04 Abril 2019
Em 7 de abril de 2014, o sacerdote jesuíta foi sequestrado por homens armados, espancado e executado em Homs. Durante os cerca de 50 anos que passou na Síria, tentou manter unida a comunidade local, composta de cristãos e muçulmanos. Durante a guerra civil, sua residência se tornou o refúgio de muitas pessoas.
A reportagem é publicada por AsiaNews, 03-04-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Frans Van der Lugt | Foto: Jesuítas Itália
No próximo 7 de abril terão transcorrido cinco anoso do assassinato do sacerdote jesuíta padre Frans Van der Lugt, que morreu aos 75 anos, dos quais cerca de 50 passados na Síria. Para honrar a memória do sacerdote morto em Homs, os padres jesuítas dos Países Baixos e da Flandres realizaram um curta de animação. O filme foi produzido em nove idiomas: inglês, árabe, francês, alemão, espanhol, polonês, português, italiano e holandês.
Nascido em 10 de abril de 1938 nos Países Baixos, padre Van der Lugt ingressou na Companhia de Jesus em 7 de setembro de 1959 e foi ordenado em 29 de maio de 1971. Ele fazia parte da Província jesuíta do Oriente Próximo. O padre chegou à Síria em 1966, depois de ter passado dois anos no Líbano estudando a língua árabe. Durante todos os anos passados na Síria, padre Van der Lugt tentou manter unida a comunidade local, composta por cristãos e muçulmanos. Com a eclosão da guerra civil, em 2011, a residência jesuíta de Homs tornou-se o refúgio de muitas pessoas cujas casas foram destruídas pela violência, e um lugar onde compartilhar o pouco alimento e água disponíveis na cidade.
Em fevereiro de 2014, a AsiaNews divulgou seu apelo sobre a situação da população de Homs, marcada pela fome, transtornos psíquicos devidos aos bombardeios e à insegurança e à falta de remédios. O sacerdote informava também que, de toda a comunidade cristã outrora presente em Homs - cerca de 60 mil pessoas - restavam apenas 66. O padre Van del Lugt nunca quis abandoná-la. Em uma entrevista alguns meses antes de morrer, ele disse: "O povo da Síria me deu tanto, tanta gentileza, inspiração e tudo que eles têm. Se agora o povo sírio sofre, quero compartilhar com eles a dor e as dificuldades". Na cidade da Síria oriental, o sacerdote holandês encontrou o martírio: em 7 de abril de 2014, ele foi sequestrado por homens armados, que o espancaram e executaram com duas balas na cabeça.
No filme, é dada voz ao padre Van der Lugt na forma de um monólogo, que é um apelo urgente a todo ser humano, para que não deixe a última palavra ao ódio. "Até o meu último suspiro, tive esperança que o ódio, a luta e a dor parassem." As palavras repercorrem seu fim improviso. De um lado, a esperança, do outro, a morte: "Como se tudo tivesse parado. E mesmo assim, vamos em frente. Sim, vamos em frente. [...] Porque o amor continua! Simplesmente continua".
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Um filme para recordar padre Frans Van der Lugt, morto em Homs cinco anos atrás - Instituto Humanitas Unisinos - IHU