"Deus continua a procurar aliados, homens e mulheres capazes de acreditar no impossível”, afirma Papa Francisco

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26 Março 2017

Como fez com Maria, “Deus continua a procurar aliados, continua a procurar homens e mulheres capazes de acreditar, capazes de fazer memória, de sentir-se parte de seu povo para cooperar com a criatividade do Espírito”. Esta foi a base da homilia do Papa Francisco no parque de Monza, em Milão.

A reportagem é de Jesús Bastante e publicada por Religión Digital, 25-03-2017. A tradução é de André Langer.

Após seu encontro com os presos, o Papa dirigiu-se aos arredores de Milão para presidir uma missa, da qual participaram um milhão de pessoas, e onde garantiu que “Deus continua a percorrer os nossos bairros e as nossas ruas, vai a todos os lugares em busca de corações capazes de ouvir seu convite e de fazê-lo carne aqui e agora”.

Tomando o exemplo da Anunciação do anjo a Maria, o Papa quis demonstrar como “Deus se doa aos seus filhos”. “O novo templo de Deus, o novo encontro de Deus com o seu povo, se dará nas margens, nas periferias. Deus se fará carne para caminhar conosco desde o seio de sua mãe”.

Um anúncio que “não deixará ninguém indiferente” e que provoca a alegria, da casa desta jovem de Nazaré ao resto do mundo. Assim como naquela época, “é Deus quem toma a iniciativa, também no nosso caso, em nossas lutas cotidianas, cheias de ansiedades e desejos”. “E é dentro das nossas cidades, das nossas escolas e universidades, das praças e dos hospitais que se cumpre o anúncio mais belo que podemos ouvir: ‘Alegrem-se, o Senhor está com vocês!’”

“Uma alegria – prosseguiu o Papa – que gera vida, que gera esperança, que se faz carne no modo como olhamos para o futuro, na atitude com que olhamos para os outros. Uma alegria que se torna solidariedade, hospitalidade, misericórdia para com todos”.

Também hoje, em um momento em que “se especula sobre a vida, o trabalho, a família. Especula-se sobre os pobres e os migrantes; especula-se sobre os jovens e sobre seu futuro”, denunciou o Papa, apontando que “tudo parece reduzir-se a números, deixando por outro lado, que a vida cotidiana de tantas famílias se tinja de incerteza e de insegurança”.

É “o ritmo vertiginoso” que “nos quer roubar a esperança e a alegria” que converte as almas em “insensíveis” e onde, paradoxalmente, “quando tudo se acelera para construir – em teoria – uma sociedade melhor, no final não se tem tempo para nada e para ninguém. Perdemos o tempo para a família, o tempo para a comunidade, perdemos o tempo para a amizade, para a solidariedade e para a memória”.

“É possível a esperança cristã nesta situação, aqui e agora?”, perguntou-se Bergoglio. Sim, foi sua resposta, mas para isso é necessário “um novo modo de nos situarmos perante a história”. Porque “não podemos assistir a tantas situações dolorosas como meros espectadores que olham para o céu esperando que pare de chover”.

Pelo contrário, é preciso, assinalou, que “acolhamos o presente com audácia, com a audácia de quem sabe que a alegria da salvação está diante de nós”. Com três chaves para aceitar a missão, como as que o anjo deu a Maria. A primeira, a memória, vinculando a história de Maria “a toda a história da salvação”, pois “Maria é filha da Aliança. Somos convidados a fazer memória, para não esquecer de onde viemos, para não esquecer os nossos avós”. “A memória nos ajuda a não permanecer prisioneiros de discursos que semeiam fraturas e divisões como único modo para resolver os conflitos”, a enfrentar “as soluções mágicas da divisão”.

A segunda, o sentido da “pertença ao Povo de Deus”. “Somos membros do Povo de Deus. Milaneses sim, ambrosianos, certo, mas parte do grande Povo de Deus, formado por milhares de procedências, um povo multicultural e multiétnico. Um povo chamado a acolher as diferenças, a integrá-las com respeito e criatividade. Um povo que não tem medo de abraçar as fronteiras; que não tem medo de acolher a quem tem necessidade, porque sabe que ali está presente o seu Senhor”.

Em terceiro lugar, “a possibilidade do impossível”, porque “para Deus nada é impossível”. “Quando nos abrimos à graça, parece que o impossível começa a se tornar realidade”.

É porque “Deus continua a se aproximar dos outros, aproximando homens e mulheres capazes de acreditar, de fazer memória, de fazer parte de um povo. Deus continua a buscar corações como o de Maria, dispostos a acreditar incondicionalmente”.

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