23 Março 2023
"A atualização (aggiornamento) é parte integrante do nosso ministério porque nos ajuda a conjugar a teologia com a vida e a ler uma à luz da outra. Não somos chamados a ser especialistas em tudo, sabe-tudo para todas as situações, mas temos a responsabilidade pessoal e comunitária de estarmos formados, preparados e atualizados. Pelo menos em relação às 'coisas dos padres'", escreve Stefano Zeni, presbítero da Diocese de Trento e diretor do ISSR “Romano Guardini”, de Trento, em artigo publicado por Settimana News, 23-03-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Atualizando... não desligue o computador. Se até recentemente essas palavras apareciam apenas ocasionalmente nas telas de nossos PCs, hoje as coisas mudaram e as atualizações pedem para serem instaladas com frequência cada vez maior. E nós, obedientes às indicações, seguimos as instruções que aparecem no monitor e aguardamos até ao final do processo porque queremos computadores rápidos, seguros e acima de tudo atualizados.
Na verdade, às vezes ficamos com raiva porque as atualizações sempre aparecem quando estamos com pressa para imprimir aquela página que precisamos para a reunião ou para organizar aquela agenda das salas ou enviar aquele arquivo. Mas não há o que fazer: a atualização nos obriga a um exercício de paciência e não há como contornar. Sempre.
Mas acontece assim também para nós, padres? Quanta paciência temos diante das propostas de atualização que nos são oferecidas de tempos em tempos? Quanto tempo dedicamos a cuidar daquele “sistema operacional” que é o nosso ministério sacerdotal?
Uma ampla atualização teológica é o officium, ou seja, "função, dever, serviço", e inegavelmente também esforço, de um padre que deve afinar seu senso crítico para habitar a complexidade e ler a realidade. De fato, somos chamados a ser ministros do hoje na vida cotidiana e, por isso, não podemos nos permitir viver de renda, garantidos pelo que aprendemos nos tempos do seminário.
A atualização é parte integrante do nosso ministério porque nos ajuda a conjugar a teologia com a vida e a ler uma à luz da outra. Não somos chamados a ser especialistas em tudo, sabe-tudo para todas as situações, mas temos a responsabilidade pessoal e comunitária de estarmos formados, preparados e atualizados. Pelo menos em relação às "coisas dos padres".
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‘Aggiornamento’ contínuo... Artigo de Stefano Zeni - Instituto Humanitas Unisinos - IHU