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A “santa ira” dos “ais” e a capacidade de indignar-se. Artigo de Geraldo Luiz De Mori

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22 Fevereiro 2025

"A advertência, no atual cenário mundial e nacional, é a de não se deixar manipular pelas narrativas que buscam naturalizar a exploração dos mais pobres, dos que sofrem todo tipo de preconceito, dos que necessitam do reconhecimento de sua dignidade inalienável", assinala Geraldo Luiz De Mori, SJ, professor e pesquisador no departamento de Teologia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte. 

Eis o artigo. 

“Ai dos que juntam casa a casa [...]. Ai dos que madrugam cedo para correr atrás de bebidas fortes [...]. Ai dos que se apegam à iniquidade [...] Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem mal [...] Ai dos que são sábios a seus próprios olhos [...] Ai dos que absolvem o ímpio mediante suborno [...]” (Is 5,8-23).

Alguns desdobramentos da atual situação geopolítica mundial, e de suas repercussões no Brasil, chamam a atenção nesses primeiros meses de 2025. Desde que assumiu o novo mandato como Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump não cessa de propor medidas que visam redesenhar consensos estabelecidos após a II Guerra Mundial ou após a queda do Muro de Berlim. O modelo “democrático”, por tanto tempo defendido por seu país e vários países europeus e dos demais continentes, já não é mais visto como capaz de manter a hegemonia estadunidense, não só do ponto de vista político, mas também econômico, pois a China parece já estar próxima de ultrapassar o Produto Interno Bruto (PIB) da nação que por tanto tempo dominou o cenário mundial.

Muitos se perguntam, mas por que a teologia tem que se envolver com questões políticas, ou por que ela se pronuncia sobre problemáticas tão “mundanas” como a economia, o meio ambiente, a vida em sociedade? Não é sua vocação ocupar-se apenas das questões relacionadas a Deus, à vida espiritual ou à transcendência? Alguns até invocam o ditado de Jesus “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21), para confirmar o mal estar que provam diante dos pronunciamentos e discursos vindos de setores das igrejas cristãs taxados então de “comunistas” ou desviantes da fé.

Desde o Concílio Vaticano II a Igreja pede que cada geração seja capaz de ler os “sinais dos tempos”, discernindo neles os apelos de Deus, para que ela continue sendo no mundo sinal e sacramento da união dos seres humanos entre si e deles com Deus. Nesse sentido, portanto, tudo o que, de alguma maneira, tem a ver com as “alegrias e esperanças, tristezas e angústias” dos homens e mulheres de cada tempo (GS 1), deve sim preocupar a Igreja e a teologia enquanto inteligência reflexa da fé.

Esse olhar sobre a realidade é constitutivo da fé bíblica, como mostra o primeiro relato da criação, que faz com que a obra de cada dia seja seguida por um olhar divino: “e Deus viu que era bom” (Gn 1,1-2,4a). Mas o olhar divino não vê somente o que é bom, mas também aquilo que parece não cumprir a vocação para a qual cada coisa e cada ser foram criados. É o que narra o livro do Êxodo, segundo o qual “Deus viu o sofrimento de seu povo, ouviu seu clamor, compadeceu-se e desceu para o libertar” (Ex 3,7-10). Esse olhar divino, que também é uma escuta, que vai ao coração, traduzindo-se em ação, perpassa todos os textos bíblicos.

Os profetas, dentre os escritores bíblicos, recorrem a ameaças, visando à conversão. Muitos textos bíblicos falam da “ira divina” e outros recorrem aos “ais”, em tom ameaçador, como o de Is 5,8-23. O próprio Jesus invocou vários “ais” contra os fariseus (Mt 23-32), mas também, no discurso da planície em Lucas, dirigido aos ricos, aos que estão saciados, aos que riem e aos que são elogiados (Lc 6,24-26). Paulo, por sua vez, em sua leitura da pecaminosidade universal, proposta na carta aos Romanos, fala que a ira divina se manifesta contra os pagãos e os judeus (Rm 1,18-2,11).

O olhar teológico sobre o mundo deve então, ao mesmo tempo, ser capaz de perceber o que nele existe de bondade, beleza, santidade, mas também de maldade, feiúra e pecado. Esse olhar não pode se reduzir a ser mera fruição estética nem tampouco mera condenação ética. Como o olhar divino, ele é capaz de reconhecer o que há de salvífico no mundo e o que ainda precisa de conversão para conformar-se à vocação para a qual tudo o que foi criado existe: a comunhão, a harmonia, a paz sabática.

No discurso que Jesus realiza na planície, segundo Lucas, a vida plena ou realizada é identificada com os “pobres”, os “famintos”, os “que choram”, os que são “desprezados ou humilhados” (Lc 6,20-23). A essa vida, dita “bem aventurada”, se contrapõe a vida sobre a qual recaem os “ais”: os “ricos”, os que estão “saciados”, os que “riem”, os que são “elogiados” (Lc 6,24-26). Aplicando esses critérios ao que acontece no mundo de hoje, é possível, por um lado, perceber como esses valores evangélicos são como que simplesmente ignorados e eliminados pelos que se arvoram em “donos do mundo”.

Dentre as primeiras decisões do mandatário da Casa Branca, por exemplo, se encontra a descontinuidade da agência que oferecia ajudas a vários tipos de “pobrezas”, de “fomes”, de “choros”, de “humilhações”: a USAID. O que Jesus considera bem aventurança é o que ele e muitos dos que o apoiam consideram maldições, pois o que importa é a supremacia de seu país frente aos que a ameaçam, o sucesso de seus negócios e o das grandes fortunas que apóiam sua forma de pensar a organização econômica do mundo. A essa decisão se acrescentam as de sua geopolítica para solucionar os conflitos, que consiste em apoiar o agressor, como no caso da guerra na Faixa de Gaza e a guerra na Ucrânia. E o curioso é que muitos aplaudem esse tipo de orientação, que suprime todo esforço de diálogo em busca da paz e não se preocupa em abrir caminhos que levem, ao longo do tempo, a sanar feridas, buscando a reconciliação.

Voltando o olhar para os debates políticos que acontecem no Brasil nas últimas semanas, chama a atenção, por um lado, todas as discussões que ocorrem na Câmara dos Deputados e no Senado Federal após a eleição das presidências das duas casas, associadas com todas as revelações dos escândalos de desvios do orçamento secreto. Por outro lado, o que mobiliza a atenção da mídia nos últimos dias é a denúncia protocolada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e o grupo que com ele preparava um golpe de estado, o assassinato do Presidente Lula, de seu Vice, Alkmin, e do ministro Alexandre de Moraes. Por detrás de todos esses debates encontram-se disputas de narrativas, já tendo em vista as eleições de 2026, muitos grupos cortejando as aparentes soluções fáceis de lideranças autoritárias que têm se destacado no cenário mundial, das quais faz parte o ex-Presidente tornado inelegível.

Sob muitos pontos de vista, o texto de Is 5,8-23, com as advertências dos diferentes “ais”, é, mais do que nunca atual e necessitaria ser meditado por quem se diz herdeiro da tradição profética da Bíblia Hebraica. É o que faz Jesus em Lc 6,24-26, de extrema atualidade. Nao se trata de pregar o ódio ao rico, a quem está bem alimentado, a quem se alegra e se sente valorizado e reconhecido. Trata-se de ouvir a advertência. Certamente os ricos do mundo não estão nem aí para essas questões ou manipulam os textos bíblicos com leituras totalmente contrárias ao que que lhes é constitutivo. E a advertência, no atual cenário mundial e nacional, é a de não se deixar manipular pelas narrativas que buscam naturalizar a exploração dos mais pobres, dos que sofrem todo tipo de preconceito, dos que necessitam do reconhecimento de sua dignidade inalienável. Soluções fáceis no campo da política só produzem o horror. É o que mostram os sistemas fascistas e comunistas que dominaram a Europa e parte da Ásia na primeira metade do século XX. É o que mostram muitos países que recorrem a esse modelo na atualidade, numa tentativa de fustigar a memória dos inocentes, que ainda clamam aos céus, pedindo, justamente, que seus gritos sejam ouvidos, não só por Deus, mas por todos os que se dizem filhos/as dele, que são chamados a reconhecerem-se irmãos/ãs.

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