Espanha. Mais da metade dos jovens não creem mais

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02 Junho 2018

Os jovens que não creem em Deus nem praticam qualquer religião chegaram, em 2017, a 53,5%, superando pela primeira vez o número daqueles que creem. E em relação ao conjunto da população, um de cada quatro espanhóis não é religioso, segundo o estudo ‘Laicismo em números 2017’, da Fundação Ferrer i Guàrdia.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 01-06-2018. A tradução é de André Langer.

Este ano, no entanto, o percentual de não crentes caiu 0,8%, mesmo que, de acordo com a diretora da Fundação, Sílvia Luque, isso “não represente propriamente uma mudança de tendência”, segundo declarou à agência Efe, mas um aspecto estatístico, uma vez que de 1980 para cá, a população não religiosa aumentou de forma constante.

Segundo Luque, a diminuição do número de pessoas crentes ocorreu de maneira “marcada” entre 1980 e 2010, uma tendência que teria dado lugar agora a uma “estagnação”, porque “são mudanças lentas”.

“A não religiosidade entre os jovens, sim, continua crescendo, mas seu peso populacional é menor e, portanto, tem menos impacto na estatística geral”, disse Luque.

Jovens se afastam da religião

Atualmente, a idade é um dos fatores que mais incide sobre a probabilidade de professar uma religião: enquanto 53,5% dos com menos de 25 anos não creem, essa proporção diminui para cada faixa etária, até chegar a 6,7% nos maiores de 65 anos.

O relatório também inclui “grandes diferenças” territoriais, já que enquanto 39% dos catalães se declaram não religiosos, apenas 9% de murcianos compartilham essa característica.

A Catalunha é seguida, com maior número de não religiosos, pelo País Basco, as Ilhas Baleares e Navarra, enquanto que seguindo Múrcia, com menor número de não religiosos, estão Aragão, Castela-La Mancha e Extremadura.

“Os territórios mais urbanizados e industrializados mais cedo mostram uma secularização mais avançada, porque as áreas rurais mantiveram mais as tradições, incluindo aquelas de natureza religiosa”, explicou Luque.

Outro dado que se destaca no relatório é o declínio sustentado da importância da religião na vida, que, pela primeira vez em 2014, foi ultrapassada pela política, tendência que perdura até hoje.

No ofício dos ritos de passagem (batismo, casamento e exéquias) também há uma tendência de secularização acentuada, já que a proporção de casamentos civis e religiosos “inverteu-se completamente” em 20 anos: se em 1996, 76,7 % das uniões eram confessionais, agora elas representam apenas 27,5%.

Outra tendência das últimas décadas é o aumento das crianças nascidas de pais não casados, que em 1990 representavam 9,6% e hoje chegam a 44,4%.

Uma faceta que o relatório também analisa é o impacto da religião na educação, e destaca que 18% dos estudantes espanhóis estão matriculados em um centro privado de confissão religiosa, em comparação com 68% dos alunos matriculados em escolas públicas e 14% em uma escola privada laica.

Quanto à opinião sobre o aborto, 79% dos ateus e 72% dos não crentes mostram-se a favor, em comparação com 40% dos católicos e 26% dos crentes de outras religiões, porcentagens que se repetem de maneira similar na avaliação da igualdade do direito de adoção para casais homossexuais.

Os sociólogos Hungría Panadero e Josep Mañé são os autores do relatório, que é publicado anualmente há sete anos para “fazer um Raio-X do laicismo em um sentido amplo”, segundo Luque, incluindo a profissão de fé da população, mas também a análise das relações entre Igreja e Estado.

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