Sínodo. Baldisseri: mais de 100 mil respostas de jovens do mundo ao questionário on-line

Mais Lidos

  • “Os israelenses nunca terão verdadeira segurança, enquanto os palestinos não a tiverem”. Entrevista com Antony Loewenstein

    LER MAIS
  • Golpe de 1964 completa 60 anos insepulto. Entrevista com Dênis de Moraes

    LER MAIS
  • “Guerra nuclear preventiva” é a doutrina oficial dos Estados Unidos: uma visão histórica de seu belicismo. Artigo de Michel Chossudovsky

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

04 Outubro 2018

“Primeiramente, não devemos apenas ouvir os jovens, mas também (e para isso estamos aqui reunidos!) responder com coração de pastores aos seus desafios por meio de propostas adequadas e bons conselhos ao Santo Padre”. Com estas palavras, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, o cardeal Lorenzo Baldisseri, sintetizou em sua relação de abertura as sessões de trabalho nas quais se reunirão a partir de hoje e até o próximo dia 28 de outubro 267 padres sinodais, na XV Assembleia Geral Ordinária sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

A reportagem é de Paolo Petrini, publicada por Vatican Insider, 03-10-2018. A tradução é de André Langer.

“A nossa assembleia é ampla e composta, disse o cardeal, um maravilhoso afresco da catolicidade da Igreja, que reflete as sensibilidades e ecoa as vozes de diferentes continentes e áreas culturais. Na verdade, esta cúpula sinodal é uma manifestação peculiar da unidade da Igreja católica agindo ‘cum Petro e sub Petro’, o discípulo escolhido pelo Mestre para ‘confirmar’ os irmãos na única fé”.

Depois Baldisseri referiu-se detalhadamente à preparação da Assembleia Sinodal, que levou à elaboração do Instrumentum laboris, que será o guia para as sessões de trabalho do Sínodo. Na sequência, referiu-se a alguns números do questionário on-line reunidos pelo sítio www.synod2018.va, que, lançado em 14 de junho de 2017, “ainda está aberto, ao passo que o questionário foi encerrado no final de dezembro 2017”.

Em seis meses, disse o cardeal, “teve cerca de 221 mil acessos. Ao todo, foram 100.500 jovens que responderam a todas as questões propostas: 58 mil moças e 42.500 rapazes. Quase 51 mil participantes, que correspondem a 50,6% dos questionários preenchidos, são jovens entre 16 e 19 anos”, dado que mostra precisamente que “os mais jovem se revelaram mais sensíveis à iniciativa”. De qualquer forma, acrescentou, devemos notar como dado significativo “que o país de onde veio o maior número de respostas ao questionário é Uganda, com mais de 16 mil respostas completas”.

O argumento que surgiu com maior insistência, explicou Baldisseri, foi que os jovens “querem uma Igreja mais ‘extrovertida’, comprometida com o diálogo com a modernidade que avança, especialmente com o mundo das novas tecnologias, cujas potencialidades é preciso reconhecer e orientar seu uso concreto”. As novas gerações, prosseguiu, “querem ser protagonistas da renovação em curso: juntamente com os pastores e os adultos querem contribuir para a construção de uma Igreja missionária mais corajosa, mais participativa e mais evangélica.”

Em seguida, tomou a palavra o relator geral do Sínodo, o cardeal Sérgio da Rocha, que expressou o desejo de que “este Sínodo seja uma bela experiência para restabelecer” as alianças “intergeracionais que dão solidez e segurança ao mundo e à Igreja”. O cardeal brasileiro também deu algumas orientações sobre o método de trabalho e indicou que “na primeira etapa do nosso percurso, que vai durar uma semana, alternando momentos de trabalho juntos (congregações gerais) e trabalhos em grupos menores (círculos pequenos), vamos refletir e compartilhar sobre a primeira parte do Instrumentum laboris”, caracterizada pelo verbo palíndromo “reconhecer”, que pede para “colocar-se frente à realidade não para uma análise sociológica, mas com o olhar do discípulo, perscrutando as marcas da passagem do Senhor com uma atitude aberta e acolhedora”.

Na segunda etapa, marcada pelo verbo “interpretar”, o Sínodo vai aprofundar a segunda parte do Instrumentum laboris, que “não oferece uma interpretação já acabada para uma leitura que seja verdadeiramente capaz de iluminar o que foi descoberto”. A etapa seguinte concentra-se na terceira parte do documento que “impulsiona a ‘escolher’, convida a Igreja inteira a tomar decisões de mudança dentro de um horizonte de vitalidade espiritual”.

A perspectiva, recordou o relator geral, “é essa perspectiva integral traçada pelo magistério do Papa Francisco, capaz de articular as diferentes dimensões do ser humano, o cuidado da casa comum, a preocupação com toda marginalização, a colaboração e o diálogo como método para a construção do povo de Deus e de promoção do bem comum”, afirmou o cardeal. “Essa perspectiva se afirma com a sugestão de ser Igreja em saída, que nos liberta da preocupação de ocupar o centro do cenário”.

As relações de Baldisseri e Rocha foram precedidas pela saudação do Papa Francisco que deu início à primeira congregação geral imediatamente depois de uma oração inicial e uma breve saudação do cardeal Louis Raphael Sako, patriarca da Babilônia dos caldeus, que, em nome dos delegados presentes no Sínodo, expressou a proximidade e o agradecimento ao Pontífice “por suas indicações que nos dão força para seguir em frente”. “Nós – acrescentou o cardeal iraquiano – temos certeza de que as tempestades, por mais fortes que sejam, passarão e de que a Igreja sairá mais pura e mais forte”.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Sínodo. Baldisseri: mais de 100 mil respostas de jovens do mundo ao questionário on-line - Instituto Humanitas Unisinos - IHU