“O neoliberalismo dos Estados Unidos sustenta que a liberdade aumenta cada vez mais, mas na prática aumenta a tirania”, afirma Noam Chomsky

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04 Julho 2017

O reconhecido linguista estadunidense Noam Chomsky deu uma entrevista a RT, na qual se posicionou contra o neoliberalismo dos Estados Unidos e afirmou que ao invés de fomentar a liberdade, promove a tirania.

A reportagem é publicada por LaRed21, 02-07-2017. A tradução é do Cepat.

“A ideologia (do neoliberalismo) sustenta que a liberdade aumenta cada vez mais, mas na prática aumenta a tirania”, ressaltou Chomsky, que considerou diretamente que o neoliberalismo é a tirania e o Partido Republicano está “dedicado a destruir a vida humana”.

O filósofo ressaltou que o neoliberalismo dos Estados Unidos colocou o interesse do capital acima do interesse do povo, e se evidenciou uma “redução democrática” e uma “estagnação ou declive dos salários para a maioria”.

Também criticou que o neoliberalismo estadunidense provocou a desigualdade e colocou em concorrência a mão de obra em todo o mundo, ao mesmo tempo em que o capital e os capitalistas gozam de total liberdade e proteção.

“Além dos Estados Unidos, não conheço nenhum outro país não totalitário e não autoritário, onde inclusive exista o conceito. É uma ideia muito chamativa. Se você é crítico com a política, é anti-estadunidense”, destacou.

O filósofo também se referiu à saída de Washington do Acordo de Paris sobre a mudança climática e expressou que “a posição da ala selvagem do capitalismo estadunidense, o Partido Republicano, é realmente surpreendente, na realidade estão correndo para um precipício. Houve realmente uma organização na história que tenha se dedicado à destruição da vida humana?”, questionou Chomsky, ao mesmo tempo em que considerou que “os Estados Unidos correm para o precipício, ao passo que o mundo está procurando fazer algo”.

“Trump manterá a hostilidade dos Estados Unidos à América Latina”

Em uma recente entrevista ao El Espectador, Chomsky considerou que o medo tem um papel muito importante no mundo de hoje, e afirmou que grande parte disso se deve ao “impacto de 30 anos de políticas neoliberais”, que levou ao empobrecimento da grande maioria da população, ao passo que a riqueza se concentrou de forma impressionante em um pequeno grupo e a democracia decaiu”.

De qualquer forma, o linguista estadunidense considerou que são os cidadãos comuns aqueles que podem “mudar esta nova ordem mundial e de maneira significativa, caso queiram um futuro decente”.

“Os cidadãos têm muitas oportunidades, certamente nas sociedades mais livres podem se educar, organizar-se para alcançar fins comuns, unir-se ao ativismo comprometido para abordar os problemas que lhes concernem, etc.”, explicou.

Na entrevista, Chomsky também se referiu à campanha de Bernie Sanders nas últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos. “Foi dada uma grande publicidade à eleição de Trump, mas muito mais notável é o êxito da campanha de Bernie Sanders”, considerou. Explicou que esse êxito “significou uma ruptura muito aguda na história política dos Estados Unidos”, devido a que, “durante mais de um século as eleições foram compradas”.

“O êxito eleitoral e as estratégias podem ser preditas conhecendo as fontes de financiamento da campanha, seja se provêm de corporações ou de financiamento privado, como mostrou uma extensa investigação”, disse. Recordou que “Sanders era pouco conhecido, não tinha financiamento privado ou corporativo, foi descartado pelos meios de comunicação e, inclusive, utilizou uma palavra que para alguns produz medo: ‘socialismo’”.

Para ele, “é muito provável que receberia a designação do Partido Democrata, caso não tivesse ocorrido a manobra dos dirigentes do partido, Obama-Clinton, para impedir uma eleição democrática”, disse em referência ao boicote, evidenciado por WikiLeaks, que o próprio Partido Democrata fez contra Sanders para favorecer a ex-secretária de Estado nas eleições primárias.

Finalmente, o filósofo se referiu à ação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sua política para a América Latina e considerou que o magnata republicano manterá “a postura tradicional de hostilidade dos Estados Unidos para com os governos independentes, de base popular, na América Latina”.

Chomsky recordou que essa postura foi manifestada no mandato de Barack Obama, “talvez com maior intensidade”, sendo Honduras um “exemplo dramático”.

“Até agora, pouco se falou sobre a América Latina, exceto agitar os punhos ao México. Mas isto é o que sugeriria a orientação geral da política”, concluiu.

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