15 Julho 2022
Pandemia, guerra na Ucrânia, desemprego, poder de compra diminuído por uma inflação galopante, ausência de políticas públicas que garantam nutrição adequada: muitas são as causas que contribuem para o avanço da extrema pobreza – e da fome – no Brasil. O Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea - RS) estima que mais de 1 milhão de pessoas estejam passando fome no Estado. Mais do que isso – de cada 10 famílias, sete estão enfrentando insegurança alimentar, que é a dificuldade de conseguir comida ou a total falta dela em muitos momentos.
A informação é publicada por Matinal, 15-07-2022.
O presidente do Consea, Juliano de Sá, fez um retrato da fome no Estado em entrevista ao G1: "A fome é mais severa com famílias gerenciadas por mulheres, pela população preta e parda, por famílias que têm filhos de 0 a 10 anos, mas principalmente na agricultura familiar. A agricultura familiar dobra o número de pessoas em situação de fome".
Os indicadores de insegurança alimentar voltaram ao patamar da década de 1990, e a priorização pela busca por algo para comer causa uma reação em cadeia nas famílias mais pobres. Precisando guardar dinheiro para se alimentar, o número de pessoas vivendo em ocupações irregulares tem crescido.
Em busca dos parcos benefícios oferecidos para aqueles que tentam assegurar alimentos na mesa, famílias formaram filas para a atualização do Cadastro Único (CadÚnico) em Porto Alegre. Dada a grande procura, o governo federal prorrogou a data limite para quem precisa atualizar seus dados para não perder o Auxílio Brasil e a Tarifa Social de Energia Elétrica. Na Capital, a Fundação de Assistência Social e Cidadania estuda ampliar o horário de atendimento e realizar mutirões para atender a demanda.
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Mais de 1 milhão de pessoas passam fome no RS - Instituto Humanitas Unisinos - IHU