09 Novembro 2018
Cid Benjamin
Duas contradições que vão aflorar rapidinho no governo Bolsonaro:
1) Entre os que são realmente contrários à corrupção e os que vão fechar os olhos para as bandalheiras da base parlamentar do presidente eleito (e até participar delas).
2) Entre os militares que vão aceitar de bom grado a subserviência total aos Estados Unidos e os que vão se incomodar com essa política.
Idelber Avelar
Logo que Trump venceu as eleições aqui, e me vi tendo acessos de riso com seu discurso, concebi um projeto que ainda não realizei: revisitar a bibliografia sobre o humor para pensá-la à luz da política atual.
Por que rimos? Qual é a fonte do cômico? Essas são perguntas que ocuparam muita gente, de Aristóteles a Bergson a Bakhtin a Freud. É uma bibliografia essencial pra nós, da literatura.
A importância dessa bibliografia para a compreensão destes tempos se reforçou em mim depois da eleição de Bolsonaro. O trumpismo-bolsonarismo é catastrófico, mas é também fonte de uma risada (às vezes nervosa) que precisa ser entendida.
Paulo Guedes, o gênio bolsonarista da economia, descobrindo que o orçamento de um ano é votado no ano anterior, Bolsonaro confundindo “dialeto” e “dialética”, Luiz de Orleans e Bragança ensinando que o DEM e o PP são de esquerda: tudo isso tem um potencial cômico inegável.
É importante que a oposição a Bolsonaro não seja a chata que censura piadas. Também é importante, claro, que ela não perca de vista o catastrófico da situação. O desafio é fazer essas duas coisas ao mesmo tempo.
Como é possível que a gente dê risadas de um absurdo catastrófico? Aristóteles se fez essa pergunta. Ela nos acompanhará nos próximos anos.
Cid Benjamin
Penso que se engana quem imagina que, com o esvaziamento da universidade pública (uma ameaça real), a tendência será o fim da pesquisa no país.
Ela vai continuar existindo, mas redirecionada. Vai ser voltada para os interesses do capital privado e do lucro, não para as reais necessidades do país e do povo.
As empresas vão utilizar uma mão de obra que lhes vai sair barata para estudos que tragam retorno financeiro.
Afinal, quem paga a orquestra escolhe o repertório.
Gustavo Gindre
No campo da comunicação há dois temas que envolvem o Brasil profundo e que, por isso, estão passando abaixo do radar.
O primeiro é a migração das rádios do AM para o FM e o consequente fim do AM. Ocorre que o AM tem um alcance bem maior do que o FM e seu fim promoverá um apagão do rádio em várias localidades do interior do país.
O segundo é o desligamento da TV aberta analógica. Até o fim de 2018 a TV analógica será desligada em todos os municípios onde havia pressa para desocupar a faixa de espectro do UHF que será utilizada pelo 4G. Serão cerca de 1,4 mil municípios abrangendo umas 150 milhões de pessoas.
Mas há o restante do país, os milhares de municípios minúsculos onde não haverá investimento das teles para o desligamento da TV analógica, uma vez que o espectro do UHF que será utilizado para o 4G já está livre. Por sua vez, as emissoras de TV (retransmissoras na sua imensa maioria e algumas pertencentes às prefeituras) terão dificuldades para se digitalizar até 2022 como determina o cronograma oficial.
Luiz Augusto Passos
Como as estatística mostram que a fase mais produtiva é aquela da adolescência e mocidade, em todos os países o interesse de colocar na prisão, e em prisões especiais, e com terceirização para que se possa utilizar jovens no trabalho, em condição de trabalho escravo. Nestes casos, estas prisões especiais escolhem os jovens que lhes dará lucro.
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