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Um desvio para a dispersão

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29 Junho 2017

"Com os dentes na esquina é dividido em três partes que podem ser lidas como a mente, a espinha e o coração desta obra, na medida em que a primeira parte, Esquinas, se destaca pelo tom meditativo expresso em poemas como Ao dente, que tem a forma de um fluxo de consciência e problematiza o que acontece “quando o corpo se desgarra do nome” e “se desencorpa”, fazendo com que as suas portas se fechem à percepção." escreve Giselle Porto, em resenha sobre o livro Com os dentes na esquina, de Reynaldo Damazio (Dobra Literatura, 2015).

Eis a resenha.

O corpo da cidade como um corpo poético. Com os dentes na esquina, terceiro livro de Reynaldo Damazio, é um percurso físico pelas metrópoles modernas e suas instalações, um caminho traçado pelas beiradas, sempre com a irônica reflexão de que essas idas e vindas nunca levam a lugar algum. Ao contrário de seus livros anteriores, em que o alheamento parece ser uma válvula de escape ante a paisagem automotiva e o automatismo que ela produz, neste o poeta vai de encontro às ruas de concreto e não espera mais nem menos do que um “céu de açúcar” - fórmula sinestésica a que ele chega na tentativa de assimilar um “presente descontínuo”, marcado por múltiplas temporalidades.

Leitor de Marc Augé, Damazio também olha para a vida cotidiana como um lugar a ser descoberto, escavado até, sob as camadas do tempo e as pegadas dos outros.

Passando por bares, lanchonetes, estações de metrô, kitnets, caçambas e semáforos, o escritor faz um exercício de dispersão que se materializa na própria estrutura do poema: um apanhado de imagens absorvidas e deglutidas ao rés do asfalto, atravessado pelos ruídos e obstáculos da experiência urbana, com toda a sua acidez.

Ainda dentro desta chave de leitura “mais orgânica” (por assim dizer), Com os dentes na esquina é dividido em três partes que podem ser lidas como a mente, a espinha e o coração desta obra, na medida em que a primeira parte, Esquinas, se destaca pelo tom meditativo expresso em poemas como Ao dente, que tem a forma de um fluxo de consciência e problematiza o que acontece “quando o corpo se desgarra do nome” e “se desencorpa”, fazendo com que as suas portas se fechem à percepção. O mesmo tema se repete em Anticorpo, onde o escritor fala sobre o desvertebrado que "reverbera por/ um pedaço de sol e se esmera/ numa fuga sem movimento", esforço para transcender a carne e, simultaneamente, a constatação cartesiana de que essa luta não resolve o problema da existência.

Dentes já é uma miscelânea de poemas com assuntos variados - daí a sensação de que eles sustentam o livro, por conferirem mais leveza à virtualização do espaço e à transformação do autor em um outro, dois aspectos que caracterizam a parte anterior. Epitáfio, o poema que abre a sequência, é autobiográfico e fala sobre um pai que “não sabia muito bem/ como sobreviver/ atrapalhado pela crença/ na bondade alheia/ e por um sentimento premente/ de inadequação”. Ode ao corpo, por sua vez, é mais divertido na abordagem do corpo que “mente e/ se desdobra/ feito obra/ da mente” e tem as palavras empilhadas como se fossem um edifício de legos, reunidas por assonância e aliteração.

Damazio não é um poeta ligado à métrica, e mesmo no verso livre a musicalidade fica sempre em segundo plano em relação aos insights que dão origem aos seus textos, muitos deles improvisados. Ele escreve como quem se lança num jogo errático, guiado pelo que Paul Valéry chamava de “permanente hesitação entre som e sentido”: a ideia de que a fala será sempre precária para representar o inominável, uma vez que o poema não tem um significado, uma razão de ser, mas é, antes de tudo, uma espécie de transa com a palavra, uma atividade voltada para a linguagem enquanto coisa, matéria. Por isso a predominância da metalinguagem e as inquirições em torno do que molda nosso “cotidiano fantasiado/ pela indiferença”, olhar de quem está mais preocupado com o pensamento que “se vale/ do glossário quase infinito e/ suas combinações algorítmicas” do que com “o melaço do distanciamento”.

Outro aspecto que se destaca nesta obra são os poemas S/ título, sobre trinta e três mulheres negras e pobres que foram entregues à polícia, “indefesas, feridas, assustadas/ mas ainda donas/ de seus trinta e três corpos” e Meu país, estes com um evidente tom de crítica às políticas excludentes que levam à perseguição da comunidade LGBT, ao encarceramento massivo e ao genocídio da população negra, à espetacularização da violência e às arbitrárias demarcações das terras indígenas.

O que permanece como o coração de Com os dentes na esquina é a seção Outros dentes, um apêndice de enigmáticas traduções, a maior parte de poesia hispano-americana (começando por Nicanor Parra, que dá o título do livro). Enigmáticas pois o critério de escolha soa afetivo e avesso a explicações que vêm de fora, embora isso não queira dizer que as transcrições reunidas aqui sejam ininteligíveis. Elas só parecem estranhas postas ao lado de um poema como Deseducação sentimental, este inspirado em Flaubert, em que Damazio aborda, com pessimismo, o tipo de paixão capaz de sobreviver nos dias de hoje, angústia expressa nos versos “o poeta não procura máquinas,/ apenas as remenda com saliva e/ analgésicos, a dor tão moderna”.

O mesmo escritor que diz “não se mate, poeta; não se meta a poeta” também se comove com a ausência, a solidão e o esquecimento, chegando a ponto de dizer - tomando as palavras de Roberto Bolaño - que não se sente seguro em parte alguma, porque “a aventura jamais termina” e “teus olhos”, ademais, “me buscam”. Já noutra tradução (esta, de Circe Maia) olha com carinho para os restos que ficam depois de uma mudança fatal, sejam eles um olhar ou uma faísca, que Damazio compara com uma palavra não resfriada “ainda”. Ao trocar o “todavia” do poema original por um advérbio de tempo, o poeta parece escolher, com algum ineditismo, a esperança frente ao seu habitual receio e insistência em ver o homem como “uma estátua/ forjada em recusa e solidão”.

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