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Por que o Papa Leão XIV deve decepcionar. Artigo de Andreas G. Weiß

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27 Setembro 2025

"Um milagre, por assim dizer, era esperado de Leão XIV. Muitos esperavam que ele resolvesse os debates estagnados sobre moralidade sexual, ordenação de mulheres e celibato obrigatório com um golpe. Outros viam nele o visionário carismático que tiraria a Igreja de sua crise de credibilidade. Qualquer um que crie imagens tão exageradas está fadado a se decepcionar. Reinhold Niebuhr descreveu isso sobriamente: Expectativas excessivas em relação a instituições ou líderes levam inevitavelmente ao fracasso, porque ignoram as limitações humanas e estruturais. A decepção é, portanto, menos um fracasso do Papa do que um retorno à realidade após uma fase de autoengano coletivo", escreve Andreas G. Weiß, teólogo e filósosfo alemão, em artigo publicado por Katholisch.de, 26-09-2025.

Eis o artigo.

No romance "O Idiota", de Dostoiévski, a sociedade de São Petersburgo recebe um soldado que retorna, o Príncipe Míchkin, com julgamentos precipitados. Por não se enquadrar nas categorias de força e poder, ele é rapidamente considerado muito quieto, muito fraco, muito distante do mundo. Eles o veem apenas como um déficit, não como a possibilidade de outra forma de presença. No entanto, é aí que reside o ponto central do romance: o que parece ser fraqueza se revela como outra maneira mais profunda de responder à realidade. Dostoiévski usa a literatura para mostrar como os julgamentos precipitados surgem — e como são difíceis de corrigir posteriormente.

A situação com o Papa Leão XIV não é muito diferente no momento. Com apenas meio ano de mandato, muitos já parecem saber para onde ele está indo: sem novos começos, sem coragem, sem sinal. Manchetes, comentários e editoriais repetem esse veredito — como se o pontificado já tivesse terminado antes mesmo de começar. Algumas análises dão a entender que não há sentido em nem sequer tentar levar Leão XIV a sério como um farol de esperança. O veredito é: um homem de continuidade, um guardião de velhas estruturas, excessivamente intransigente em suas decisões, excessivamente cauteloso em suas palavras.

Mas essa decepção diz menos sobre o próprio Papa do que sobre aqueles que estão decepcionados. Pois a decepção não é um diagnóstico neutro, mas o momento em que uma ilusão se desfaz. Niklas Luhmann enfatizou que as decepções são "eventos de comunicação": elas tornam visíveis as expectativas previamente construídas. Aqueles que estão decepcionados revelam, assim, os anseios e as imagens que projetaram — e as expectativas que não puderam ser realizadas.

Ilusões e suas desvantagens

A Igreja Católica é mestre em criar tais projeções. Durante séculos, o papado foi compreendido não apenas como uma função de liderança, mas também simbolicamente elevado — como a personificação da unidade, às vezes até mesmo como a personificação da própria Igreja. Cada papa assume um cargo já sobrecarregado de expectativas devido à bagagem histórica e às atribuições culturais.

Cada papa se torna uma superfície de projeção para desejos que vão muito além do que um ser humano pode realizar. Sigmund Freud teria falado de projeção — a transferência inconsciente dos próprios desejos para uma figura estranha. Hans Blumenberg, em seu "Trabalho sobre o Mito", nos lembra que as ilusões têm uma função antropológica: oferecem orientação, fornecem apoio e estruturam esperanças. Mas quando a realidade falha em realizar essas ilusões, o sonho se transforma em decepção.

Um milagre, por assim dizer, era esperado de Leão XIV. Muitos esperavam que ele resolvesse os debates estagnados sobre moralidade sexual, ordenação de mulheres e celibato obrigatório com um golpe. Outros viam nele o visionário carismático que tiraria a Igreja de sua crise de credibilidade. Qualquer um que crie imagens tão exageradas está fadado a se decepcionar. Reinhold Niebuhr descreveu isso sobriamente: Expectativas excessivas em relação a instituições ou líderes levam inevitavelmente ao fracasso, porque ignoram as limitações humanas e estruturais. A decepção é, portanto, menos um fracasso do Papa do que um retorno à realidade após uma fase de autoengano coletivo.

Essa dinâmica é nova? De jeito nenhum. O próprio Papa Francisco a vivenciou. O início de seu pontificado foi marcado pela euforia: um "Papa dos pobres", um pastor que, com gestos simples – renúncia a vestes suntuosas, encontros espontâneos com as pessoas – personificava uma Igreja de proximidade. Alguns falavam de uma nova primavera, de uma revolução que transformaria fundamentalmente a Igreja. Mas, anos depois, vozes de desilusão prevaleceram: as estruturas permaneceram, disputas de poder dentro da Cúria bloquearam reformas e grandes passos nunca se materializaram.

Desilusão nos primeiros meses

No caso de Leão XIV, um padrão semelhante emerge, apenas alterado ao longo do tempo. Em vez de anos, vivenciamos a desilusão nos primeiros meses. O mecanismo permanece o mesmo: projeção – exagero – decepção. A questão não é se o Papa "falha", mas se nossos padrões fazem sentido. Charles Taylor destacou em sua obra "Uma Era Secular" que as sociedades modernas são particularmente suscetíveis a expectativas de autenticidade. Exigimos que os líderes sejam "reais", que incorporem nosso anseio por renovação. Mas essa mesma fome de autenticidade é, em si mesma, uma projeção que muitas vezes não pode ser satisfeita na realidade.

O resultado é inevitável: desilusão. E a desilusão muitas vezes se transforma em cinismo. O perigo reside em descartar um pontificado antes mesmo que ele se desenvolva. Isso comete o mesmo erro que Dostoiévski demonstrou em sua literatura: julgar precipitadamente, medir com base em padrões errados e confundir projeção com realidade.

O desequilíbrio torna-se ainda mais pronunciado quando se considera o horizonte global da Igreja. Na Europa, as expectativas são claras: reformas em questões de moralidade sexual, igualdade de gênero e estruturas de poder. Na África, porém, outras prioridades são primordiais: estabilidade, lealdade à tradição e uma clara demarcação do crescente protestantismo e islamismo. Na América Latina, por outro lado, as preocupações sociais dominam: a opção pelos pobres, a Igreja como defensora dos marginalizados.

Uma igreja global deveria ser capaz não apenas de nomear essas assincronias, mas também de transformá-las em tensões produtivas. No entanto, é precisamente aí que ela falha repetidamente. A universalidade católica, que idealmente une tudo, mostra-se avassaladora na prática. Falta a capacidade de pensar e agir em velocidades diferentes, em movimentos assíncronos. Em vez disso, prevalece a expectativa de que Roma estabeleça uma direção única e vinculativa para todos.

A lógica das manchetes

Isso coloca o próprio papado sob pressão. Espera-se que o papa mantenha unido o que está se distanciando e, ao mesmo tempo, mediar o que, em muitas questões, parece irreconciliável. Ele sofre a pressão de sincronizar visões opostas que podem nem mesmo ser conciliáveis. A decepção com ele é, portanto, inevitável: é menos uma falha do titular do que um sintoma da sobrecarga estrutural de um cargo que deveria garantir a unidade, enquanto a diversidade há muito se tornou incontrolável.

Somada à tensão inerente ao papado, está a natureza dinâmica da mídia, que produz julgamentos com uma velocidade quase implacável. Assim que uma frase é proferida, ela é comentada em todo o mundo, inserida nas redes sociais, tirada de contexto ou exagerada. A lógica das manchetes exige clareza: uma ruptura clara com o passado, um gesto grandioso, uma declaração histórica. Só então uma figura é considerada capaz de agir.

Com seu ditado "O meio é a mensagem", Marshall McLuhan formulou uma percepção que parece quase fatídica para o papado hoje: não é o conteúdo que importa, mas a forma como ele é disseminado. E essa forma privilegia o espetacular, o imediato, o simbólico. A Igreja Católica, por outro lado — pelo menos segundo seu próprio entendimento — pensa em termos de séculos, não de ciclos de notícias. É justamente essa contradição que cria um campo de tensão: o que deve crescer lentamente deve se tornar visível imediatamente.

Isso cria uma situação paradoxal: a Igreja prega paciência e perseverança, mas opera em um mundo que exige impaciência. Essa lacuna exacerba as tensões não apenas dentro da mídia, mas também dentro da Igreja. Pois o que não é visível no momento parece aos fiéis um não-acontecimento — e os não-acontecimentos são o maior incômodo na era da mídia.

É precisamente aqui que as linhas de fratura se tornam mais pronunciadas. O papado é exagerado em seu poder simbólico — como garantidor da unidade, como a personificação da universalidade católica, como uma voz moral em um mundo fragmentado. Ao mesmo tempo, a aceleração da mídia e as assincronicidades globais o forçam a assumir um papel que ele é estruturalmente incapaz de desempenhar.

A arte de esperar

O resultado é uma cisão. O papado se torna uma superfície de projeção para demandas incompatíveis: ele deveria proporcionar certeza aos tradicionalistas e esperança aos reformistas, fortalecer o Sul Global enquanto tranquiliza o Norte, falar profeticamente e permanecer diplomaticamente em silêncio. Tudo isso combinado é simplesmente inviável. O Papa se torna, assim, não apenas o Bispo de Roma, mas o para-raios de uma igreja global que mal consegue tolerar sua própria pluralidade.

Isso abre a perspectiva para uma atitude diferente, que vai além das categorias de "sucesso" e "fracasso". Com o conceito de "natalidade", Hannah Arendt destacou um ponto de grande importância para a Igreja: o novo não surge por meio de planejamento e controle, mas sim pelo risco e pela coragem de começar. Mas os começos levam tempo para se tornarem visíveis. Não são imediatamente reconhecíveis; muitas vezes, só se revelam em retrospecto.

Leão XIV decepcionou muitos ao não entregar imediatamente. Mas talvez ele estivesse, sem querer, nos lembrando que relatórios trimestrais não contam na Igreja. Sua irritação poderia, portanto, se tornar um lembrete espiritual: mostra que as ilusões precisam ser destruídas para que a esperança se torne realista.

No fim, a reviravolta decisiva permanece: a imagem do Papa Leão XIV não precisa ser "salva", pois a imagem, muitas vezes tão valorizada, nunca correspondeu às suas expectativas. O julgamento sobre ele é menos um reflexo de suas ações do que um reflexo das expectativas humanas. A impaciência, as ilusões, os julgamentos precipitados – tudo isso diz mais sobre as realidades eclesiásticas altamente complexas, as velocidades variáveis ​​da ação eclesial e os campos religiosos e políticos divergentes do que sobre ele. Talvez alguns simplesmente reconheçam nas fissuras de anseios perdidos uma parte de sua própria impotência e fragilidade.

Unidade não significa sincronicidade

Talvez, no entanto, resida justamente aí uma oportunidade paradoxal. Um papa que revela as exigências excessivas de seu ofício, que não se deixa levar por ilusões, nos obriga a crescer na fé. Ele deixa claro que a catolicidade não consiste na convergência perfeita de expectativas, mas na tolerância às diferenças. Ele demonstra que unidade não significa sincronicidade, mas sim a capacidade de não resolver tensões imediatamente.

Este não é um programa glamoroso. Não é uma narrativa cativante que enche as manchetes. Mas talvez seja precisamente o que a Igreja mais urgentemente precisa hoje: a coragem de não transformar tudo imediatamente numa narrativa de sucesso, mas de suportar a realidade das assincronicidades — e de manter dentro dela uma esperança que é mais forte do que qualquer ilusão.

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