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A época do cinismo soberano. Entrevista com Luciano Canfora

Partido Democrático (à esquerda) e Meloni, do partido Fratelli d'Itália (à direita). (Foto: Reprodução | Partido Democrático e Fratelli d'Itália)

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06 Dezembro 2022

O grande historiador da antiguidade Luciano Canfora, em Turim para o Festival Clássico até amanhã, aborda todos os aspectos do trabalho, tema central da quinta edição. Em uma sala do Clube dos Leitores, com seus habituais óculos redondos e cabelos flutuantes como nuvens, aceita repercorrer aquela linha que vai do mundo grego à sociedade capitalista e que poucos como ele sabem enrolar para dar sentido ao labirinto dos acontecimentos humanos.

Luciano Canfora. (Foto: Antonio Pignato | Wikimedia commons)

A entrevista é de Francesco Rigatelli, publicada por La Stampa, 03-12-2022. A tradução é e Luisa Rabolini.

Eis a entrevista. 

Professor, entre tantos problemas atuais, do meio ambiente à guerra, que lugar ocupa o trabalho?

Na realidade, é a base de tudo, sobretudo nas suas formas patológicas. Estou pensando no industrialismo chinês, que prejudica o clima, ou na guerra na Ucrânia, onde chegam armas de muitos países, inclusive da Itália. Um cinismo soberano típico do capitalismo.

No Festival, você defendeu a renda básica de cidadania, não é?

O presidente da Confindustria de Treviso, anos atrás, me explicou que é uma disputa inútil, porque é a única solução para evitar uma bomba social. Não é por acaso que a Alemanha prevê algo semelhante. Paolo Sylos Labini já argumentava que na era tecnológica a classe trabalhadora, que segundo Marx se tornaria a maioria, é expulsa das empresas e precisa de apoio.

Onde você vê as maiores desigualdades?

Além daquelas entre o Norte e o Sul do mundo, que também se reproduzem na Itália, essencialmente em detrimento dos migrantes reduzidos à escravidão, há a desigualdade legalizada do trabalho precário. Com a agravante da situação das mulheres, tratadas como cidadãs de segunda classe.

Existe algo que o mundo clássico pode nos ensinar a respeito?

O mundo clássico ou o homem clássico não existem, são puras ficções literárias. Em Atenas havia uma grande diferença entre a elite e o povo, até na condição feminina. Já em Esparta, que para Hitler era o estado racial perfeito, as mulheres tinham um maior peso político. Bem como na tardia República Romana. Além disso, pode-se lembrar a figura de Boadiceia, que reinou na Inglaterra oriental antes de Cristo, ou a influência das mulheres germânicas sobre os maridos guerreiros.

A questão de gênero já existia então?

Inclusive sobre isso as classes sociais contavam muito. Não é novidade que fazer parte da elite é mais agradável. Por exemplo, nas classes altas da Grécia antiga havia grande abertura e tolerância em relação à homossexualidade, mas quando Aristófanes tinha que encenar uma comédia, zombava disso vulgarmente.

No Festival você também falou sobre o Partido Democrático longe da realidade?

Os seus dirigentes vivem no centro, longe dos problemas de trabalho e dialogam apenas com os abastados. Seria necessária uma mutação antropológica depois de tantos anos de governo.

Stefano Bonaccini como presidente da Emilia-Romagna ou Elly Schlein como sua vice não se confrontam com os problemas reais?

Podem ser pessoas muito dignas, mas lembro-me, por exemplo, da figura do prefeito bolonhês Giuseppe Dozza, que também era votado pelos direitistas do MSI. O administrador esplêndido funciona em nível local, tanto que Palmiro Togliatti costumava dizer ‘deixemos os bolonheses para lá’. Se transplantados para a arena política nacional não funcionam, porque se trata de governar um país, a sua economia e gerir as relações internacionais.

Mas não se fala sempre da necessidade de figuras intermediárias para formar a classe dirigente?

Sim, mas não acredito no partido dos prefeitos tomando conta da Itália. Na década de 1950, Giuseppe Di Vittorio elaborou o Plano de trabalho da CGIL contrapondo uma visão diferente daquela da Democracia Cristã, mas nada tinha a ver com a administração local.

Então, onde procurar o secretário do Partido Democrático?

Demóstenes tentou convencer os atenienses a lutar contra os macedônios por um longo tempo antes que fosse tarde demais. Por fim, perguntaram-lhe: o que devemos fazer? E ele: agora já é tarde, o que vocês querem que eu diga? Quando se chega a um ponto sem volta, é inútil procurar uma receita que não existe. E para o PD, temo que seja tarde demais.

Sério?

Acompanhei o desenvolvimento da esquerda italiana, de partido de classe com orientações graníticas e referências sociais seguras até a fase que Augusto Del Noce definiu como um partido radical de massa, ou seja, baseado em direitos como o divórcio e o aborto, temas típicos da agenda, mas insuficientes para fazer um partido. Com o tempo, até mesmo aquele impulso em nome do governismo se perdeu e agora se arrasta uma crise de identidade. Uma pena porque aqueles que ainda votam no PD mereceriam mais.

Onde você se coloca nisso tudo?

Para mim o mecanismo democrático se reduziu, como defendia Norberto Bobbio, ao cálculo dos votos. A democracia, por outro lado, é o poder popular. Na época de Giuseppe Mazzini, o dicionário Oxford a definia como ‘revolução social’. Em Atenas, para os oligarcas, os democratas eram mesmo completos canalhas. A democracia é na verdade o ponto de encontro entre as classes sociais e, dado que estamos em Turim, como explicou Luciano Gallino, não é que a luta de classes tenha desaparecido, simplesmente a venceram os patrões. Pelo menos por enquanto, depois veremos. Não esqueçamos que na Itália quase 40 % dos eleitores não votam, então me parece inútil dizer se eu sou um pouco mais à esquerda aqui ou ali e o que mudaria. Trata-se de fenômenos históricos no fim da linha.

Mas você se definiria mais de esquerda, pós-comunista, marxista ou o quê?

Comunista sem o pós. Um ideal infinito que remonta a antes de Platão. Até Alcide De Gasperi no Teatro Brancaccio em Roma em 1944 definiu o comunismo como o verdadeiro catolicismo que só pode ser alcançado com uma forte moralidade. Da mesma forma, Amintore Fanfani escreveu no programa econômico da DC de 1947 que a prova de que o cristianismo ainda não estava morto estava na generalizada aversão ao capitalismo.

Na sua visão, o PD deveria reencontrar suas raízes de esquerda, mas não é legítimo querer que seja mais liberal?

Liberal já seria um elogio, enquanto agora vejo o indistinto. O PD renunciou à esquerda por um centro sem propósito e isso deixou espaço para ocupações primitivas como a do M5S.

Conte é primitivo?

Preenche um vazio. Questionado sobre sua referência cultural, sem saber o que dizer, respondeu: o pensamento social da Igreja. Só que se alguém declamar hoje a Rerum novarum de Leão XIII seria confundido com membros das Brigadas Vermelhas.

Até o Papa é considerado de esquerda. É isso mesmo?

Ele certamente vem de um mundo que conheceu a hegemonia estadunidense e isso determina certos comportamentos, por exemplo em relação à Ucrânia. Porém, em muitos aspectos, parece-me mais tradicional.

E Meloni de que direita é?

Primeiro, recebeu o milagre de vinte meses do governo Draghi e da lei eleitoral Rosatellum. Nem mesmo os deuses de Homero davam presentes tão suntuosos. Além disso, considero ela coerente com a posição de Giorgio Almirante pro OTAN de 1949 e com o catolicismo conservador pelo qual Mussolini fez a concordata.

Nenhum perigo fascista?

Isso só serve para Enrico Letta se sentir na oposição. A política externa é feita pela OTAN e a política econômica pelo BCE. A direita vai se jogar com tudo sobre os migrantes, mas Marco Minniti do PD também o fazia também. O fascismo, como dizia Concetto Marchesi, nunca morreu, só atravessou o Atlântico. Ou como Bertolt Brecht escreveu em seu diário: um fascismo estadunidense seria democrático.

Qual clássico você sugeriria como leitura para o primeiro-ministro?

O De rerum natura de Lucrécio, que no terceiro livro fala da ferocidade da luta política e no quinto espraia um olhar tão grandioso para a história humana que quem o lê só pode redimensionar a própria função e os próprios objetivos. Uma leitura saudável.

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