27 Novembro 2018
O apelo lançado pela União Internacional das Superioras Gerais, por ocasião do Dia Mundial da não-violência contra as mulheres representa uma novidade sob muitos aspectos. Em primeiro lugar, é a primeira vez que dentro da Igreja uma instituição feminina – e a mais numerosa e importante – pronuncia-se sobre este assunto, assim se conectando com todas as outras que nestes dias se manifestaram a respeito. Pela primeira vez, então, a voz coletiva que se eleva é a das mulheres religiosas, geralmente silenciosas.
O comentário é de Lucetta Scaraffia, membro do Comitê Italiano de Bioética e professora da Universidade de Roma “La Sapienza”, publicado por L'Osservatore Romano, 26/27-11-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Mas o texto também contém outro elemento importante: um convite a todas as mulheres que sofreram ou sofrem violência para denunciar. Ou seja, comportar-se de uma maneira contrária àquela assumida até agora. A saúde mental das vítimas é, portanto, indicada como mais importante que a imagem de cada instituição.
As religiosas podem propor corajosamente esse comportamento porque sentem uma profunda compaixão em relação a cada vítima de abuso sexual. Como Jean-Jacques Rousseau havia escrito em meados do século XVIII, "nunca se lamentam nos outros os males dos quais não nos sentimos pessoalmente isentos". As mulheres sabem que são todas vítimas em potencial.
É por isso que a voz das mulheres, a sua experiência e, principalmente, a sua compaixão são indispensáveis na luta contra os abusos.
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