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22 Outubro 2025

Diante da queda global do serviço de dados da multinacional norte-americana, a autora propõe que a Espanha crie seu próprio Fundo de Infraestruturas Digitais Públicas.

O artigo é de Tesh Sidi, deputada da Sumar e engenheira informática, 21-10-2025.

Eis o artigo. 

Quando eu ainda era adolescente, embora agora pareça um tempo distante, fazíamos aulas de datilografia na disciplina de tecnologia e guardávamos nossos documentos do Word em um quadrado preto: o disquete. Não posso dizer que me impressionasse muito. Aquilo não despertava em mim nenhuma inquietação, era apenas mais uma tarefa. Enquanto eu olhava para a tela e o cursor piscando, minha mãe continuava fiel a seus rolos de filme, indo duas vezes por ano à fotógrafa da rua principal de nosso pequeno povoado, Banyeres de Mariola. Cada rolo guardava segredos: fotos minhas em campos de refugiados, retratos de família, verões desajeitados aprendendo a nadar, ou melhor, a não me afogar. Lá, no laboratório da fotógrafa, as lembranças tinham forma, peso e cheiro. Cada rolo revelado era quase uma biografia em miniatura.

Quando lhe demos uma câmera digital de presente de Natal, achei que ajudá-la a organizar as fotos seria fácil. Eu passava as imagens para disquetes de um giga, depois para CDs, depois para pendrives, “o chuflo”, como ela os chamava, sempre com a sensação de estar apenas mudando seus registros de lugar, sob a ameaça constante de perdê-los. A cada novo suporte, o aprendizado precisava recomeçar, e ela dizia, entre risadas e resignação: “isso é inventado só pra me atrapalhar”. Eu ria, mas com o tempo percebi que ela tinha razão: cada salto tecnológico não era uma promessa de liberdade, mas uma mudança forçada, e o que minha mãe vivia em pequena escala era uma metáfora perfeita do que hoje ocorre conosco em relação aos nossos dados.

Pouco antes de eu ir para a universidade, chegou a nuvem. Esse conceito abstrato prometia armazenamento ilimitado e acesso de qualquer lugar, mas para minha mãe virou um território estranho: “onde estão minhas fotos?”, perguntava-me. Cada senha esquecida era um pequeno drama; cada falha do sistema, um lembrete de que aquilo que ela havia confiado a empresas estrangeiras já não estava sob seu controle. Suas lembranças haviam passado de uma prateleira física para um espaço alugado e etéreo, e ela sentia, sem saber, o mesmo vertigem que hoje sentimos diante do big data: tudo o que consideramos nosso pode ser suspenso, apagado ou retido por terceiros. Essa transformação invisível, do tangível ao imaterial, do próprio ao alugado, reflete-se em larga escala em nossa administração pública.

Entregar dados ou infraestrutura a terceiros é entregar o controle, e também a soberania.

Na última segunda-feira, uma falha global da Amazon Web Services (AWS) deixou meio planeta sem serviço por horas: bancos, videogames, plataformas de streaming, aplicativos de pagamento. Um único centro de dados na Virgínia bastou para que, na Espanha, caíssem BBVA, Santander, Prime Video, Duolingo e Alexa, o assistente virtual da própria Amazon. Ainda que o incidente tenha parecido um “infarto tecnológico” do gigante AWS, tecnicamente foi apenas um microproblema. A falha ocorreu apenas na região US-EAST-1, uma das mais usadas pela empresa, e foi resolvida em poucas horas. Graças à estrutura global e redundante da Amazon, que replica cada fazenda de servidores em várias regiões do mundo, o serviço foi rapidamente restabelecido.

A dependência é tão absoluta que um único erro pode paralisar a economia digital. Lembro-me de quando trabalhava para grandes bancos espanhóis: confiavam cegamente em servidores norte-americanos, como se quisessem ignorar os mesmos riscos que eu via minha mãe enfrentar para não perder suas fotos. Não há diferença, entregar dados ou infraestrutura a terceiros é entregar o controle, e também a soberania.

Enquanto continuamos a delegar, perpetuamos o modelo de vender nossa soberania digital em partes, sob os slogans “infraestrutura como serviço” ou “software como serviço”. O último exemplo veio de Ayuso, que, do Texas, anunciou um laboratório público de dados e inteligência artificial em parceria com a multinacional norte-americana Cloudera, muito semelhante à Amazon. Apresenta-se como eficiência e segurança, mas, na prática, é o mesmo padrão: entregar dados públicos e privados a empresas estrangeiras. Pergunto-me se alguém pensou no que aconteceria se a plataforma falhasse, se registros fossem perdidos ou se as condições de uso mudassem. A metáfora retorna: é como se minha mãe tivesse confiado todos os seus álbuns de fotos a um serviço remoto e precisasse ligar para alguém em outro país toda vez que quisesse ver uma lembrança.

Cada dia sem investir em infraestrutura pública é outro disquete, outro pendrive, outra nuvem perdida que nos lembra o quão frágil é nossa memória digital coletiva.

Enquanto isso, a Espanha pouco discute soberania digital. Desde a instituição, posso dizer que, nesta legislatura, debatemos apenas três propostas relacionadas à digitalização. Três. A imprensa não se interessa, o Congresso tampouco. E o mundo segue avançando, enquanto ficamos para trás. Cada dia sem investimento em infraestrutura pública é outro suporte perdido que nos lembra o quão vulnerável é nossa memória digital coletiva.

Por isso, proponho que a Espanha crie seu Fundo de Infraestruturas Digitais Públicas, inspirado em iniciativas europeias e em trabalhos como os da OPEN Future, do Fundo de Tecnologia Soberana da Alemanha, do PublicCode e do portal espanhol de dados abertos. A ideia é clara: construir um ecossistema digital público, interoperável e democrático. Infraestruturas digitais públicas que permitam a instituições, cidadãos e projetos cívicos comunicar-se, organizar-se e acessar informações sem depender de gigantes comerciais. Espaços que respeitem os valores europeus e promovam soberania digital. Que o financiamento, como princípio, assegure que o código e as ferramentas desenvolvidas sejam abertos, maximizando a interoperabilidade e a participação cidadã.

É hora de deixar de ser meros reguladores e passar a ser construtores da nossa própria soberania digital.

Investir nesses espaços teria impacto social, ao empoderar a cidadania e reduzir a dependência tecnológica, e também impacto econômico: criaríamos oportunidades, fortaleceríamos o ecossistema digital e protegeríamos nossa democracia frente a monopólios estrangeiros. É hora de deixar de ser simples reguladores e passar a construir nossa própria soberania digital.

E, no fim das contas, volto à minha mãe e aos seus rolos de filme. Penso em como suas lembranças sempre buscaram um espaço seguro, tangível e acessível. Esse mesmo impulso é o que precisamos hoje: proteger nossa memória digital, garantir que seja nossa, que possamos acessá-la sem intermediários estrangeiros e assegurar que nossa soberania e liberdade não dependam de ninguém. Como nas minhas primeiras fotos de verão, precisamos de um lar confiável para o que mais valorizamos, só que, desta vez, o lar deve ser digital, público e democrático.

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