"A doutrina cristã é viva. A nossa fé é revolucionária", exorta Francisco em Florença

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

13 Novembro 2015

O Papa Francisco convidou a Igreja Católica a uma constante renovação e alertou contra uma fuga do mundo em sentido conservador. Ele disse isso perante cerca de 2.500 delegados do Congresso Nacional da Igreja Italiana na catedral de Florença.

A reportagem é da Katholische Nachrichten Agentur (KNA), 10-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Diante dos males ou dos problemas da Igreja, é inútil buscar soluções em conservadorismos e fundamentalismos, na restauração de condutas e formas superadas que nem sequer culturalmente têm a capacidade de serem significativas", disse Francisco.

"A doutrina cristã não é um sistema fechado, incapaz de gerar perguntas, dúvidas, interrogações, preocupações, dúvidas, mas é viva, sabe inquietar e animar." O papa advertiu a Igreja contra a tentação de cair na defensiva por medo de perder alguma coisa.

Ele repetiu a sua já famosa frase, dizendo que prefere uma Igreja suja e acidentada, por estar em saída pelas ruas, do que uma Igreja doente por estar trancada.

Como pilares do futuro da Igreja, Francisco indicou humildade, renúncia a interesses pessoais e a tensão à bem-aventurança, sentimentos que foram vividos por Jesus. De acordo com as palavras do papa, esses sentimentos se realizam no abaixamento no serviço ao próximo, em particular aos pobres, e não em colocar a própria confiança em estruturas tradicionais. "O nosso dever é trabalhar para tornar este mundo um lugar melhor e lutar."

O Papa Francisco falou expressamente da "opção pelos pobres", um conceito que vem da teologia da libertação latino-americana. "A nossa fé é revolucionária por um impulso que vem do Espírito Santo." O amor ao próximo e a oração são as chaves de um humanismo cristão.

O papa convidou a Igreja italiana ao diálogo com todas as forças sociais. "Dialogar não é negociar", disse. A Igreja deve, antes, se orientar para construir juntos o bem da sociedade com as forças políticas, econômicas, tecnológicas e das mídias.

"A nação não é um museu, mas uma obra coletiva em permanente construção, em que devem ser postas em comum justamente as coisas que diferenciam, incluindo os pertencimentos políticos e religiosos."

O 5º Congresso Nacional da Igreja Italiana se reúne entre os dias 9 e 13 de novembro de 2015, em Florença, sobre o tema: "Em Jesus Cristo, um novo humanismo".