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Da terra ao céu. Artigo de Geraldo Luiz De Mori

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14 Mai 2021

 

"Deus não criou o mundo e o ser humano para o sofrimento e a humilhação. Seu “descer” é um comprometer-se com o mundo, ou seja, um acolher tudo o que é da condição humana, para que ela, assumindo o que é, dê outro sentido à sua busca de plenitude. O subir ao céu, celebrado na festa da Ascensão, é uma síntese dos dois movimentos, que não nega nada do que é nossa condição de “carne”, mas a eleva à plenitude", escreve Geraldo Luiz De Mori, SJ, professor e pesquisador no departamento de Teologia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE, em artigo publicado por FAJE, 14-05-2021.

 

Eis o artigo.

 

“Não matarás!” (Ex 20,13)

 

A liturgia de grande parte das igrejas cristãs celebra, na quinta-feira, 13 de maio, ou seja, 40 dias depois da páscoa, a festa da ascensão do Senhor. No Brasil esta festa litúrgica foi transferida para o domingo. Ela evoca um dos aspectos do mistério pascal, o da glorificação do Crucificado, figurada na imagem da “subida ao céu”. Essa imagem foi uma das primeiras a serem forjadas na linguagem do Novo Testamento. Na verdade, para falar da ressurreição de Jesus, as comunidades primitivas recorreram a três metáforas: a do despertar ou levantar-se (= ressuscitar), a da elevação (ascensão) e a da vida (o Ressuscitado como Vivente). Nos escritos neotestamentários, essas metáforas, recorrendo a registros distintos, buscam dar conta da nova situação em que se encontra Jesus. Ao longo dos séculos, na pregação e na liturgia, predominou o primeiro registro, o de que o Crucificado ressuscitou, ou seja, foi levantado/despertado da morte. No registro da ascensão, busca-se apontar o caráter de plenitude ao qual ele foi alçado, e isso é dito com a imagem da elevação ao céu e do sentar-se à direita de Deus. Enfim, na linguagem que fala da nova situação como de vida, tenta-se dar ênfase àquilo que parece o bem mais precioso que a humanidade tinha perdido com o pecado: a vida eterna, que não se acaba.

A metáfora da “subida ao céu” recolhe, talvez, uma das aspirações mais profundas da existência humana enquanto busca de plenitude. Desde os tempos imemoriais, quando o sentido religioso foi despertado no coração humano, o olhar para o céu, o elevar preces a Deus, unidas muitas vezes aos sacrifícios, para que Deus fosse favorável, faz parte dessa dimensão religiosa ou de busca de sentido radical, constitutiva da humanidade. Muitas leituras críticas dessa dimensão religiosa do ser humano veem nesse desejo de subida uma fuga do que é próprio da vida: sua finitude, que se expressa no sofrimento e na morte. A fé cristã, apesar de ainda utilizar-se da metáfora da subida ao céu, promove sua inversão radical. Num dos hinos litúrgicos mais antigos do cristianismo, o de Fl 2,6-11, que também é retomado no texto de Jo 1,14, inverte o sentido da metáfora. Ao invés do movimento da ascensão privilegia o do descenso, que seria constitutivo do próprio Deus. Segundo alguns teólogos, nesta inversão radical encontra-se o específico do Deus cristão e, sob muitos pontos de vista, também deveria caracterizar a existência de quem nele crê.

Com efeito, o hino de Fl 2,6-11 é antecedido pelo versículo 5, chamando o leitor a “ter o mesmo sentimento de Cristo Jesus”. Em seguida é introduzido o hino, que evoca a condição na qual ele estava (“condição divina”), e como, não se apegando a ela, “esvaziou-se a si mesmo”, assumindo a condição de “servo” e tomando a “semelhança humana”, “humilhando-se até a morte e morte de cruz”. Tudo aquilo que o ser humano mais abomina, ou seja, esvaziar-se, tornar-se submisso (servo), morrer, e da forma mais cruel e humilhante, que era a da morte na cruz, tudo isso é assumido por Cristo Jesus. Em Jo 1,14, aquilo que para muitos é o limite da condição humana, a saber, seu ser “carne”, é assumido pelo Verbo divino, que existe desde o princípio em Deus e por quem tudo existe. Aquele que está na origem de tudo é capaz de “descer”, de humilhar-se, de tornar-se aquilo que ele criou. O movimento próprio da humanidade, que é o de voltar-se para o alto, para o céu, para dele tudo pedir e esperar, é chamado a ressignificação à luz desta inversão cristológica. Que sentido tem então celebrar a ascensão de Jesus no tempo pascal?

A época da patrística interpretou os dois movimentos de modo muito interessante, que precisa ser redescoberto nos dias de hoje. Ela viu no movimento divino uma “capacidade de humanizar-se (Deus “capax hominis”) e na busca humana a capacidade de divinizar-se (homem “capax Dei”). Muitas espiritualidades são marcadas somente pelo movimento “ascendente”, culminando, em geral, num espiritualismo de fuga do mundo, esquecendo-se do movimento “descendente”, que corrige todo escapismo do mundo, com seus complexos processos sociais, políticos, econômicos, culturais, éticos, e que devem implicar um compromisso em “transfigurar o mundo”, ou, para dizer como o diz a Sagrada Escritura: tornar-se carne. Deus não criou o mundo e o ser humano para o sofrimento e a humilhação. Seu “descer” é um comprometer-se com o mundo, ou seja, um acolher tudo o que é da condição humana, para que ela, assumindo o que é, dê outro sentido à sua busca de plenitude. O subir ao céu, celebrado na festa da Ascensão, é uma síntese dos dois movimentos, que não nega nada do que é nossa condição de “carne”, mas a eleva à plenitude. O Cristo glorificado, como o mostra a iconografia cristã, leva consigo as marcas de sua e nossa humanidade, expressas nas chagas deixadas por sua crucifixão.

No dia 6 de maio, o Brasil assistiu estarrecido à chacina do Jacarezinho, que resultou na morte de 28 pessoas, envolvidas no tráfico de drogas no bairro, segundo a polícia civil, autora da operação. Além do horror do crime em si, o que chamou a atenção nas horas que se seguiram à operação, foi a justificativa de quem a comandou e das instâncias do governo do estado: “eram criminosos”. A execução de pessoas sem nenhum processo é crime e deve ser investigada. A pena de morte não está prevista na Constituição Federal, apesar de ter se tornado uma prática comum nas forças de ordem e nas milícias que se tornaram o pesadelo de muitos moradores das cidades e do campo no país. O episódio do Jacarezinho e sua justificativa são a expressão de uma violência que se banalizou, tornando-se a expressão do que comumente o magistério dos últimos Papas tem chamado “cultura de morte”. Ela não se encontra somente nos “violentos” e seus apoiadores, mas também em quem se omite, como que naturalizando a violência e o crime.

Os poetas judeus do exílio expressaram no Salmo 137 um sentimento muito profundo que deveria calar na alma de todos os que se dizem cristãos e cristãs no Brasil, ao celebrarem a festa da Ascensão em 2021: “Como entoar um cântico ao Senhor em terra estranha?” Sim, como celebrar a plenitude do Crucificado glorificado diante dos corpos chacinados do Jacarezinho? Nenhum cântico pode ser elevado a Deus a não ser o de uma profunda comoção, que nos leve de novo à escuta do mandamento dos mandamentos: “Não matarás!” (Ex 20,13).

Por pior que seja uma pessoa, por mais terríveis que tenham sido seus crimes, quem é verdadeiramente humano, segundo o mistério revelado em Jesus de Nazaré, não pode compactuar com nenhuma forma de violência, não pode naturalizar a pena de morte, não pode aceitar a expressão “bandido bom é bandido morto”. Quem se diz cristão tem que de novo meditar o mistério do Deus que se humilha e desce, tomando a condição de servo, assumindo nossa carne, para que o servo seja exaltado e a carne glorificada. Toda a humanidade é chamada a conhecer essa plenitude, também a que de muitas maneiras se transviou, enveredando-se pelo caminho do crime. Deus acredita no ser humano. A exaltação do Cristo, celebrada na Ascensão, é sua aposta divina em nós, para que, por pior que sejam nossos pecados, possamos descobrir que “Deus é maior do que nosso coração” e do nosso pecado (1Jo 3,20). Ele quer que experimentemos isso não só em relação a nós mesmos, mas também em relação aos outros. Por piores que sejam seus erros e crimes, Deus quer que eles se salvem. E nós somos seus colaboradores nisso.

 

Leia mais

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  • O testemunho do papa Francisco. Artigo de Dom José Tolentino de Mendonça, Maria Clara Bingemer e Geraldo De Mori
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