Mais corpos sem vida são encontrados nas costas da Grécia: a suspeita sobre algumas ONGs

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26 Abril 2017

Corpos sem vida de 15 migrantes foram recuperados nessa segunda-feira no Mar Egeu, ao largo da costa da ilha de Lesbos. As notícias da Guarda Costeira grega falam de pelo menos quatro mulheres e uma criança. Uma mulher grávida foi resgatada, enquanto estão em curso as buscas para encontrar eventuais desaparecidos no naufrágio.

A reportagem foi publicada por L’Osservatore Romano, 25-04-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Enquanto isso, na Itália, não se aplacam as polêmicas sobre a questão dos supostos contatos entre algumas ONGs e grupos de contrabandistas, contatos que estão sendo investigados por três procuradores sicilianos. A suspeita é de que os navios das organizações não governamentais são usados como uma espécie de táxi pelos traficantes de seres humanos.

O ministro do Interior italiano, Marco Minniti, anunciou que o seu ministério acompanha de perto a questão. Como, além da emergência do tráfico de seres humanos, há sempre o perigo do alerta de terrorismo, a atividade das procuradorias se soma à atividade subterrânea da inteligência. Na origem da preocupação do governo de Roma sobre a real tarefa de algumas organizações não governamentais, há a suspeita de que a rota para as costas italianas seja encorajada em relação à hipótese de desembarque nas costas de Malta ou da Tunísia.

As ONGs falam de mudanças significativas nas dinâmicas de gestão dos fluxos por parte da criminalidade. Parece que não há mais contrabandistas acompanhando os migrantes, que são carregados sobre embarcações cada vez menores, lotadas e inseguras, capazes de permanecer à baila por apenas poucas milhas. O leme é confiado a um ou dois migrantes: em alguns casos, eles são obrigados, em outros casos, é o seu modo de pagar pela viagem.

As ONGs, que rejeitam as suspeitas de contatos diretos com os traficantes da Líbia, afirmam que, “para salvar as pessoas embarcadas dessa forma, é preciso estar, forçosamente, nos limites das águas territoriais”.

Há semanas, a agência europeia Frontex tinha chamado em causa as ONGs por causa dessa intervenção cada mais próxima das costas da Líbia, que permite que os contrabandistas equipem sumariamente os botes, sabendo que, em breve, serão interceptados. A Frontex tinha falado de possíveis contatos telefônicos entre migrantes e ONGs, favorecidos pelos contrabandistas que procurariam o contato com as pessoas embarcadas.

Essas suspeitas foram confirmadas em uma entrevista ao jornal La Stampa pelo procurador da República da Catânia, Carmelo Zuccaro. “Temos provas de que, entre algumas ONGs e os traficantes de seres humanos que estão na Líbia – explicou o magistrado –, há contatos diretos. Ainda não sabemos se e como utilizar processualmente essas informações, mas temos quase a certeza do que dizemos; telefonemas que partem da Líbia para algumas ONGs, faróis que iluminam a rota para os navios dessas organizações, navios que, de repente, desligam os transponders são fatos que já foram confirmados.”

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