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05 Abril 2018

"Como transformar o pesadelo em sonho? A primeira resposta vem da fé e da esperança que sustentam tais peregrinos nas maiores adversidades da vida e nos caminhos mais árduos, solitários e agrestes.", escreve Alfredo J. Gonçalves, padre carlista e assessor das Pastorais Sociais.

Eis o artigo.

“I have a dream” (eu tenho um sonho) – esse foi o leitmotiv do líder negro Martin Luther King, no discurso a uma multidão de centenas de milhares de pessoas, reunidas no dia 28 de agosto de 1963, em frente ao memorial de Abraham Lincoln, na cidade de Washington. Estava em jogo, nos Estados Unidos, a luta pelo fim do racismo e a emancipação do povo negro. Em pleno século XX, a “terra da liberdade” precisava libertar-se da criminosa lei do apartheid ou segregação racial. Menos de um ano após tal discurso, em 2 de julho de 1964, o presidente Lyndon Johnson assinaria a chamada Lei dos Diretos Civis. Isso, vale deixar claro, há pouco mais de 50 anos!

Se esse lema – “eu tenho um sonho” – vale para todos aqueles que, pelos mais diversos motivos, enfrentam tormentas sem luz e sem saída, com muito maior razão pode ser aplicado à travessia de quem se vê forçado à migração. Por esse sonho, individual e/ou coletivo, quantos enfrentaram e seguem enfrentando muros e barreiras, leis e autoridades, coyotes e o crime organizado, sem contar as humilhações e contrariedades na passagem das fronteiras! Quantos deixaram a vida nas areias do deserto (entre Estados Unidos e México) ou nas águas do mar Mediterrâneo (entre norte da África e sul da Europa).

Nomes e rostos anônimos de centenas, milhares e milhões de migrantes, refugiados, exilados, prófugos, expatriados, retirantes, deslocados, itinerantes… Vítimas da pobreza, da miséria e da fome, da violência em todas as suas formas e graus, ou da discriminação política, ideológica ou religiosa… Simultaneamente em fuga e em busca, numa aventura não raro desesperada para transformar o pesadelo em sonho.

Como transformar o pesadelo em sonho? A primeira resposta vem da fé e da esperança que sustentam tais peregrinos nas maiores adversidades da vida e nos caminhos mais árduos, solitários e agrestes. Homens e mulheres adultos, jovens de ambos os sexos e até crianças, estas últimas em número cada vez maior, se lançam à estrada “com a cara e a coragem”, para usar a expressão do cantor brasileiro Guilherme Arantes. Gente que, na partida e na chegada, é capaz de engolir as próprias lágrimas, na certeza de que, por trás das nuvens ou para além da noite escura, o sol surgirá novamente e uma aurora recriada haverá de despontar.

Uma segunda resposta vem da rede familiar de ajuda mútua. Por mais distantes que estejam as unidades celulares de cada família, dificilmente se rompem os laços de parentesco. Um a um, dois a dois ou em grupo, o grupo da família ampliada vai se desfazendo e refazendo, através dos caminhos tortuosos e desencontrados da migração. Como a água de um rio corre para o mar, esse processo tende a reunificar os parentes dispersos, num cimento que lhes confere maior coesão e força, como também maior possibilidade real para vencer tantos obstáculos e portas fechadas.

Uma terceira resposta, enfim, vem da Pastoral dos Migrantes, em colaboração com outros parceiros da mesma causa. Aqui, ademais de reconhecer e reforçar a rede familiar, se trata de colocar à disposição dos migrantes uma série de instrumentos sociopastorais e sociopolíticos não somente para a assistência imediata, mas sobretudo no sentido de incidir sobre mudanças profundas nas Leis de Imigração e nas relações internacionais entre povos e culturas.

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