14 Setembro 2021
André Vallias
Oposição aos bolsonaros só existe uma de fato — a dos povos originários
Suplemento Pernambuco
Eudóxia Felisbina Malvez
Fernando Altmeyer Junior
Carlos Arthur Newlands Junior
Via José Luís Fevereiro
Lições do fracasso homérico do 12/09
1) MBL e Vai Pro Ralo não tem mais base social alguma. Esses movimentos surgiram na esteira da captura das jornadas de junho de 2013 pela direita, surfaram na onda reacionária que elegeu Bolsonaro e tiveram por anos o mesmo discurso e a mesma prática. Quando seu grande ídolo Sergio Moro rompeu com Bolsonaro, MBL e VPR romperam juntos, com o discurso de "rendeu-se à velha política", "fez acordo com o Centrão pra salvar os filhos delinquentes" (o que não deixa de ser verdade)... só que aí a sua base de massa ficou com Bolsonaro e os abandonou. Seu mentor Moro agora amarga o merecido ostracismo.
2) O ato de hoje tinha dois objetivos:
- para o MBL/VPR, buscar uma forma de ressurgir do ostracismo e da irrelevância que o abandono de sua base política os levou;
- para Ciro/Mandetta/Dória/Alessandro/Tebet, uma oportunidade para afirmar a presença da "terceira via" no cenário político. Não à toa, a cobertura do Fantástico sobre os atos de hoje reforçou que se tratava de um "movimento" que "apontava uma terceira via" e deu destaque para as faixas e cartazes na linha "Nem Lula Nem Bolsonaro".
3) Para atrair PSB e PC do B, o MBL oficialmente retirou da convocação a consigna "Nem Lula nem Bolsonaro" e afirmou que o eixo passava a ser "Fora Bolsonaro" - só "esqueceu de combinar" com a Globo, com o Vai Pro Ralo e com seus próprios ativistas. Todas as filmagens mostram dezenas de cartazes e faixas "nem-nem"; até um enorme pixuleco de Lula e Bolsonaro abraçados com uniformes de presidiário apareceu.
3.1) Pra quem queria ser coesionador de unidade, a extrema-direita fascista de sapatênis mostrou que não consegue nem se unir consigo mesma. No Rio e em Sampa, dois carros de som: um do MBL recebendo sorridente PDT e PC do B, no outro o Vem Pra Rua desancando os "novos parceiros" de seu antigo aliado.
4) Nos dois objetivos traçados, o 12/09 foi um fiasco. Apesar da tentativa de setores do campo progressista de desmobilizar o Grito dos Excluídos com discurso de semear pânico, a esquerda pôs na rua no dia 07/09 muito mais do triplo de gente que a "terceira via + bolsonaristas arrependidos" no 12/09, só nas capitais (e esta turma de hoje tem muito mais dinheiro). Até na matéria do Fantástico ficou evidente nas imagens o quanto os atos estavam vazios. Demonstrou-se na prática a irrelevância dos bolsonaristas arrependidos e a fragilidade política do campo da "terceira via".
4.1) Do meio pro fim da semana, tomou corpo nas redes sociais o debate sobre "ir ou não ir ao 12/09" - e a opinião majoritariamente predominante no segmento progressista (inclusive nas bases de massa, grupos de wasap de ativistas sindicais p.ex.) era: "ato do MBL eu não vou". Ficou nítido que a grande massa crítica está disposta e ansiosa pra ir às ruas protestar contra Bolsonaro, mas NÃO SOB A DIREÇÃO DE FASCISTAS ARREPENDIDOS.
EDIT - 4.2) As fotos mostraram cabalmente que a galera que decidiu não ir tinha toda a razão: além das faixas e pixulecos que já comentei, ainda apareceram bandeiras de supremacistas brancos e monarquistas - numa manifestação de massa convocada pela esquerda essa direita lunática nem tem coragem de sair de casa.
5) PDT e especialmente PC do B saem tostados desse episódio. Sinceramente, acho até coerente da parte do PC do B e de sua política de "frente amplíssima" o esforço de "criar pontes" com o centro e a centro-esquerda - mas o custo político de não demarcar uma linha clara "com os fascistas, não!" já está lhe saindo caro demais.
CONCLUSÃO: agora é arregaçar as mangas e organizar um GIGANTESCO 02 DE OUTUBRO, e chamar pro ato o centro liberal e a centro-esquerda - mas deixado muito claro: quem põe massa na rua somos nós, a esquerda. "O ônibus é grande e tem lugar pra muita gente" (NÃO É PRA "TODO MUNDO", FASCISTAS ESTÃO VETADOS!) mas "quem chega depois e tem menos torcida não ocupa os assentos da frente, muito menos senta no banco do motorista".
Moisés Mendes
Circula pela internet a foto em que uma juíza e uma procuradora federal de Londrina, fantasiadas de caturrita, ambas de verde-amarelo, participam das manifestações do 7 de setembro pelo golpe.
A questão não é só a que envolve a cara de pau de duas servidoras do sistema de Justiça aderirem a uma facção política. É o fato de estarem ao lado de fascistas que desejam o fim do Supremo e um golpe.
E a pior parte é essa. Imaginem a situação de um cidadão que tem um caso envolvendo gente da extrema direita e vê seu processo cair nas mãos dessas duas.
Essas põem a cara de fora. E os homens e as mulheres da Justiça que camuflam o caráter bolsonarista e agem dentro do Judiciário em defesa de posições da extrema direita?
Moisés Mendes
Tente achar nos jornais gaúchos uma foto, uma só, em que Eduardo Leite apareça discursando para meia dúzia de militantes da direita hoje no Parcão.
Os jornais preservaram o gaúcho, esperança da terceira via, e esconderam as fotos, mesmo que ele tenha discursado duas vezes.
Nunca antes um governador de direita ou esquerda foi exposto a um vexame desse porte.
Faustino Teixeira
Bruno Latour
"A experiência da pandemia e do confinamento atingiu duramente a todas e a todos, tanto no nível individual quanto no coletivo. Os Estados, assim como os indivíduos, esperam avidamente o retorno do ´mundo de antes`. Há, no entanto, uma outra maneira de encarar esse desafio global e tirar dele importantes lições, ao menos para aqueles que podemos chamar ´terrestres`, que entendem que a crise sanitária faz parte de uma outra crise, ainda mais grave, e que há uma chance a ser aproveitada neste momento: compreender, enfim, onde estão, em que terra eles poderão se envolver, e não mais se desenvolver.
Seguindo as ideias apresentadas em seu livro anterior, Onde aterrar? Como se orientar politicamente no Antropoceno, o filósofo e antropólogo francês Bruno Latour, um dos mais instigantes pensadores da atualidade, reflete sobre a urgência de pensarmos o mundo que vamos habitar e convida a conhecer mais profundamente a sua análise essencial sobre o Novo Regime Climático."
Faustino Teixeira
Por Leonardo Boff
Mais de 6 mil indígenas reunidos em Brasília em uma das maiores mobilizações desde 1988 e nada aparece nem em capas de jornais, nem na TV, nem nas rádios, nem na notícia dos sites. Vocês não se angustiam?
E os povos indígenas seguem resistindo ao projeto de morte da bancada ruralista e desse governo contra os povos tradicionais sem apoio como se estivessem numa canoa sozinhos.
Tarso Genro
Intervalo de conversa com o grande Olívio Dutra, carregando as baterias e lembrando a época em que o Rio Grande não rendia homenagens a psicopatas e facistóides e também se engrandecia no mundo, através da solidariedade e do debate republicano.
José Luís Fevereiro
Fernando Altemeyer Junior
Quarta-feira. 100 anos. Centenário da esperança. Viva nosso amado cardeal dom Paulo Arns.
Faustino Teixeira
"Aquecimento global pode forçar migração de 216 milhões de pessoas até 2050"
Rudá Guedes Ricci
Bolsonaro despenca nas redes sociais
Bolsonaro desaba em popularidade digital após nota retórica sobre o 7 de Setembro. Disponível aqui.
Rudá Guedes Ricci
O desastre das escolas militarizadas na vida de crianças
Colégio Militar de BH faz alunos passarem mal com treinamento para receber Braga Netto. Disponível aqui.
André Vallias
frei Lorrane, ofm
O Abraço de dois Santos
O ABRAÇO DE DOIS SANTOS
Neste 14 de setembro, celebramos o centenário de nascimento de nosso querido Dom Paulo Evaristo Arns, OFM. Um frade franciscano de grande admiração e ânimo para a minha caminhada. Esse vídeo, ao lado de Dom Hélder Câmara, OFS enche meus olhos de lágrimas e meu coração se acende de ardor por um mundo mais cheio de amor e fraternidade. Ambos são baluartes para a minha caminhada.
Que eles sejam nossos intercessores lá no céu. Viva Dom Paulo, viva Dom Hélder!
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