23 Fevereiro 2022
O número de católicos deixando a Igreja na Baviera explodiu, e em Munique a média mais que dobrou desde a publicação do relatório sobre abusos.
A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada por The Tablet, 21-02-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Dois outros membros da hierarquia católica na Alemanha, o presidente da conferência, o bispo Georg Bätzing e o arcebispo Ludwig Schick de Bamberg, responsável pelos assuntos mundiais na conferência dos bispos, se manifestaram a favor de tornar voluntário o celibato sacerdotal. O cardeal Reinhard Marx, de Munique, se manifestou fortemente a favor de tornar o celibato sacerdotal voluntário no início de fevereiro.
Schick defendeu a ordenação de “‘viri probati’ – isto é, homens casados há muito tempo e de fé comprovada” e, ao mesmo tempo, dando maior apoio aos padres que deliberadamente optaram por permanecer celibatários. Uma boa mistura de padres casados e celibatários poderia prevenir o clericalismo e o abuso de poder, sublinhou ele em um artigo para o jornal alemão Fuldaer Zeitung.
Enquanto isso, em uma carta aberta ao presidente da conferência, Bätzing, publicada em Trier, em 14 de fevereiro, os vigários-gerais de 11 das 27 arquidioceses e dioceses da Alemanha defenderam a mudança da lei trabalhista da Igreja alemã, que até agora discriminava divorciados, recasados e queers.
Os divorciados recasados e os casais homossexuais não devem enfrentar sanções como atualmente, apontam os vigários-gerais. Eles apelam aos bispos alemães “para mudar rapidamente a lei trabalhista da Igreja e dispensar todas as referências ao estilo de vida pessoal. O direito do trabalho não deve ser usado como ferramenta para impor a moral sexual da Igreja – um assunto que está sendo amplamente discutido na Igreja no momento e que ignora a realidade da vida”, sublinharam.
Na Alemanha, as condições de emprego para os 1,3 milhão de funcionários da Igreja diferem consideravelmente das condições de outros funcionários alemães, pois, de acordo com a lei constitucional, as comunidades religiosas têm direito à autodeterminação e à autogestão.
De acordo com uma pesquisa da agência de imprensa alemã dpa (Deutsche Presseagentur), desde a publicação do Relatório de Munique sobre os abusos sexuais, em 20 de janeiro, o número de católicos que deixam a Igreja na Baviera explodiu. A média diária de pessoas que deixavam a Igreja Católica em Munique mais que dobrou. Em muitas cidades da Baviera, os números explodiram e há longas listas de espera de católicos que querem sair.
Católicos na Alemanha que querem deixar a Igreja oficialmente e, portanto, não precisam pagar o imposto obrigatório da Igreja, que é de 8% da renda líquida de uma pessoa, têm que ir ao cartório e declarar oficialmente por escrito que não são mais membros da Igreja.
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Mais bispos alemães pedem por celibato voluntário - Instituto Humanitas Unisinos - IHU