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“O Brasil é o país do futuro e sempre será”. Entrevista com Florencia Garramuño

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06 Agosto 2019

O céu se recorta por aquelas linhas perfeitas que Lúcio Costa e Oscar Niemeyer projetaram quando desenharam, há apenas 60 anos, a capital do Brasil, criando uma verdadeira estética do poder. Certamente, quando imaginaram aqueles belos e enormes blocos de concreto, não contemplaram a cena que ali, na Praça dos Três Poderes, seria vivida ao longo de 2013: centenas e centenas de pessoas se manifestando contra o que primeiro foi declarado como uma reivindicação contra o aumento dos transportes, e que mais tarde se converteria em um prólogo de um processo que não somente terminou com o governo de Dilma Rousseff. As ruas logo se tornaram a expressão de um país dividido, atravessado por um ódio que hoje tem encontrado muitas maneiras de se expressar.

Para Florencia Garramuño, professora e pesquisadora especializada em cultura brasileira, diretora do Departamento de Humanidades da Universidade de San Andrés, a encenação no parlamento, que terminará com a demissão da presidenta, constitui um dos melhores exemplos desse antagonismo. É o que analisa em seu último livro, “Brasil caníbal. Entre la bossa nova y la extrema derecha” (Paidós), embora seja injusto resumir o trabalho na brevidade do presente.

Na realidade, o ensaio é uma trajetória histórica através dos diversos movimentos culturais do Brasil, nos quais se pergunta sobre uma identidade forjada por múltiplos DNAs, das práticas de seus povos originários aos ritmos dos escravos africanos, passando pelo barroco da contraconquista, o samba e a influência do jazz. A pergunta, então, surge novamente: Como conviver com a diferença? Garramuño define com uma bela simplicidade: "O Brasil é uma terra de contrastes".

A entrevista é de Carolina Keve, publicada por Clarín-Revista Ñ, 04-08-2019. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Para retratar o presente, você faz uma enorme seleção de pequenas cenas. Que Brasil nos devolvem?

Quando comecei o livro, a ideia era rever a cultura brasileira. No entanto, em setembro, começa a precipitar toda essa virada à direita e se tornou necessário falar sobre o presente. É assim que eu escolho essas cenas. Parecia-me relevante começar com o impeachment porque acredito que as eleições do ano passado, de fato, começam naquele momento, nessa legitimidade institucional quebrada.

Isso se vê nos discursos daquele dia, centrados não no político, mas em um plano individual e na família. Justamente, detenho-me na cena em que o deputado do Rio de Janeiro, Jean Wyllys, insulta todo esse processo, e o atual presidente, Jair Bolsonaro, responde, quando Wyllys retorna ao seu assento, mencionando sua condição sexual, mostrando de alguma maneira a divisão que se instalou nessa sociedade.

Justamente uma das questões que toda essa descrição suscita é a questão do ódio, um ódio que embora foi capitalizado pela direita, estava nas entranhas do Brasil...

Sim, é um ódio que vem de muito longe. Mas, aqui, é preciso fazer algumas observações. Por um lado, ter o cuidado de tomar o Brasil como uma exceção. Evidentemente, tem sua especificidade, dada por uma história cheia de tragédias e pela extensão de seu território, que marca uma diversidade muito grande. No entanto, a extrema direita também surgiu na Europa, na Índia e em muitos outros países, com um discurso de ódio onde a classe e a raça estão sobrepostas.

Nesse sentido, o livro caracteriza 2013 como o ano do “mundo rebelado”, marcado pela emergência de novos sujeitos.

Exatamente. As manifestações no Brasil vêm para replicar outras manifestações ocorridas em outras partes do mundo. Um dos últimos livros da filósofa feminista Judith Butler, “Corpos em aliança e a política das ruas”, que na realidade tem como título original Notes toward a performative theory of assembly, levanta precisamente isto: a manifestação de grupos que se sentem privados e que se solidarizam e que, de alguma forma, marcam uma característica do mundo contemporâneo.

E a partir da cultura e a criatividade artística, que respostas podem ser dadas diante desses cenários? O trabalho se detém, por exemplo, no ensaio poético do escritor Roy David Frankel, a partir desse impeachment contra Dilma Rousseff.

O que o livro de Frankel faz é pegar os discursos proferidos pelos parlamentares durante a sessão, que foram transcritos taquigraficamente, e organizá-los em versos com um sentido espacial muito marcado. E nesse gesto visibiliza certos elementos que foram repetidos nessas mensagens, cheios de clichês, com uma defesa muito forte sobre o bem privado e um sentimentalismo patriótico esvaziado de argumentos políticos, alcançando um efeito paradoxal muito forte. É desta forma que eu sustento que os desmistifica. Ao dispor desses discursos, desorganiza-os e expõe em seu esvaziamento político.

Agora, volto à pergunta anterior. O que pode ser feito a partir da cultura?

O que o livro tenta é mostrar que a cultura pode ser uma forma de resistência, o que não significa que possa ser colocada no lugar da ação política. Mas, sim, intervém na organização das ideias e, como tal, consegue nos desfamiliarizar daqueles discursos hegemônicos. No mero fato de provocar a pergunta, há uma força importante, e também na imaginação de mundos possíveis. Esse é o poder da ficção.

Bom, você cita uma frase vinculada a isso que, na realidade, condensa um sentido dramático: "O Brasil é o país do futuro e sempre será".

Sim, seu autor é o escritor austríaco Stefan Zweig. Zweig viaja para o Brasil nos anos 1930 e, é claro, vem da Alemanha nazista e vê um país onde as raças aparentemente convivem harmoniosamente e, então, faz essa afirmação que existe outra realidade possível em contraposição ao ódio que a Europa atravessava naquela época. E a frase passou a ser utilizada, foi usada toda vez que houve uma mudança política no Brasil. O problema é que - como explicado nessa formulação - esse futuro está sempre à frente, como confirmação de que nunca chegará a ser verdade.

Penso nesta ideia de uma cultura como uma forma de resistência. Em um Brasil com tantos sujeitos postergados, que sempre são contados por outros, podemos encontrar exemplos de movimentos culturais que lhes deram voz?

Muitíssimos. Um exemplo importante é o batuque. Aparece quando escravos africanos querem começar a se reunir e tocar seus tambores, e são reprimidos porque foi considerado um modo de chamar a rebelião. No entanto, eles continuaram lutando e o batuque, através da percussão, se transforma em uma constante em quase todas as formas musicais do Brasil. Conseguiu persistir ao longo do tempo e é uma expressão cultural que vem do pior dos infernos, do expoente mais claro do desconhecimento de direitos. De fato, a presença desses povos na cozinha, no samba e nos modos de se relacionar é inquestionável.

No livro, você afirma como no Brasil é possível encontrar um “repertório de massa com uma enorme densidade poética”…

É muito interessante, e acho que em parte tem a ver com essa história tão atravessada pelo conflito. Outro grande exemplo é a cultura da favela. A favela surge em inícios do século XX e já nos anos 1930 tem toda uma identidade, vinculada a uma cordialidade especial e a um modo de vida. Uma concepção muito contrária à da favela hoje, já instalada há vários anos, vinculada à violência, literatura marginal e outras formas culturais. É por isso que a figura de Marielle Franco, mulher, negra, da favela, pobre e lésbica, com esse corpo atravessado por todas essas formas de discriminação, torna-se um símbolo de uma política interseccional.

E ao que se refere a ideia de “vocação internacionalista” e “antropofagia” para caracterizar a história cultural do Brasil?

Por um lado, parece-me que o Brasil tem muitas semelhanças com outras trajetórias latino-americanas, como o México e a Argentina. Não obstante, quando os europeus chegam no Brasil, é gerado todo esse imaginário de “paraíso”, também relacionado à ideia do bárbaro. A isso se somam as práticas antropofágicas, sobretudo as dos Tupis, que habitavam as costas e foram vistas como uma brutalidade. Ou seja, os europeus não as entenderam como um rito, mas como um costume bárbaro associado ao canibalismo, sendo que os antropófagos não comem carne por hábito, mas apenas em algumas ocasiões particulares comem carne humana. Fazem isso quando derrotam seus inimigos mais poderosos, como uma forma de incorporar as virtudes desse inimigo.

Depois, graças ao trabalho de antropólogos como Claude Lévi-Strauss foi possível reconstruir o que foi essa prática e, no romantismo, irão recuperar suas virtudes, até que no modernismo Oswald de Andrade escreve o ‘Manifesto antropofágico’. Nele, em um gesto vanguardista que buscava escandalizar o público burguês, expõe que, na realidade, todas as ideias europeias conseguiram se tornar um imaginário hegemônico graças a essa construção ideológica.

Disse algo assim como: "sem nós, a Europa não teria a sua pobre declaração, nem mesmo sobre os direitos do homem". Nesse momento, delineia-se o que eu caracterizo como "vocação internacionalista", que tem a ver com pensar o Brasil inserido no mundo e é esta ideia que vai se instalar, de que "o Brasil tem isto para dar ao mundo". Ou seja, se montam no discurso do desprezo e respondem à Europa e o Ocidente impondo uma imagem de si mesmos, nas quais estão esses enunciados da Europa, mas transformados, ressignificados.

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