15 Julho 2024
Grupo de estudo luterano vai tratar sobre paz e reconciliação no mundo.
Atendendo a uma demanda conciliar, a Federação Luterana Mundial (FLM) criou um grupo de estudos sobre Paz e Reconciliação em Contextos de Conflito e Guerra. As últimas contribuições teológicas sobre o tema trabalhado pelo organismo ecumênico internacional datam de 1984 e 1990.
A reportagem é de Edelberto Behs.
“Esse foco temático renovado deve lembrar-nos que as nossas ações pela paz requerem apoio teológico que lide criticamente com questões contemporâneas e complexas sobre os temas do conflito e da guerra”, frisou o diretor do Departamento de Teologia, Missão e Justiça da FLM, pastor Dr. Sivin Kit.
O grupo de estudo levará em conta a análise interdisciplinar, uma vez que o cenário político mundial mudou de modo significativo desde 1990. A FLM quer aprofundar a reflexão teológica sobre a ética luterana de paz face aos atuais desafios decorrentes de conflitos e guerras.
A escalada dos conflitos, a política de dissuasão nuclear, a corrida armamentista, a emergência climática, a ascensão de poderes autoritários e os avanços tecnológicos, a inteligência artificial e os sistemas autônomos de armas serão particularmente preocupantes ao grupo de estudos, que também deverá levar em conta as graves violações ao direito internacional humanitário.
O grupo de estudo também recebeu a incumbência de abordar os impactos locais e globais dos conflitos e guerras, as dimensões geopolíticas do poder e as consequências para a economia e a segurança alimentar. O grupo é integrado por leigos, ordenados, homens, mulheres e jovens teólogos com experiência em temas como ética da paz, que vão trabalhar em conjunto com líderes eclesiásticos que já atuaram em contextos de guerras e conflitos.
Leia mais
- Luteranos oram por Sete Semanas de Paz
- Na defesa da paz, religiões precisam fazer autocrítica
- Mensagem do Papa aos Luteranos: “Jesus nos acompanha no caminho do conflito à comunhão”
- CMI condena ataque a civis em Gaza e na Ucrânia
- O cessar-fogo é um dever: a UE deve tratar Israel como Moscou. Artigo de Domenico Gallo
- O Ocidente deve desistir da batalha de narrativas
- Da Ucrânia a Gaza. Não existe guerra limpa. Artigo de Mario Giro
- Ucrânia-Rússia: “Não à guerra santa, relançar a solidariedade ecumênica”
- O Papa: uma triste guerra entre cristãos
- A crise na Ucrânia coloca em dificuldades a política externa da Santa Sé
- Lições ucranianas sobre paz e guerra
- Os destinos da Europa e a paz dos vivos. Artigo de Donatella di Cesare
- Ucrânia. Europa não pode mais se contentar com a estratégia dos EUA
- Romanelli conta ao Papa sobre a difícil situação na paróquia latina de Gaza depois de 270 dias de guerra
- Líderes israelenses e católicos entram em conflito sobre Gaza como uma "guerra justa"
- Israel bombardeia novamente Khan Yunis e força o êxodo de milhares de pessoas em Gaza
- A não violência de Martin Luther King fornece uma verificação moral da teoria da guerra justa
- Eis de volta a “guerra justa” de Michael Walzer
- Quando a guerra não é mais justa. As interpretações da Igreja durante a história. Artigo de Daniele Menozzi
- “Vamos nos concentrar em impedir a guerra nuclear, em vez de debater sobre a ‘guerra justa’”. Entrevista com Noam Chomsky