17 Julho 2025
O artigo é de José Lorenzo, jornalista espanhol, publicado por Religión Digital, 16-07-2025.
Um irmão da congregação, o cardeal que lhe deu o Anel do Pescador... Rumores sobre o próximo prefeito do Dicastério para os Bispos circulam por todo o Vaticano, e suas paredes leoninas são, obviamente, incapazes de contê-los. Mas a verdade é que a palavra final sobre quem o sucederá na "fábrica episcopal" cabe ao homem que a pilotou até se tornar Papa Leão XIV em 8 de maio. E há muitas surpresas.
E uma delas – sussurrada à Religión Digital por fontes bem informadas – levaria a uma reviravolta e poderia significar que este irmão da congregação, Luis Marín de San Martín, subsecretário da Secretaria Geral do Sínodo, assumiria a referida Secretaria, e seu atual chefe, o cardeal maltês Mario Grech, de 68 anos, e cujo bom trabalho no lançamento de um sínodo tão complexo e exigente como o da Sinodalidade é destacado, poderia passar a liderar o Dicastério para os Bispos. Veremos.
Seja qual for a decisão final de Prevost na hora de escolher seu sucessor naquele importante órgão do Vaticano, há indícios que nos levam a pensar como será o processo de eleição dos bispos que o Papa Prevost mandará implementar perfeitamente, da mesma forma que o Papa Francisco o fez vir do Peru para, finalmente, tentar delinear o tipo de pastor com quem pretendia carimbar seu pontificado, algo que alguns agora se benzem hipocritamente, como se durante o papado de João Paulo II não tivessem sido descartados — nem mesmo quase à força — perfis perfeitamente válidos até então.
E quais são esses sinais? A revista America apresentou alguns, como o de que os leigos parecem destinados a desempenhar um papel mais proeminente do que até agora, embora em algumas conferências episcopais (em algumas mais do que em outras, porque não há obrigação), os núncios peçam a certos representantes eleitos que deem sugestões sobre novos candidatos ao episcopado. Parte disso foi discutido durante as duas sessões do Sínodo sobre Sinodalidade, e o então Cardeal Robert Prevost tomou nota...
Coincidindo com sua nomeação como prefeito, em uma das poucas entrevistas que concedeu, o então Cardeal Prévost indicou que gostaria de ver uma maior participação de leigos no processo de eleição de bispos. De fato, o Papa Francisco já havia dado um passo significativo nessa direção quando, um ano antes, nomeou três mulheres para o Dicastério para os Bispos, uma delas leiga.
“Tivemos uma discussão interessante entre os membros do dicastério sobre este tema”, disse Prevost à CNS. “Acho que, aos poucos, precisamos nos abrir mais, ouvir um pouco mais os religiosos e os leigos.”
Poucos meses depois, no início de 2024, após a celebração da primeira parte do Sínodo sobre a Sinodalidade, que havia gerado tantas expectativas, e aguardando a celebração da segunda, da qual se esperavam resultados mais concretos do que aqueles finalmente alcançados, o Cardeal Prevost foi nomeado membro de dois grupos de estudo sinodais, o 6º e o 7º.
E este último, precisamente, trazia o título “Alguns aspectos da figura e do ministério do bispo (em particular: critérios para a seleção dos candidatos ao episcopado, função judiciária do bispo, natureza e desenvolvimento das visitas ad limina Apostolorum) numa perspectiva sinodal missionária”.
E seus membros, incluindo o futuro Leão XIV, na atualização que apresentaram sobre seu trabalho no início da segunda fase do citado Sínodo, em outubro passado no Vaticano, solicitaram especificamente mudanças no processo de seleção dos bispos para torná-lo mais transparente, mais conectado à Igreja local e para incorporar maior participação dos leigos.
"Que maior participação do Povo de Deus é possível e realista, por exemplo, o Conselho Presbiteral, o Conselho Pastoral Diocesano, as pessoas consagradas e os fiéis leigos engajados na vida pastoral, levando em consideração as mulheres em particular?"
Assim, a menos que haja contradições — e isso não parece provável — os leigos, e especialmente as mulheres, terão um papel maior na seleção de novos bispos.