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08 Setembro 2023

A máquina pensa com mais eficácia do que nós. Porque não duvida. Não é agitada pela dúvida. E exclui que as regras possam ser violadas.

A opinião é do filósofo italiano Massimo Cacciari, ex-prefeito de Veneza, em artigo publicado por La Stampa, 05-09-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

É paradoxal, mas também facilmente compreensível, que nos momentos mais críticos, mais difíceis de lidar, quando as contradições se multiplicam objetivamente, e cada tentativa de resposta levanta mais problemas, crescem exponencialmente a necessidade de segurança e a tentação de confiar nas trombetas do Juízo tocadas por quem sabe quem é bom e quem é mau, quem diz a verdade e quem diz a falsidade, quem está certo e quem está errado.

Quanto mais a situação tornaria necessárias análises realistas e a busca de mediações igualmente realistas para se chegar a algum pacto (que não será a paz, mas poderia pelo menos fazer cessar os massacres), mais se difunde a propaganda camuflada de Verdade que nos incita a nos alinharmos no front sem questionamentos.

É difícil ser Karl Kraus em tais situações – aquele vienense esquecido que, no meio da Guerra Mundial que marcou o suicídio da Europa, condenava a política de seu Império e os gestos de seus generais. Quanto mais precisamos de crítica e autocrítica, mais recorremos a quem nos tranquiliza e gostaria de tirar de nós toda a dúvida.

Discurso muito antigo – vocês se lembram do mito platônico da caverna? Seus habitantes estão bem confortáveis ​​no fundo de suas certezas, acorrentados a elas, e ai de quem vier perturbá-los. É uma pena que pensar se chame “cogitar”, isto é, agitar. Quando os tempos ficam difíceis, quando nos sentimos jogados neles, órfãos das ideias sobre as quais nos orientávamos antigamente, sempre tendemos a esquecer disso. E, então, acreditamos que pensar significa superar a dúvida, silenciá-la, que o pensamento só vale quando expressa certezas. Acreditamos que primeiro vem a dúvida, e depois o pensar, quase para nos livrarmos dele.

Temo que, em vez disso, o oposto seja verdadeiro. Pensar é também sentir, perceber; o nosso cérebro pensa no exato momento em que vai se formando. O nosso cérebro pensa sempre. Os habitantes daquela caverna certamente também pensam, exatamente como nós. Mas não duvidam. Penso e, portanto, sou algo que pensa. A substância que sou é “agitada” de todos os modos pelo pensar (pelo sentir, pelo perceber e por toda forma de afeto). No entanto, a própria forma do fato de sermos animais dotados de razão se expressa na capacidade de duvidar. Nos dubitantes.

Pensamos, entramos pensando em relação entre nós e com a natureza fora de nós, à qual pertencemos, e depois, quanto mais somos conscientes do que pensamos, mais interrogamos a sua substância, mais duvidamos.

Será que a nossa ciência, isto é, a nossa civilização se desenvolveu por outro caminho? Entretanto, nas grandes transformações, esperamos dela apenas certezas consoladoras. E sempre se encontram os chamados especialistas prontos para nos fornecer isso de forma barata e para transformar seus saberes em instrumentos de propaganda política.

Esse discurso não tem a ver apenas com a forma como a opinião pública enfrenta hoje as diversas emergências (que tais não são, mas representam antes os sintomas de mutações radicais de estado – e ninguém sabe quanto tempo durarão e quais novas ordens econômicas, sociais e políticas produzirão. Por isso, a virtude da dúvida deveria ser sempre exercida, e as nossas posições, apresentadas na forma de conjecturas).

Esse discurso revela toda sua concretude quando nos voltamos à mutação social e cultural induzida pela aplicação em escala universal das novas tecnologias. Uma ideia, que também é projeto político, regula e orienta todas elas: a de que a inteligência chamada a governar as relações de produção, a organização do trabalho vivo, a administração da coisa pública é artificial. A máquina hoje sabe calcular infinitamente melhor do que a inteligência natural. E, por isso, também sabe prever com base no estado de fato. Prever, isto é, extrapolando a partir dos dados a disposição e com base na inviolabilidade das regras do jogo. A máquina pensa com mais eficácia do que nós. Porque não duvida. Não é agitada pela dúvida. E exclui que as regras possam ser violadas. Não deve existir um “rebelde” para que tudo funcione. Mas “rebelde” é sobretudo aquele que duvida, não um romântico ladrão.

Imanente ao nosso pensar é a faculdade de poder duvidar, e experimentamos continuamente como a dúvida pode nos parar, nos levar a refletir, a mudar de rumo. A inteligência artificial pode falhar – e talvez autorreparar-se, e talvez nos avisar que “sofre” com sua falha – mas não parar para duvidar. É a esse modelo que devemos nos voltar?

A Técnica é sempre mais do que técnica – e hoje seu desenvolvimento ocorre de acordo com essa ideia de inteligência e de trabalho. A ideia de uma inteligência que não duvida, que não prevê rupturas de continuidade, que integra em si todas as atividades humanas, as mesmas da criatividade científica.

Por outro lado, é extraordinária, se quisermos pensar duvidando, a analogia entre esse processo e a remoção da nossa mente de toda imagem do fato de sermos mortais. A morte é apresentada aos montes, suas imagens nos assaltam em massa, confusas, para serem esquecidas o mais rápido possível. Não queremos de forma alguma cuidar dela, refletir sobre nós e sobre o que fizemos todos os dias como se fosse o último.

Exatamente assim com a inteligência artificial, ou talvez com a inteligência tout court quando for toda artificial: a máquina não morre, talvez saberá que pode falhar ou quebrar, mas não será assaltada pela dúvida que sempre nos acompanha (ou nos acompanhava?) quando refletimos sobre a nossa morte: como vivemos? Fomos dignos também desse fim? É essa passagem para o nado ou um trânsito para outro lugar?

A inteligência artificial não deve ser agitada por tais dúvidas para funcionar. E nós? Acreditamos que duvidar e pensar na morte constituem obstáculos incômodos ao bom funcionamento do sistema, um resíduo já supérfluo de uma era humana do passado?

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