e adultos vulneráveis. No domingo, o Sínodo votará uma moção que “reconhece os fracassos das estruturas da Igreja de proteção dos menores e dos seus impactos sobre as vítimas e os sobreviventes e saúda o trabalho realizado até agora para desenvolver um programa de indenização e de apoio terapêutico, emocional e espiritual para as vítimas". Foi a investigação estatal realizada sobre os abusos cometidos ao longo dos anos que pediu à Igreja da Inglaterra que elaborasse um sistema de indenizações às vítimas.
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Começa o Sínodo Anglicano. O meio ambiente no centro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU