08 Mai 2025
Temperaturas na região costumam subir em maio e atingir o pico em junho, antes das monções trazerem alívio, mas o calor chegou mais cedo.
A informação é publicada por ClimaInfo, 05-05-2025.
As condições de verão que os países do sul da Ásia temem todo ano chegaram assustadoramente cedo. Grande parte da Índia e do Paquistão já está sufocando com ondas de calor, o que os cientistas dizem estar rapidamente se tornando o “novo normal” – ou melhor, o “novo anormal”.
As temperaturas na região costumam subir em maio, atingindo o pico em junho, antes das monções trazerem alívio. Mas este ano o calor chegou mais cedo, em abril, relatou o Guardian. O sul asiático, onde vivem cerca de 1,9 bilhão de pessoas, é particularmente vulnerável ao clima extremo. Muitas pessoas vivem em áreas altamente expostas ao calor extremo e não têm acesso a refrigeração básica, assistência médica ou água.
Em Nova Déli, na Índia, onde a primavera registra um curto período de temperaturas amenas, os termômetros subiram mais de 40°C em abril. Temperaturas até 5°C acima da média sazonal, mostrou um relatório do ClimaMeter, plataforma que monitora eventos climáticos extremos. As mudanças climáticas são as culpadas pelo tipo “perigoso” de calor observado, destacou o documento.
O país se prepara para um calor escaldante até o início da temporada de monções, o que pode sobrecarregar as redes elétricas e representar um grave risco à saúde dos moradores, pontuou a Bloomberg. Várias áreas indianas sofrerão com ondas de calor acima da média em maio. Prevê-se que partes do oeste da Índia sofrerão de sete a oito dias adicionais de ondas de calor neste verão, destacou o Down to Earth.
O Paquistão também está “torrando”. Na cidade de Shaheed Benazirabad, na província de Sindh, a temperatura chegou a 50°C – quase 8,5°C acima da média de abril. Em outras partes do país, as temperaturas têm oscilado em torno de 4°C.
Times of India e Economic Times também noticiaram o calor extremo fora de época no sul asiático.
Em tempo
Ondas de calor mais frequentes e intensas, causadas pelas mudanças climáticas, afetam a saúde e o bem-estar dos vendedores no mercado de rua diário à sombra do icônico Forte Vermelho de Nova Déli, mostra um estudo do Greenpeace Índia e do recém-formado Coletivo de Trabalhadores pela Justiça Climática do Sul da Ásia. Os pesquisadores entrevistaram dez vendedores do enorme Mercado Lal Qila (Forte Vermelho), bem como ativistas e assistentes sociais que apoiam essa comunidade, relatou o Climate Home News. Eles descobriram que homens e mulheres que vendem produtos como sapatos, roupas e frutas secas para a comunidade local ficam horas expostos ao sol e sofrem de dores de cabeça, tonturas e desmaios.
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