18 Julho 2025
O estudioso litúrgico de Munique, Stefan Kopp, elogia a nova forma de missa pela "preservação da criação". Sua inclusão no Missal Romano é uma importante afirmação da conexão entre a fé celebrada e a responsabilidade pela criação, disse Kopp à Agência Católica de Notícias (KNA) na quarta-feira. Joseph Ratzinger, acrescentou, já havia enfatizado enfaticamente a inter-relação entre criação, história e culto décadas atrás.
A reportagem é publicada por Katholisch.de, 16-07-2025.
A "representação do evento da redenção no culto da Igreja" não tem apenas uma dimensão pessoal, mas "sempre também uma dimensão teológica da criação e cosmológica", continuou Kopp. Ao considerar a questão da posição da humanidade no cosmo — por exemplo, à luz da atual destruição da criação pelos humanos, do consumo excessivo de recursos e das catástrofes climáticas atuais e futuras e suas consequências sociais —, a redenção da criação também deve ter consequências muito maiores para uma teologia litúrgica adequada hoje.
Kopp, que leciona na Faculdade de Teologia da Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, também vê a inovação litúrgica como um incentivo para as paróquias: "A celebração da fé, portanto, se conecta concretamente a questões sociais importantes, sem simplesmente copiá-las e instrumentalizar a liturgia". O teólogo também enfatizou que a nova forma também é um sinal para fortalecer as preocupações da Igreja universal e conscientizar as regiões particularmente afetadas pelas consequências do aquecimento global.
O Papa Leão XIV celebrou a Missa pela Criação pela primeira vez na semana passada em Castel Gandolfo. O Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aprovou a nova forma de Missa, que agora pode ser usada em todas as igrejas do mundo, em 8 de junho, com o consentimento do Papa. O Vaticano publicou o texto no início de julho. A Missa "pro custodia creationis" inclui diversas leituras bíblicas, orações e intercessões que abordam a criação e a responsabilidade da humanidade na preservação do planeta Terra.
Ao publicar o texto, o prefeito do Dicastério da Liturgia, Cardeal Arthur Roche, fez referência à encíclica de 2015 Laudato si': sobre o cuidado da Casa Comum. Nela, o Papa Francisco (2013-2025) tornou a ameaça global ao meio ambiente, resultante da atividade humana, o tema principal de uma carta papal pela primeira vez.
O decreto sobre a nova fórmula da Missa afirmava ainda que a Bíblia ensina as pessoas a serem gratas pela criação: "Ela deve ser amada, preservada e desenvolvida como um tesouro precioso, e transmitida às gerações futuras". Atualmente, é evidente que a criação "está seriamente ameaçada devido ao uso irresponsável dos bens que Deus confiou aos nossos cuidados".