11 Mai 2022
O sexto relatório da Rede Global Contra Crises Alimentares, uma publicação das Nações Unidas, União Europeia e ONGs, mostra que a fome cresceu 22% no mundo em 2021 em relação ao ano anterior. A publicação destaca que 193 milhões de pessoas enfrentam “segurança alimentar aguda” em 53 países ou territórios. O quadro deverá se agravar este ano por causa da guerra na Ucrânia.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Uma constatação, alarmante, indica que o mundo segue na contramão, com fome crescente constante observada em 39 países avaliados desde 2018. Não só a guerra, mas também mudanças climáticas e choques econômicos são motores da fome.
Países como Etiópia, Madagascar, Sudão do Sul e Iêmen requerem ações urgentes para evitar a fome. Guiné-Bissau aparece no relatório pelos níveis de problema de crescimento infantil próximo do limiar maior ou igual a 30% definido pela Organização Mundial da Saúde.
Quatro países lusófonos constam no relatório afetados pela insegurança alimentar nos dois últimos anos. Em Angola, 36 milhões de pessoas estão nessas condições. Em território moçambicano, tempestades tropicais, chuvas torrenciais e inundações levam o país a se deparar com a fome. E Cabo Verde registrou pelo quinto ano consecutivo, em 2021, uma pífia produção agrícola.
Em apelo à comunidade internacional, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu ação imediata de socorro a esses países. Para uma mudança de rumo, Guterres reportou-se às medidas anotadas pela Agenda 2030, a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU e a criação do Corredor de Coordenação de Sistemas Alimentares.
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Fome cresce no mundo e pode se agravar com a guerra na Ucrânia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU