Francisco nos Estados Unidos: popular, mas nem tanto

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Por: André | 23 Julho 2015

Popular, mas já não super popular como há um ano. Assim os estadunidenses veem o Papa Francisco, de acordo com uma pesquisa realizada entre os dias 08 e 12 de julho pelo Instituto Gallup.

A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada por Vatican Insider, 22-07-2015. A tradução é de André Langer.

Os resultados foram publicados nesta quarta-feira, 22 de julho, a dois meses da chegada do Pontífice aos Estados Unidos, por ocasião da viagem que, depois da etapa em Cuba, o levará a Nova York, Washington e Filadélfia. 59% dos estadunidenses estão a favor, 16% contra e 25% não têm opinião formada ou não ouviram falar sobre ele. É interessante comparar estes resultados com as pesquisas anteriores que o Gallup dedicou a Francisco.

Um mês depois da eleição, em abril de 2013, o Papa Bergoglio era visto favoravelmente por 58% dos estadunidenses, desfavoravelmente por 10% e 31% não tinham uma opinião formada ou não ouviram falar sobre ele.

A popularidade de Francisco aumentou em fevereiro de 2014, pois, segundo os dados do Gallup, nesse período 76% dos estadunidenses o viam favoravelmente, 9% desfavoravelmente e 16% não tinham uma opinião formada ou não ouviram falar sobre ele.

Como se pode ver, a popularidade de Francisco nos Estados Unidos, segundo a última pesquisa, parece ter voltado aos níveis dos primeiros meses depois da eleição. E a porcentagem dos que o veem desfavoravelmente aumentou, passando de 9% para 10% nas duas primeiras pesquisas para 16% desta última.

Ao analisar os diferentes grupos de entrevistados, pode-se ver que a popularidade de Francisco sofreu principalmente entre os católicos (que passaram de 89% para 71%, com uma diminuição de 18%) e entre os estadunidenses que se definem politicamente conservadores (passando de 72% para 45%, com uma diminuição de 27%). Entre os que se definem como liberais, a diminuição foi de 14% (os que viam o Papa Francisco favoravelmente eram 82% no ano passado e agora passaram para 68%). A diminuição foi mínima entre os que se definem como moderados.

A pesquisa consistiu em chamadas telefônicas para 1.009 adultos de 18 anos ou mais que moram nos 50 Estados do país, com uma margem de erro de mais ou menos 4% e um nível de confiabilidade de 95%. Como acontece com as pesquisas deste tipo, é preciso ter cautela antes de chegar a certas conclusões. Mas o que se pode afirmar é que provavelmente tanto os níveis mais elevados da popularidade de Francisco como os mais baixos de julho deste ano têm a ver com a imagem que se apresentou do Pontífice: o revolucionário que teria mudado toda a Igreja, somando-se ao programa da ordenação feminina, dos padres casados e da aprovação dos matrimônios entre pessoas do mesmo sexo; o Papa “marxista” inimigo da economia capitalista.

Como já aconteceu com os seus predecessores Bento XVI e João Paulo II, as porcentagens mudarão depois da sua viagem aos Estados Unidos, quando um número maior de cidadãos estadunidenses poderá acompanhar de perto as atividades e as palavras do Papa.

O Papa Ratzinger chegou a uma popularidade de 63% em abril de 2008, quando visitou os Estados Unidos, e depois diminuiu para 40% em 2010, em plena tempestade desatada pelos escândalos da pederastia entre o clero que o mesmo combateu com mãos de ferro.

Ao contrário, João Paulo II tinha uma popularidade de 78% em fevereiro de 2005, poucas semanas antes da sua morte.

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