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Ética, recursos, justiça social: o Jubileu questiona a era digital. Artigo de Paolo Benanti

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13 Setembro 2025

"A IA pode ser ferramenta para promover o bem comum, a dignidade e a inclusão. O desafio é educar as novas gerações para um uso crítico e consciente da tecnologia, cultivando relações autênticas para além das telas", escreve Paolo Benanti, franciscano, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana, estudioso de ética e membro do Comitê de Inteligência Artificial da ONU, em artigo publicado por Avvenire, 07-09-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Nos últimos meses, estive em Seattle, na costa noroeste do Pacífico, ciente de que estava no final na famigerada Trilha do Oregon, a principal rota de mais de 3.200 km ao longo da qual mais de 400.000 pioneiros, agricultores, mineiros e famílias se deslocaram para o Oeste na segunda metade do século XIX, enfrentando inúmeras dificuldades e mudando profundamente a história dos Estados Unidos. Essas rotas de migração contribuíram para a criação do Velho Oeste, mitificado pela literatura, pelo cinema e pela cultura popular, dando origem ao gênero “western”, com seus cowboys, bandidos, xerifes e índios.

No entanto, para mim, como europeu, esse ponto extremo do Ocidente não é apenas uma terra de sonhos e mitos de fronteira, mas também símbolo radical da interpretação de Ocidente de Martin Heidegger. Para o filósofo alemão, o uso de termos relativos ao Ocidente assume um profundo significado filosófico que vai muito além da simples designação geográfica.

Heidegger desenvolve uma reflexão etimológica interpretando-o como Abendland (literalmente "terra do entardecer") para fundamentar seu diagnóstico do destino histórico da civilização ocidental. Trata-se de uma palavra composta alemã que combina Abend (tarde, entardecer) e Land (terra, país), e para Heidegger especifica o destino ocidental: um termo que evoca imediatamente a imagem do sol poente, sugerindo uma civilização que está em sua fase crepuscular.

Para Heidegger, não se trata de uma metáfora poética, mas de um diagnóstico ontológico: o Ocidente como Abendland é a civilização do crepúsculo, do declínio, do fim de uma época do ser. Na análise de Derrida do pensamento de Heidegger, constata-se que Heidegger desenvolve uma complexa semântica do retorno (Heimkehr) que conecta três conceitos fundamentais: a pátria (Heimat), o país (Land) e o Ocidente (Abendland). Essa tríade conceitual revela como, para Heidegger, o destino do Ocidente está intrinsecamente ligado à questão do enraizamento e do desenraizamento.

Assim, poder-se-ia pensar que o Pacífico do Noroeste não é simplesmente o desvelamento de um território geográfico, mas um espaço original de pertencimento: essa Abendland — no sentido heideggeriano — refere-se não apenas a um lugar como a Europa ou os Estados Unidos, produto da migração, mas a uma modalidade específica de habitar que caracteriza a civilização ocidental. Além disso, esses também são os lugares do mundo digital, onde grandes empresas de TI (Tecnologia da Informação) estão mudando a face da nossa contemporaneidade.

A Abendland de Heidegger também se torna uma boa metáfora para o digital: um espaço de abertura e indeterminação, onde não existem verdadeiros fundamentos, mas, apenas fluxos de dados e possibilidades.

A Inteligência Artificial (IA) e o digital são técnicas que manifestam esse ser como clareira: tornam visíveis múltiplas entidades, mas correm o risco de ocultar o sentido original da existência, justamente como o abismo da Abendland.

No entanto, essa leitura ignora uma dimensão radical que a fé nos doa: a esperança, a virtude teologal pela qual os crentes têm a certeza do cumprimento das promessas de Deus. A esperança protege-nos do desânimo e nunca é fuga do mundo, mas sim empenho encarnado e perseverante no bem. Isso permite-nos, parafraseando as palavras de uma canção de Franco Battiato, ver o amanhecer no crepúsculo, mesmo no digital e nas IA. Aqui podemos vislumbrar formas autênticas de esperança para o ser humano, especialmente se a tecnologia for guiada pelo princípio da ética e da centralidade da pessoa.

A esperança protege-nos do desânimo e nunca é fuga do mundo, mas sim empenho encarnado e perseverante no bem - Paolo Benanti

A esperança, numa perspectiva cristã e humanista, reside em ver o mundo digital não como um simples progresso tecnológico, mas sim como uma oportunidade de sermos protagonistas, e não espectadores, do nosso tempo.

A IA pode ser ferramenta para promover o bem comum, a dignidade e a inclusão. O desafio é educar as novas gerações para um uso crítico e consciente da tecnologia, cultivando relações autênticas para além das telas.

Uma esperança robusta surge da adoção de princípios como equidade, transparência, responsabilidade, inclusão e sustentabilidade, como os contidos na "Rome Call for AI Ethics" e resumidos no termo "algorética". Esses valores norteiam o desenvolvimento da IA, garantindo que seja uma ferramenta de emancipação e não de alienação. Uma abordagem ética à IA fortalece a confiança e a aceitação social, facilitando um crescimento sustentável e na medida do homem.

A esperança não se esgota no otimismo fácil, mas se encarna no empenho concreto: lutar por uma digitalização que não deixe ninguém para trás, reapropriar-se do tempo, promover a criatividade humana e o diálogo. O Papa Francisco apelou a uma "sabedoria do coração" para que se possa progredir sem renunciar ao horizonte antropológico, à ética da proximidade e à proteção do futuro.

Num pleno espírito jubilar, essa dimensão concreta da esperança deve se responsabilizar pela forma como o consumo de energia dos grandes datas centers ameaça o contrato social tradicional, ao produzir uma distribuição desigual dos recursos essenciais – energia, água, telecomunicações –, favorecendo poucos grandes players e deixando as comunidades vulneráveis a custos e riscos crescentes.

Desenhar um novo pacto social na temporada do digital significa redefinir as relações entre empresas, cidadãos e instituições para que o bem-estar gerado pela inovação seja partilhado de forma equitativa, sustentável e transparente.

Atualmente (e após os recentes anúncios de grandes hyperscalers, a situação parece destinada a mudar significativamente), os datas centers representam mais de 1% do consumo global de energia elétrica, com uma demanda crescente impulsionada pela computação em nuvem e pela IA.

O fornecimento de energia, água e infraestrutura dessas estruturas geralmente comporta investimentos desproporcionais em novas instalações, cujos custos pesam sobre os cidadãos por meio de contas mais elevadas e serviços sobrecarregados. As grandes empresas de tecnologia negociam tarifas reduzidas e contratos dedicados, enquanto as comunidades locais pagam indiretamente pela expansão das infraestruturas e sofrem potenciais danos ambientais e sociais.

O contrato social implícito – progresso técnico em troca de bem-estar generalizado – foi minado: a riqueza derivada da IA e dos dados está concentrada em poucas mãos, deixando milhões de trabalhadores com uma utilidade econômica reduzida, e a expansão descontrolada dos data centers acentua as desigualdades, alienando a cidadania dos processos de tomada de decisão sobre as infraestruturas e aprofundando a exclusão digital em termos de competências e acesso.

O Jubileu, ao nos focar na esperança, torna-se uma oportunidade preciosa para repensar a distribuição das vantagens e das oportunidades econômicas por meio de novas regras, transparência nos mecanismos tarifários e participação dos stakeholders. As políticas devem prever que os grandes usuários – como os data centers – contribuam equitativamente para os custos de infraestruturas energéticas e digitais, protegendo as comunidades de riscos ambientais e econômicos. Esse novo pacto social deve ser democrático, abrangendo a inclusão digital, a sustentabilidade ambiental e a criação de valor compartilhado para garantir a estabilidade social na era da tecnologia avançada.

Precisamos de maior equidade na distribuição dos custos e dos benefícios, com atenção aos sujeitos vulneráveis e de investimentos atrelados a critérios de sustentabilidade e transparência. Tudo isso necessita da participação dos cidadãos nas decisões sobre as infraestruturas digitais e na gestão do ambiente digital, bem como o desenvolvimento de comunidades digitais solidárias e ecologicamente integradas, onde a infraestrutura seja projetada para mitigar as desigualdades e garantir o acesso universal.

Um novo pacto social não é apenas um slogan: é uma condição necessária para evitar uma crise sistêmica causada por uma distribuição desequilibrada dos recursos na temporada da Era Digital - Paolo Benanti

Um novo pacto social não é apenas um slogan: é uma condição necessária para evitar uma crise sistêmica causada por uma distribuição desequilibrada dos recursos na temporada da Era Digital. A esperança na tecnologia digital e na IA, dessa forma, nasce da capacidade humana de direcionar a inovação para valores compartilhados, reconhecendo a tecnologia como ferramenta, nunca fim, e confiando a proteção da dignidade humana ao discernimento ético em todas as épocas: essa é uma das peregrinações jubilares que devemos empreender para trazer uma luz para a humanidade e evitar sermos vítimas de étimos de desespero.

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